Phantogram ao vivo: mais guitarra, menos trip hop
Seguindo o mesmo perfil do ano passado (quando as atrações internacionais foram Washed Out e Pink Mountaintops), o Converse Rubber Tracks Live 2015 investiu novamente em um novo nome da música e trouxe o Phantogram em sua primeira noite. No dia seguinte, o show foi do veterano Marky Ramone.
Vale lembrar que, na primeira edição do CRTL (realizada no saudoso Studio RJ), a atração gringa foi o lendário Mike Watt em um show arrasador, que o La Cumbuca teve o prazer de testemunhar.
Os shows do CRTL são gratuitos bastando apenas a inscrição em um site divulgado geralmente duas semanas antes do evento. Em um daqueles mistérios difíceis de explicar, o Circo Voador encontrava-se com menos da metade do público.
As inscrições acabaram rapidamente o que deixa bem claro que algumas pessoas tem o péssimo hábito de se inscrever em um evento e não ir.
Felizmente, o público pequeno também era barulhento, livrando-nos daquela vergonha alheia quando recebemos uma banda estrangeira e a casa está vazia.
Formado pelo casal Sarah Barthel e Josh Carter, o Phantogram, ao vivo, conta com mais dois músicos de apoio que ajudam bastante no peso das músicas. Sim, porque aqueles momentos introspectivos dos dois cds lançados (Eyelid Movies, 2009, e Voices, 2014) estão lá mas o que fica mesmo do show é o quanto a dupla cresce e aparece.
Bebendo da melhor fonte do cruzamento entre música eletrônica e guitarras (vê-se muito New Order em Turning Into Stone e The Day You Died), a dupla mistura vários elementos que funcionam bem tanto em estúdio quanto, principalmente, ao vivo, casando perfeitamente beats com distorção.
Em Black Out Days, Sarah anuncia que o Phantogram é de Nova York e que essa é a primeira vez deles na América do Sul. Nestes casos, você até espera um pouco de nervosismo no palco mas não foi isso que se viu.
Mísseis certeiros nas pistas de dança (Fall in Love) ou momentos mais pesados (Howling at the Moon) agradaram e muito ao público. Gosto bastante dos cds mas achei que, ao vivo, a performance da dupla seria modorrenta. Felizmente, me enganei.
Pra não dizer que não falei das flores, a calmaria de Bill Murray se fez presente. Aliás, coincidentemente, o Gorillaz também tem uma música homenageando o cult ator, o que sempre me confundia achando que o Phantogram havia gravado um cover do projeto de Damon Albarn.
O canto e a beleza de Sarah (talvez a irregularidade das fotos postadas aqui não façam jus a moça), atrai tanta atenção quanto o seu jeito animado de dançar. Ela se dividia entre cantar, tocar teclado e guitarra e ficar pra lá e pra cá o tempo todo, sempre muito agitada.
E a tal semelhança entre Josh e Phil Collins some completamente no palco até porque sua voz geralmente fica soterrada pelas traquitanas eletrônicas, chegando ao auge em Running From the Cops. Falando nisso, Josh tem o hábito de tocar guitarra curvando-se sobre ela durante praticamente o show todo o que me faz prever um sério problema de coluna lá pelo quarto ou quinto cd.
Pra encerrar, nada melhor do que Celebrating Nothing que vira uma jam barulhenta com todos pirando muito no palco.
Foram 15 músicas, eu gravei 14 que podem ser vistas aí embaixo.
Ou você pode clicar aqui.
Sobre o show de abertura, a cargo do grupo The Outs, você pode ver aqui.
Lista de Músicas:
- Nothing But Trouble (abertura do show)
- Running From The Cops
- As Far As I Can See
- Black Out Days
- Turning Into Stone
- Don´t Move
- The Day You Died
- Bill Murray
- Fall In Love
- Howling At The Moon (parte 1)
- Howling At The Moon (parte 2)
- When I´m Small
- Mouthful Of Diamonds
- Celebrating Nothing (encerramento do show)
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