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quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

5 Melhores Discos Internacionais de 2022, por Otaner





Antes de chegarmos em 2024, apresentar pros interessados o que mais gostei, mantendo a minha regra quase habitual: o primeiro colocado do meu gosto pessoal é porque se tivesse que recomendar apenas um para ouvir, seria ele; mas se puder ouvir apenas dois discos internacionais de 2022, então ouça o segundo; se puder três, então leva também o terceiro e assim vai.



Para contexto, foram ouvidos mais de 130 discos internacionais e, além dos discos sobre os quais escrevo abaixo, também me fizeram boa companhia pelos dias e meses em que nos livramos do demônio: Bambara - Love on My Mind, Soul Glo - Diaspora Problems, Yard Act - The Overload e Etran de L'AÏr - Agadez, o "tuaregue" do ano, quem me lê sabe que todo ano tem que ter uma galerinha do deserto.



Gostei também de várias outras coisas, mas se você quiser mais recomendações minhas a gente pode marcar uma cerveja. À lista:







05
Pinegrove - 11:11


Embora sempre com alguma dose de evolução, não há diferenças significativas do mais recente álgum do Pinegrove para os anteriores. O de 2016 entrou na minha lista. O de 2020 também. E o 11:11 entra em 2022 porque continua tudo lá no indie rock do grupo, com as pitadinhas de country, folk e emo que fazem eles se destacarem de algo mais genérico.

As faixas conseguem ter uma certa profundidade, ao mesmo tempo que poderia fazer parte de trilha e séries e filmes adolescentes. A participação de Chris Walla, ex-guitarrista do Death Cab For Cutie, deixa bem claro o que me parece ser a principal referência do Pinegrove. E vamos colocando o grupo na lista a cada lançamento até te convencer que os caras são bons.







04
Fontaines D.C. - Skinty Fia


Outro grupo que já frequentou minha listinha, nesse caso em 2019, são os irlandeses do Fontaines D.C., dessa geração que revisita pela enésima vez o pós-punk. Na ocasião escrevi resumidamente sobre o disco Dogrel: "aqueles toques de Mark E. Smith, mas com vontade de alcançar o mundo (em vez de só brigar com o mundo), e me parece que estão num bom caminho pra isso".

Com Skinty Fia já dá a impressão que eles estão mais perto das portas do mundo, sem necessariamente significar que vão chegar às turnês de estádio. As quatro primeiras faixas são arrasadoras, terminando esse início do disco com "Jackie Down The Line". Depois eles parecem explorar novas formas, com a faixa-título, pesada e dançante chamando a atenção, até retomar o prumo nas duas últimas músicas, pegando alguma inspiração mais em Interpol por diversos momentos.







03
Big Thief - Dragon New Warm Mountain I Believe In You


O Big Thief nunca entrou nas minhas listas de melhores em anos anteriores, mas a música "Not", lançada em 2019 no disco Two Hands, foi de longe a minha favorita daquele ano. Então não era sem alguma expectativa a chegada de Dragon New Warm Mountain I Believe In You, título tão grandioso quanto a duração de uma hora e vinte minutos do álbum, ao longo de 20 faixas de um folk rock paradoxalmente vigoroso, que em momento algum cai na mesmice.

Se o disco acabasse na sétima faixa, "Little Things", provavelmente já entraria em minha lista. Mas o quarteto liderado por Adrianne Lenker resolve continuar, com a voz dela trazendo uma fragilidade como na leonardcoheniana "Promise Is A Pendulum" ou a alegria cambaleante de "Love Love Love". Não tem nenhuma música que chegue ao que "Not" é, e ironicamente é essa a afirmação que o grupo precisa pra mostrar longevidade.









02
Wet Leg - Wet Leg


Finalmente o disco de um grupo que nunca tinha sequer arranhado em qualquer lista minha! Até porque é a estreia do Wet Leg, com a dupla de vocalistas e guitarristas Rhian Teasdale e Hester Chambers. O terreno do indie rock que elas andam é bem apreciado por aqui: Breeders, Elastica e Courtney Barnett ficam em evidência e talvez mais pelas guitarras e bases do que pelas vozes femininas.

Ter boas referências obviamente não é tudo nessa vida e, pelo menos nesse debut elas conseguem fazer um trabalho que é viciante, animação em 12 pequenas pílulas. Uma micro-resenha tão curta e simples quanto elas, mas elas são mais divertidas, confie.







01
The Smile - A Light for Attracting Attention


Bom, dá pra dizer também que meu disco gringo favorito de 2022 é um estreante. Não dá? É. Dá não. É um projeto do Thom Yorke e Jonny Greenwood do Radiohead com Tom Skinner, baterista multirrítmico da banda Sons of Kemet. Só aí já tinham garantido um lugar nos meus ouvidos.

Mas eles superam expectativas em um resultado que por muitas e muitas vezes traz mais peso e intensidade que os dois últimos trabalhos do Radiohead. Não é eletrônico como outros projetos de Thom Yorke, nem tão sinfônico quanto Jonny Greenwood poderia ser.

Aliás, parece demais com o Radiohead para não ser o Radiohead. E bem que poderia ser, apenas com o Tom Skinner de convidado para auxiliar o baterista Phil Selway a ter um pouco mais de molejo e mantendo Ed O'brien e Colin Greenwood.

Se não chega ao panteão de Ok Computer-Kid A-In Rainbows, fica acima de A Moon Shaped Pool, na rabeira em minha lista de 2016. Se um disco "menor" do Radiohead já e bom demais, imagina quando dois integrantes conseguem acertar o tempo inteiro? The Smile é isso.







Quando der, meu Top 5 nacional

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