Quatro anos foi o tempo que André Nervoso levou para novamente subir ao palco com seu grupo, Nervoso e os Calmantes. Naquele tempo, pouco duvidavam que vivíamos em uma democracia; hoje em dia, o vocalista que um dia tocava bateria no Acabou La Tequila e outra trocentas bandas do Rio de Janeiro agora quer se chamar André Paixão. Como as coisas mudam em quatro anos.
Mas nem tudo muda. Apesar de começar com uma música nova, "Um Corpo Além", que tem uma introdução que lembra "Breathe" do Pink Floyd, e a promessa de começar a produzir seu terceiro disco, Nervoso e os Calmantes mostraram aquilo que sabiam bem fazer: aquela mistura de Roberto Carlos, Frank Jorge (Graforréia Xilarmônica) e uma nesguinha de guitarras anos 90. Fora a música nova no início, o resto todo foi baseado nos dois primeiros discos, com clara vantagem para o debut Saudade das Minhas Lembranças, de 2004 (14 anos!).
Uma mudança bem positiva em relação ao último show que a Cumbuca viu, no distante 2012 (6 anos), foi na bateria. Pedro Schroeter tocava, entre outras, na banda de hardcore Cabeça, e essa informação é para o leitor se situar a potência, hum, nervosa e a, hum, paixão que ele traz ao cancioneiro de, hum, Nervoso. Combinado com Kiko Ramos no baixo e Alê de Morais na guitarra, André traz paixão de forma nervosa canções que, fora a tomwaitsiana "O Bom Veneno" e o semi-sambinha de "A Visita", mantém uma certa linearidade, mas carregam um monte de frases e melodias pegajosas para fazerem você sair cantarolando algumas delas na saída do show.
Vídeos do show podem ser vistos clicando aqui ou abaixo:
Músicas gravadas:
- "Um Corpo Além"
- "A Visita"
- "O Bom Veneno"
- "Candidato a Amigo"
- E trechos das outras músicas da noite:
Um Sonho de Transatlântico
Não Quero Dar Explicação
O Mala
Maus Limites
Moça Mimada
O Grande Herói
Mais Justo
Universo Vocacional
O Percurso
Já Desmanchei Minha Relação
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