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quarta-feira, 6 de julho de 2016

Vídeos: Elza Soares no Circo Voador (02/07/2016)







Alguns artistas que já assumem, em vida, status de lenda, por conta de sua obra e de sua trajetória de décadas de glórias e sofrimentos, já causam impacto somente pela sua presença em palco, mesmo que não estejam no ápice de sua carreira. Seria esse o caso de Elza Soares?









Lançando um dos melhores discos do ano passado, A Mulher do Fim do Mundo, e um dos melhores e mais coesos de sua extensa discografia, Elza ganhou por conta disso novamente grande atenção do público. Prova disso é que em sua terceira apresentação no Circo Voador (e quinta vez no Rio de Janeiro após o lançamento do disco) os ingressos estiveram mais uma vez esgotados.










O show não difere daquilo que já foi apresentado nas outras vezes. A base do repertório é o disco recente e os músicos de apoio são em sua maioria aqueles que gravaram o disco, muitos deles que também compuseram as músicas para o disco, em especial Kiko Dinucci e Rodrigo campos atacando nas guitarras. No baixo está Marcelo Cabral, nas percussões estão Felipe Roseno e Dalua e na bateria está Guilherme Kastrup, que trouxe a idealização do disco para Elza.









Após cantar a capela "Coração do Mar", faixa que também abre o disco, a cantora, sentada acima de todos em uma espécie de trono, com vestido que se espalha por vários degraus e pelo palco, deixa a tarefa de cantar trechos de algumas músicas, por conta de um resfriado. O público a substitui nessas horas com bastante facilidade, mesmo para músicas lançadas somente a um ano atrás.









Apesar disso, uma das poucas que não faz parte do disco é um dos maiores destaques. "A Carne" é uma música originalmente do Farofa Carioca, mas dá a impressão de pertencer desde sempre a Elza, que a gravou no disco Do Cóccix Até o Pescoço (2002). Na versão desse show, além da pujança de sempre, ainda entram em cena cinco atores negros, que na apresentação do ano passado no Teatro Casa Grande acabavam, coincidentemente, por representar os cinco jovens metralhados por PMs dentro de um carro no Rio.







"A Carne" se encaixa bem em um set de músicas com mensagens fortes e contestadoras como são as do disco do ano passado, que por sua vez ganham um valor ainda mais genuíno na voz rouca de uma artista com tantas batalhas na vida como Elza. "Benedita" é sobre um travesti e tem a participação do cantor Rubi, enquanto o grande sucesso do disco, "Maria da Vila Matilde", sobre violência contra a mulher, é repetida ao final do show com a presença das meninas do grupo de teatro Os Arteiros, como já tinha acontecido há uns meses atrás no Circo mesmo. Uma porrada para ser vista e revista quantas vezes for possível. Respondendo o questionamento do primeiro parágrafo, do alto do trono em que Elza está, a impressão é que ela nunca saiu do ápice.







As fotos são de Dine Araújo. Gravei quatro vídeos que vocês podem ver clicando aqui ou aí embaixo:









Músicas gravadas:


- "A Carne"

- "Firmeza?!"

- "Maria da Vila Matilde"

- "Pra Fuder"

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