Modo Diverso
Show do Criolo no Circo Voador é tão especial que, no sábado passado, mereceu duas atrações de abertura, ambas vindas de São Paulo. A festa Discopédia, 100% vinil (com os djs Marco e Nyack), e o rapper Rico Dalasam.
Não teria data melhor para Rico se apresentar ao vivo: o MC entrou no palco na madrugada do 17 de maio, o Dia Internacional de Luta Contra a Homofobia.
Rico, auto-intitulado o primeiro rapper gay do Brasil, já chega chamando atenção pelo seu visual: metade da cabeça raspada e a outra metade com cabelos longos, calça colante, bota dourada de salto alto, blusa imensa do Fugees e o indefectível imenso cordão de ouro.
Mas a música também merece destaque. As batidas (com samples de axé, samba, baião etc) até são interessantes porém, com o som um pouco embolado, não deu para diferenciar muito. O lance de Rico são mesmo suas letras, algumas confessionais até (aliás, tem que ser muito macho pra cantar Não Posso Esperar), a grande maioria falando sobre aceitação e discursos pró-igualdade social, racial e sexual, com a linguagem característica do gueto.
Por ser um movimento relativamente novo, o queer rap tem no talentoso Rico o seu primeiro representante no Brasil. Que ele sirva de exemplo para quebrar barreiras, principalmente, no meio do rap, um dos mais machistas que se tem notícia.
Gravei 3 músicas que você pode conferir aí embaixo:
Ou, se preferir, clique aqui.
Lista de Músicas:
- Não Posso Esperar
- Deixa
- Roda-Gigante
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