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domingo, 7 de agosto de 2011

Você tem que ouvir - "Mushroom", Can

Can - "Mushroom", do disco Tago Mago

CAN-Mushroom from bugatti guerrino on Vimeo.




Texto incompleto, impreciso e delirante sobre a música:



Clichezão: não dá pra imaginar o Radiohead se não houvesse "Mushroom". Não dá para imaginar nenhuma banda de pós-punk dos anos 70 se não houvesse "Mushroom". Nada de PIL, Wire, Pere Ubu ou Gang of Four no horizonte.


Nem o que veio depois na Inglaterra, o contra-ataque à New Wave ultra romântica, seja golpeando através de distorção atonal, seja principalmente à base de batidas dançantes que nunca param de se repetir. O que dizer então do Daft Punk, Chemichal Brothers, !!! e o LCD Soundsystem? E, principalmente, como disse no começo, o Radiohead.


Claro, essas bandas existiriam e seriam influenciadas pelo restante de Tago Mago, um trabalho irrepreensível do Can, grupo alemão dos anos 70 de krautrock. Krautrock é a facção alemã da música progressiva, é o que dizem os clichês sobre o rock.


Mas há algum clichê de música progressiva na levada funkeada de "Mushroom" e algumas outras faixas de Tago Mago? E não é esse molho essencial para que as bandas que vieram depois do Can e sofreram sua influência não se tornassem insuportavelmente chatas como os progressivos que não estão incluídos dentro da prateleira kraut?


A música, segunda faixa do disco, é puro ritmo e obsessão, seja na batida que dá voltas e voltas sem sair do lugar, seja nos vocais ora calmos, ora angustiados de Damo Suzuki, repetindo incessantemente poucas frases, algumas praticamente ininteligíveis e até hoje fruto de discussão.


Não que importe, já que a descrição desdenhosa/agressiva de um cenário apocalíptico, seja através de um artefato nuclear ou de alterações no estado mental produzidos artificialmente, está ali simbolizado pela explosão que ouvimos na transição de "Mushroom" para a faixa seguinte, "Oh Yeah".


Além das frases insistentes cantadas por Damo, o destaque é a bateria. Tago Mago foi gravado em 1971 e eis aí mais um clichê batido, porém uma verdade inquestionável: a bateria de Jaki Liebezeit parece que foi gravada semana passada de tão boa que é.


Claro, "Oh Yeah" é muito mais legal, "Halleluhwah" tem um groove muito melhor e o ponto de partida para apreciar o disco de forma apropriada é "Paperhouse". Destacar "Mushroom" aqui serve como desculpa para que você vá ouvir esse disco todo, mesmo que já tenha ouvido antes.


E, enquanto estiver ouvindo, preste muita atenção em "Mushroom" e no seu minimalismo que explode como se fosse uma bomba atômica.




Bônus:
Jesus & Mary Chain - "Mushroom"

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