Carnaval sem fim
Na sexta e sábado aconteceu a edição carioca do Grito rock, festival que acontece em dezenas de cidades do Brasil (e algumas da América do Sul), durante os meses de janeiro e fevereiro. Ou, melhor dizendo, antes, durante e depois do carnaval, como uma oportunidade para as bandas em período que os festejos momescos tomam conta do país.
Mas isso não impediu que as duas principais atrações no Rio de Janeiro trouxessem ainda um pouco de carnaval em suas apresentações. Alias, essas atrações, duas das maiores bandas do dito mercado independente de música, mostram que a produção do Grito Rock resolveu caprichar para consolidar o evento no calendário da cidade. (sem contar que na quinta o festival passou por Niterói)
Móveis Coloniais de Acaju e Velhas Virgens levaram um grande público nos dois dias no Circo Voador, que pôde ainda conferir mais outros oito grupos de estilos diversos. Na sexta-feira, a terceira banda a se apresentar foi Sabonetes, de Curitiba. Com um disco recém-lançado na internet, o grupo tem semelhanças com o moptop, ao mirar no som de grupos dos anos 2000 como Strokes e Coldplay, mas acabar chegando ao som de bandas de pop rock brasileiro dos anos 80.
Falta um pouco mais de punch e velocidade no trabalho do grupo, que prefere apostar em arranjos mais "elegantes", com direito a bases pré-gravadas em uma das músicas, deixando momentos mais animados para o final. O público ainda não era numeroso, mas os que estavam presentes à frente do palco sabiam cantar todas as músicas e se empolgavam a cada canção tocada. Um grupo de umas 30 pessoas que tinha direto interesse nos Sabonetes e foi beneficiado pelo excelente som do Circo Voador.
Quem também foi beneficiado pelo som foi a banda seguinte, Tereza. Isso ajudou a demonstrar a qualidade dos músicos, mesmo que não houvesse uma canção que se destacasse no repertório de ritmos variados e muito mais idéias com potencial. O público, bem maior e com uma quantidade de fãs que impressiona dado o pouco tempo de existência da banda, não se importava com isso e cantava e batia palmas coreografadas em momentos específicos de algumas músicas.
Mas o grande responsável por isso e por provavelmente angariar novos seguidores à Tereza é o vocalista Vinícius Louzada, que com sua performance cheia de trejeitos, lembrando não tanto pela aparência - um pouco, talvez - mas mais pela forma histriônica, o ator hollywoodiano Jack Black, que não por acasa, também tem uma banda, a Tenacious D. Se vocês assistiram Alta Fidelidade ou Escola do Rock sabem do que estou falando. Sua empolgação em particular e da banda em geral ajudou a eletrizar a platéia.
Se com Tereza o público já estava tão receptivo, não poderia ser diferente com a principal atração da noite. Móveis Coloniais de Acaju pode até entrar hoje em dia com a partida ganha, mas isso não significa que eles dêem menos que 100% de suas energias em cima do palco. Ou lá embaixo no meio da galera, na hora da já tradicional roda formada na música "Copacabana".
Misturando as músicas do disco C_mpl_te com o anterior Idem, o modus operandi do show já é conhecido por quem lê o La Cumbuca. O vocalista André e os outros (muitos) músicos pulam sem parar e tenho quase certeza que se o baterista Gabriel Coaracy pudesse também estava lá na frente dançando as coreografias do grupo.
O público como de costume responde obedientemente aos pedidos de palmas, levantar braços, abaixar, pular, rolar, etc. De novidade, os balões coloridos, confete, serpentina e a versão carnavalesca no final de "Adeus", fazendo o show terminar pra cima.
E se havia alguma dúvida sobre os Móveis terem, de certa forma "herdado" os fãs da da banda Los Hermanos, ela foi completamente disspada quando o DJ emendou com o fim do show a música "Pierrot", uma velha favorita do repertório do hoje inativo grupo carioca. A música mecânica foi um destaque dos dois dias, tocando Los Hermanos, Raimundos, Planet Hemp, Rage Against The Machine e considerando a empolgação das pessoas, agradou em cheio.
Se tudo der certo, em alguns dias conto um pouco sobre os shows de Cabaret e Velhas Virgens.
Fotos dos shows de sexta
Um comentário:
Estive no Circo no dia 26 e gostei muito do que ouvi. Móveis foi aquela festa que já conhecemos; gostei da banda que abriu o show, Aumumana, e gostei bastante da Tereza. Fiz o mesmo comentário sobre o vocalista no meu blog (sonosubito.blogspot.com) heheheh Abraços!
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