Samba? Indie? Música.
2009 reservou momentos muito especiais nos muitos shows que aconteceram por aí. Comoção no Radiohead, trenzinho no show do Ronei Jorge e Os Ladrões de Bicicleta, ir até Belzonte para ver Violins e Mopho, Jane & Herondi cantando "Não Se Vá", o Manu Chao na periferia de Recife... A lista (a palavra "lista" deve surgir diariamente aqui em dezembro) é grande. Provavelmente um dos melhores e mais brilhantes momentos aconteceu no sábado durante o show do Romulo Fróes no Cinematheque. Após muitos pedidos para que retornasse ao palco, Romulo explica que todas as músicas (treze, se não me engano) que haviam sido ensaiadas com a banda já haviam sido tocadas.
A banda, como disse ali embaixo, era composta de Domênico e Kassin, que fazem(iam?) junto com Moreno Veloso o grupo +2, além de muitos outros projetos, entre eles o Mulheres Q Dizem Sim e o Acabou La Tequila, que foram influência direta para Gabriel Bubu do Do Amor, o outro membro dessa banda semi-improvisada. E como já haviam tocado tudo que foi ensaiado, foi justamente improviso o que Romulo Fróes sugeriu aos músicos. Ensinou os acordes ali na hora, explicou as mudanças dentro da música e começou a tocar "Minha Casa".
Kassin traz seu baixo para perto de Bubu e os dois olham atentamente para o violão de Romulo Fróes. A música funciona perfeitamente, sem maiores percalços, como se todos já a conhecessem, algo que Romulo sustentaria depois que foi realmente tudo explicado na hora. O melhor momento acontece quando no meio da música Romulo anuncia um espaço para Bubu fazer um solo de guitarra. O solo é lindo, a música é animada e Bubu está estático olhando fixamente para o violão de Romulo Fróes. Foi nessa hora aí embaixo.
Foi uma situação que coroou uma apresentação impecável, onde foram tocadas músicas saídas do disco duplo No Chão Sem O Chão, com exceção de uma composta em parceria com Domênico, chamada "Coffee Shop". Nessa, para demonstrar a versatilidade da turma, Kassin vai para a bateria, Bubu vai para o baixo e Domênico vai pra frente.
Das músicas do No Chão... além da já citada "Minha Casa", todas são destaque. O show inteiro foi incrível. Teve de citação a "Te Convidei Pro Samba" (do disco do +2 onde Domênico era o capitão, Sincerely Hot) durante "Qualquer Coisa Em Você Mulher" a solo de baixo distorcido do Kassin quando terminaram o show tocando novamente "Para Fazer Sucesso", música que finge ser samba, entra num refrão que finge ser indie e no final das contas, assim como as outras músicas, é só isso mesmo. Música.
Mas foi escolhido realmente o melhor do disco para ser tocado e estavam lá "Sei Lá", "Peraí", "Ela Me Quer Bem", "Anjo", "Deserto Vermelho", "Dia Tão Cinzento" com um som excepcionalmente bom no Cinematheque, só deixando a desejar aquela iluminação sem variação do lugar. Claro que não seria nada mal ouvir "Caveira" (que Romulo explicou que era muito complicada para tocar sem ensaiar), "Vai", "Caia Na Risada", "Se Eu For"... Mas tendo a alegria de ouvir "A Anti-Musa", que ficou meses grudada na minha cabeça, precisava de mais nada não.
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