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sexta-feira, 10 de julho de 2009

Concorrência internacional

Little Joy - 06/02/09


Uma das reclamações dos cariocas que gostam de bandas internacionais é a cada vez menos frequente passagem destas quando trazem suas turnês por aqui. Perdemos coisas bacanas por aqui para outras praças, e muitas vezes o que conseguimos ver é na marra mesmo, marra especialmente do pessoal do Circo Voador, como foi o caso da primeira passagem do Franz Ferdinand. E do Bloc Party ano passado.


Aí em um certo fim-de-semana de agosto de 2009 nós teremos duas bandas internacionais tocando. O Little Joy volta para o país na sexta-feira, dia 14, e o Friendly Fires toca no dia seguinte no Circo Voador. Ótimo, maravilhoso, mas voltemos à realidade. É lógico e claro que o público no Rio de Janeiro é peculiar. Uma das peculiaridades é que ele não costuma estar muito disposto a pagar caro pelo que vê (e a maioria dos lugares não é assim?). O melhor exemplo disso foi o show do R.E.M. por aqui.


Colocou pista VIP? Grandes chances dessa tentativa de arrecadar mais um troquinho de fãs desesperados dar com os burros n'água e de novo o exemplo do R.E.M. deve ser muito bom, mas, por experiência pessoal, só posso descrever como é frustrante ver um espaço grande com gente blasé e meio desinteressada mais perto do Muse enquanto muito mais atrás uma multidão se apertava e apertava os olhos para melhor ver o baixinho Matt Bellamy e cia.


Como não há a menor chance de haver pista vip no Circo Voador e essa possibilidade ser remota na Fundição Progresso, ficamos com a questão do ingresso: quanto será que vai custar? Porque o que poderia ser um sacrifício, comprar uma "meia" por 50 reais se torna impossível, passa a se tornar impraticável caso duas bandas tentem cobrar algum preço assim em um mesmo final de semana. Ainda mais em casos de bandas que, sem entrar no mérito da qualidade sonora, são do segundo escalão da imaginária hierarquia de estrelato de bandas indie-pop-rock-ou sei lá o que.


Bandas essas que muito provavelmente compartilham parte do mesmo público. Público que talvez tenha que escolher entre uma banda paralela que já tocou aqui e outra praticamente desconhecida que desperta curiosidade pela mistura de pseudo-batucada com disco-punk. E pode ser que a agenda dessas bandas só comportassem essas datas, mas não é como se viessem esse tipo de bandas todo fim-de-semana aqui para fazer sentido justo duas dessas se apresentarem na lapa em dias separados e consecutivos.


Não que alguém esteja pedindo por conselhos, mas se não for possível fazer essas bandas tocarem juntas (e ainda há a possibilidade de mais uma banda junto a Friendly Fires no Circo), que pelo menos 1) cobrem ingressos baratos e tentem ganhar dinheiro com produtos agregados ou sabe-se lá o que gere dinheiro nos dias de hoje e 2) façam um anúncio conjunto das bandas como um grande final de semana de pajelança indie ou algo assim. Quem sabe um desconto para quem quiser ir nos dois shows? Mesmo que não convençam o pequeno público que gosta de música pop e ainda tem coragem de sair de madrugada no Rio de Janeiro (porque eu não vejo as pessoas relacionarem alguns dos shows escassos de audiência com a guerra civil que nós vivemos) pelo menos estão de parabéns por trazer coisas legais para cá. No fim das contas, é um ato de coragem.

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