Carnaval sem fim, segunda parte
No segundo dia até gostaria de ter visto Os Abreus, banda que tem tido uma agenda constante pela cidade, mas só consegui chegar no final do show de 11:11, que conta com o baixista Tchello dos Detonautas. Difícil dar um veredicto sobre uma banda tendo ouvido só duas músicas, mas nesse pouco tempo o som fluiu bem. Bom trabalho instrumental e músicas cantadas em inglês pelo cabeludo Tomaz em um rock que eu não consegui encaixar em um rótulo específico, mas se fosse forçado a isso cravaria um pós-grunge melódico e, mais importante, BEM longe do som meia-boca do Detonautas.
Cabaret entrou sendo anunciado como um cruzamento de Ney Matogrosso e Led Zeppelin. Mas o lado glam-espalhafatoso do vocalista Márvio dos Anjos fica mais comedido nessa nova versão-conceito da banda, se preparando para lançar o segundo disco A Paixão Segundo Cabaret. O comedimento de Márvio e a adição de 4 backing vocals femininas à escalação da banda são as mudanças mais visíveis no rock'n'roll do grupo.
Mas a manifestação dos fãs de Velhas Virgens, gritando "BU-CE-TA" diante da presença das vocalistas de apoio foi o campo perfeito para Márvio soltar seu lado "Marvel" (o codinome que o vocalista usava antes, não sei se ainda usa) e confrontar a platéia com bom humor, recebendo de volta o carinhoso coro de "VI-A-DO". A partir daí o show, que já era bom, ficou bem mais divertido.
Devo admitir que achei que o Cabaret seria o ponto alto da noite. Não achei que, conhecendo o pouco que conhecia do Velhas Virgens o resultado seria algo legal, mas... olha, que show. Com cenários e figurinos a banda entrega aos fãs que lotaram a tenda um rock pesado e dançante com toques de blues, punk (até cantando "Surfista Calhorda" dos Replicantes no meio de uma das músicas) e hardcore (com uma versão do samba "Eu Bebo Sim").
A temática se resume a falar 95% do tempo de putaria, como já transparece no título das músicas: "Siririca Baby", "Abre Essas Pernas", "Ninguém Beija Como As Lésbicas". O restante do tempo é pra falar sobre álcool, o que acaba levando para a putaria de qualquer forma.
E acreditem, essa equação funciona bem com rock'n'roll, ainda mais se você levar isso pelo lado humorístico da coisa, o que é facilitado pela performance do vocalista Paulão, cheio de discursos hilários entre as músicas, onde "minha rola" é a expressão mais comum. Isso quando ele não desce no meio da galera e ensina uma loirinha a pegar na rola do namorado em uma demonstração, hum, prática de como fazer isso (isto é, ele mesmo segura o pau do cara).
Juliana, a outra vocalista, não fica muito atrás ao beijar na boca uma fã mais exaltada que subiu ao palco. Cenas desse nível foram se repetindoao longo do show que, assim como no Móveis Coloniais de Acaju no dia anterior, o carnaval aconteceu, dessa vez em forma de marchinhas depravadas e de duplo sentido ou de único sentido pervertido mesmo.
Fotos dos shows
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