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quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Resenha, fotos e vídeos: Robert Plant & The Sensational Space Shifters no HSBC Arena (18/10/12)



"It's been a long time since I rock and roll"


A história de Robert Plant com o Brasil começou mal com o inglês cancelando, em cima da hora, o show que faria no “Rock in Rio 2”, realizado no Maracanã, alegando o medo de viajar de avião em plena Guerra do Golfo. Melhor pra nós; Billy Idol o substituiu, trazendo ao Rio a sua melhor turnê (“Charmed Life Tour”). Particularmente, apesar de adorar o disco (aliás, gosto muito até hoje) que Plant lançara na época, Manic Nirvana, agradeci e muito por ele ter amarelado, porque o fanfarrão Billy fez um dos melhores shows da história do “RIR”. E olha que a noite ainda teria Faith no More e Guns and Roses!






Em 1994, Robert Plant se apresentou naquela que talvez seja considerada a mais fraca edição do saudoso “Hollywood Rock”. E, em 1996, novamente no “Hollywood Rock”, retornou, ao lado de Jimmy Page, com o projeto “No Quarter / Un-Led-Ed”: versões do Led Zeppelin com toques orientais (a banda era formada por músicos marroquinos e egípcios). Aliás, um dos shows da minha vida.






2012, Plant, 64 anos, monta uma nova banda, The Sensational Space Shifters, e é com ela que desembarcou, neste mês de outubro, no Brasil para uma série de shows. Mais um dos inúmeros projetos pós-Zeppelin (Band of Joy, Honeydrippers, Strange Sensation), o “TSSS” caracteriza-se pelas versões blues (eventualmente, com toques de world music) de clássicos do gênero e, claro, do Zeppelin. O que pode agradar alguns e desagradar muitos pois tem muito fã que torce o nariz para estas viagens musicais de Plant. Só para constar, em 2009, Plant passou o rodo no Grammy (5 estatuetas) com Raising Sand, em parceria com a cantora e violinista Alison Krauss, um disco, basicamente, de bluegrass.






Eu mesmo não consegui reconhecer facilmente algumas músicas somente pela introdução, devido à total descaracterização do original. Só depois de alguns minutos é que dava pra sacar que se tratava de algum clássico. Mas isso, para mim, não foi ruim; achei muito mais interessante ouvir aqueles velhos “cavalos de batalha” de uma forma diferente do que da maneira tradicional.






Plant fez questão de homenagear os seus heróis de adolescência, os músicos de blues, incluindo canções de vários deles no setlist: Bukka White, Howlin´ Wolf, John Mayall & The Bluesbreakers etc.






Curiosamente, é um tipo de show que combinaria perfeitamente com o Festival Back 2 Black (novembro próximo, na Estação Leopoldina, Rio de Janeiro), graças, em parte, ao músico Juldeh Camara (República de Gâmbia – África Ocidental), responsável por instrumentos como o kolog (um mix de violino e banjo) e o bendir (algo como um “pandeirão”) – sim, eu tive de pesquisar para descobrir os nomes corretos. Em diversos momentos Plant deixa Juldeh brilhar, e o carismático músico o faz sem a menor modéstia. Como geralmente se tratava da desconstrução de uma música do Led Zeppelin, era divertido notar as reações contrárias de alguns mal-humorados da plateia.






Plant até aparenta a idade que tem mas ainda sacoleja o tempo todo pelo palco, incentivando a banda, interagindo com a plateia, batendo palmas, tocando o bendir. Tem a voz, não aquela voz de 40 anos atrás, mas ainda consegue arrepiar, principalmente quando lança um olhar de viking ensandecido que já passou por tudo nesta vida. Sabe a expressão "rock star"? Então, aqui ela se aplicaria de forma correta.






Momentos que valeram a viagem até a Barra em plena quinta-feira:

- Plant brincando com a plateia em “44 Blues”.
- O coro do público (“Spoonful”, “Going To California”, “Black Dog”, “Rock And Roll”).
- Fãs xiitas fazendo cara de “WTF” e demorando uns dois minutos até reconhecerem “Black Dog”.
- Plant vira coadjuvante e Juldeh rouba a cena em “The Enchanter”.
- “Going To California”. Emocionante!
- Plant perdendo o fôlego em “Rock And Roll” (“been a long lonely, lonely, lonely, lonely, lonely time").


Aproveitando, a produção do show e do "HSBC Arena" estão de parabéns pelo respeito ao horário. Na cidade maravilhosa, com a péssima tradição de desrespeitar horários, um show (durante a semana) que começou na hora prevista e terminou antes da meia-noite, merece ser elogiado!








Vejam 9 vídeos que gravei!





Ou clique aqui!


Lista de Músicas:


- Fixin To Die

- 44 Blues

- Friends

- Spoonful

- Black Dog

- The Enchanter

- I´m Your Witchdoctor

- Going To California

- Rock And Roll

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