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quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

A Abertura do Carnaval Não Oficial do Rio de Janeiro 2018: o folião quer as ruas

(o agendão de blocos de carnaval 2018 do Rio de Janeiro já está aqui)








No último domingo tivemos a já tradicional abertura do carnaval não oficial do Rio de Janeiro. Muita gente acha que é a "abertura não oficial" e, bom, também é, mas o que interessa é que os blocos que fogem dos oficialismos e regras que tentaram ser impostas há pouco tempo atrás dá seu pontapé e remelexos iniciais para essa época do ano.







Se havia muito a se criticar pela tentativa de controlar o carnaval, hoje estamos vendo por parte da prefeitura uma tentativa de asfixiá-lo de diversas formas, cortando patrocínios (daqueles que queriam patrocínio) e fazendo questão de deixar os cidadãos abandonados das necessidades básicas que o poder público tem que prover, como limpeza e segurança. Não é possível que não exista um meio termo entre a total falta de policiamento que já pode ser percebida nessa abertura não oficial e a truculência de 2016.







E impressiona o abandono por uma razão até boa. Impressiona porque não era pouca gente reunida no domingo passado. A abertura juntou uma multidão já sedenta para, entre outras coisas, extravasar tudo de ruim que vemos acontecer em nosso país e em particular no Rio, sem se importar muito com a chuva que tem insistido em dar a este verão uma cara mais sombria do que estivemos acostumados nos últimos infernais verões.







Pense que há 20 anos atrás no carnaval não havia quase nada acontecendo fora da Marquês de Sapucaí, que dirá na cidade toda no começo de janeiro. Não havia milhares de jovens reunidos no centro da cidade cantando música. Não havia fantasias, nem das mais simples, nem das mais loucas. Se não havia batuque, muito menos havia músicos dos instrumentos de sopro, seja trompete, saxofone, tuba, trombone, flauta, nem mesmo uma mísera escaleta podia ser encontrada. E perna-de-pau? Esses começaram a surgir nos últimos 10 anos, então nem pense em encontrá-los em 1998.







Vinte anos depois temos tudo isso, e boa parte acontecendo por um movimento de retorno ao carnaval de rua que aconteceu espontaneamente, a despeito das administrações municipais e estaduais que nos castigaram nesse período, e aconteceu de formas bem variadas.







No domingo quem andou pelo centro como esta Cumbuca andou, pode ver ali na Avenida Antônio Carlos com a Almirante Barroso integrantes do bloco Maracutaia, dedicado aso maracatu, encerrando o desfile. Descendo a Antônio Carlos e chegando na outra ponta do Tribunal de Justiça, a Avenida Erasmo Braga com a Rua Dom Manuel estava tomada para ver as variações pop-carnavalescas do Vem Cá, Minha Flor.







A Praça XV parecia um pouco menos tomada do que em anos anteriores, pela opção de alguns blocos explorarem mais o centro antes da reunião marcada ali por volta das 18:00, mas alguns já estavam terminando o percurso dos seus desfiles por lá, como foi o caso do Mulheres Rodadas, com temática feminista. Um pouco mais a frente o Biquínis de Ogodô convidam as Sungas de Odara, bloco com mais letras no nome do que número de integrantes, mostrava seu repertório fanfarreiro para um grupo não muito grande, mas animado e performático.








Os blocos iam se encaminhando para a Praça XV, que ia ficando cada vez mais cheia, mas ali na Candelária um bloco tradicional e hoje tão badalado começava seu desfile de abertura do carnaval não oficial com menos de 20 pessoas. O Cordão do Prata Preta tocava marchinhas a 200 quilômetros por hora e se embrenhava pelas ruas de pedestre no centro até chegar no Arco do Teles com 10 vezes mais de foliões do que no início, aproveitando a acústica do arco para ecoar "Índio Quer Apito".









Quando o estandarte do Prata Preta se juntou com o do Boi Tolo e logo depois do Cordão do Bola Laranja (de Campo Grande) e a niteroiense Sinfônica Ambulante aí já virou uma massa se deslocando em direção a revitalizada Praça Marechal Âncora, espaço que começou a ser bastante utilizado por blocos não oficiais no carnaval passado. O mergulhão que liga a praça nas margens da Baía de Guanabara com a área atrás do Tribunal de Justiça foi tomada pelos músicos e foliões numa festa bonita e digna de um ótimo início de carnaval.








A saída dali, subindo em direção a Avenida Almirante Barroso, é lenta. A noite vai tomando conta. Se chovia, evaporava com o calor do bloco. Qual bloco? Boi Tolo? Amigos da Onça? Algum outro bloco foi para outro lado? A essa altura só restava acompanhar o fluxo musical até a entrada da Caixa Cultural na Avenida Chile, abrigado de possíveis chuvas, trovões e furtos. Bom, o último item não era garantido, mas deu tudo certo para a Cumbuca.







Uma das coisas interessantes dessa abertura é que o folião zanzando pelo centro poderia ter feito um roteiro completamente diferente do relatado acima. Uma autêntica prévia do carnaval.







Vídeos de alguns trechos dos blocos podem ser vistos aqui ou abaixo:




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