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sábado, 24 de novembro de 2007

Lcd Soundsystem?Não,Burial...



Falar sobre o burial significa também mostrar a quem não conhece as raízes do dubstep, estilo que une as ambiências e camadas de efeitos do dub jamaicano - via eletrônica - com o groove urbano e a sensualidade do 2 step inglês, desde o início desta década. O resultado pode ser um tanto quanto 'Stoned', com batidas quebradas, cortes bruscos e efeitos pra lá de barulhentos, estranhos, como pode ser cheio de atmosferas, nublado, com sintetizadores e computadores derramando sons do fim do mundo, de uma cidade fantasma...Totalmente anti-pop, como tudo que foi criado de interessante em se tratando de música moderna, é oriundo das periferias e subúrbios das grandes cidades inglesas - o som dos guetos visto sob uma ótica futurística. Feito para ser ouvido em enormes soundsystems, numa noite de chuvisco...
Em julho de 2002, a revista americana XLR8R pôs pela primeira vez o nome do estilo em sua capa, dedicando as principais matérias a apresentar ao grande público as características e os principais nomes do gênero.mas foi no ano passado que o 'hype' em cima do dubstep se tornou mais forte, graças ao lançamento do álbum de estréia do álbum homônimo do burial, eleito o melhor do ano pela revista inglesa Uncut... Apesar de todos os elementos comuns ao gênero, este solitário dj inglês (que faz suas músicas usando apenas seu laptop e um software gratuito)explorava um lado pessoal inaudito em faixas de seus contemporâneos - skream, kode9, para citar alguns nomes-e o clima cinematográfico presente em cada composição, deixando muito evidente sobre que clima e condições elas tinham sido feitas.com resultado tão genial, rapidamente se tornou 'best-seller'do gênero e biblia imediata para neófitos.
'Untrue', segundo álbum lançado há duas semanas,investe pesado no sentimento... Impossível não se emocionar com as vozes que surgem do nada -como uma espécie de lamento- e somem sem que possamos nos despedir delas, melodias lindíssimas, e como contraponto a todos esses elementos, batidas e baixos pesadíssimos, criados para atingir em cheio a alma de quem ouve. Outro grande mérito do álbum é que se consegue identificar à primeira vista que o que se ouve é Burial, um trunfo e tanto num gênero extremamente alternativo como o dubstep, e o fato de agregar outros estilos como o drum n'bass, ambient, soul e trip-hop sem jamais perder o rumo.
Após uma breve introdução(com uma voz desesperada que diz 'I See The Lights!', como que almejando uma fuga), somos brindados com os breaks pesados, a bela melodia e o vocal soul de 'Archangel', uma espécie de 'Unfinished Symphathy'(Massive Attack) dos tempos modernos, desde já um clássico instantâneo. 'Ghost Hardware' carrega pesado no clima de dança solitária no escuro, com a tradicional levada do dubstep, e repleta de samples vocais. 'Endorphin' e 'Uk' são exercícios pesados na ambient music, mas mostrando que por trás de uma máquina pulsa um coração. A faixa-título evoca um Depeche Mode do futuro, caso eles fossem negros e tivessem nascido num gueto londrino. E a minimal 'The Raver', que fecha o disco, consegue ter a mais bela frase de sintetizador escrita nos últimos anos, tão bonita que dói.
Disco do ano?
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Faça o download do disco ! Via Debaser~music blog
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2 comentários:

Túlio disse...

Depois de ler deu até vontade de pegar o disco, muito bom o texto rapaz!
Vou procurar um link e postar aqui...

Gudrun disse...

Olha, fiquei com vontade de baixar agora. Seu texto me convenceu!
O primeiro achei muito bom, esse pelo visto supera então.