Bons discos de 2011 - parte 2

Destroyer - Kaputt



Após severas audições indigestas, Kaputt me conquistou num dia triste que, supostamente, era pra ser feliz. O canadense Dan Bejar deve ser uma espécie de mago da desolação. "Kaputt" é um álbum sem foco, representa a eterna neblina das respostas que não queremos dar. "O que aconteceu?" e seu "ah, não foi nada". Kaputt acerta em cheio nesse nada cheio de significado. Letras cheias de confusões e personagens desconhecidos. Não há muito a interpretar se o ouvinte desligar seu modo daydreaming. Me lembra os dias em que eu tento gostar da TV de domingo, e sempre acabo pensando em tudo o que faltou para eu terminar alí. Encarando o óbvio e tentando ser feliz. Melhor disco do ano até agora.

Cults - Cults



Cults é um duo de indie pop do Brooklyn (NYC). Madeline Follin canta atolada de reverb, e seu companheiro Brian Oblivion toca guitarra com pouca variação de notas. Sem nenhum gênio criativo, eles criaram um jeito delicioso de tocar a canção pop dos anos 60 em 2011. Leveza experimental bem calibrada, anestésica aos ouvidos. A onda não segura o álbum inteiro, talvez funcionasse melhor como EP, mas não dá pra desmerecer singles incríveis como "Abducted" e "Go Outside".