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segunda-feira, 14 de abril de 2014

Lollapalooza Brasil 2014 - Impressões Finais








Já falei bastante sobre os shows do Lollapalooza que aconteceram no primeiro domingo de abril em São Paulo, no Autódromo de Interlagos (o festival também aconteceu no sábado), mas cabem aqui mais algumas considerações sobre como foi o festival em diversos aspectos, para que tenhamos uma noção sobre em que pé estamos em relação aos grandes festivais que acontecem no Brasil.



Falei aqui sobre os shows de Francisca Valenzuela (o finalzinho), Apanhador Só, Illya Kuryaki And The Valderramas e Johnny Marr:


Lollapalooza Brasil 2014: um domingo bonito e escaldante em Interlagos - Parte 1





E aqui falei sobre Ellie Goulding, Vampire Weekend, Pixies, Soundgarden e New Order:


Lollapalooza Brasil 2014: um domingo bonito e escaldante em Interlagos - Parte 2




Agora, as considerações.




A ida e a saída do Autódromo

Interlagos é longe, muito longe. Mas tanto para ir quanto para voltar houve relativa tranquilidade indo de trem. No site do Lollapalooza é dito que "o local está a aproximadamente seis minutos de caminhada da Estação Autódromo". Bom, eu corri, pois queria ver a tempo o show da Francisca Valenzuela, e levei bem mais que seis minutos. Mas só peguei o fim do show porque não saí mais cedo. Havia um outro portão, acessível por linhas de ônibus, que me deixavam mais próximo ao palco onde veria a maioria dos shows (Illya Kuryaki And The Valderramas, Johnny Marr, Vampire Weekend, Soundgarden), mas vivendo e aprendendo... De toda forma, ajudado por um sistema de trens e metrô bem melhor do que no Rio de Janeiro (se bem que comparar qualquer lugar com o lixo que é o transporte no Rio chega a ser covardia) a chegada e saída do festival foi positiva.





Filas

Quase todas as filas, seja para a entrada no festival, compra de tíquetes de alimentação, a utilização desses tíquetes para pegar comida e bebida, e os banheiros, eram bem pequenas no domingo. Pelo menos entre as filas presenciadas por esta Cumbuca. Única exceção foi a fila para pegar cerveja em uma barraca próxima ao palco onde naquele momento acontecia o show do Soundgarden.





Preço da cerveja

A grande bola fora do festival. A cerveja era Skol, que inclusive dava nome a um dos palcos. Skol é ruim, todo mundo sabe, mas com o calor que estava, até desceria bem. Desceria se não custasse NOVE REAIS (pense nessas letras em negrito sangrando). Não há nada além de ganância que justifique um preço desses. Se valesse quatro reais, estava mais do que paga essa água com gostinho de milho. Mais do que quatro reais é roubo.





A distância e o acesso entre os palcos

Uma reclamação recorrente por aí, e que já comentei nos textos sobre os shows, foi sobre a distância entre os palcos. Realmente, era preciso caminhar mais do que estamos acostumados em festivais em solo brasileiro. O resultado favorável disso é que, no geral, não era possível ouvir o som de outros palcos vazar para o show que você estivesse assistindo. Então parece um preço razoável a se pagar. Por outro lado, o acesso entre os palcos pode ser melhorado. Pelo que foi dito, no sábado houve um verdadeiro congestionamento de gente que tentava transitar entre um palco e outro. No domingo com menos gente, em certos momentos era claro que as caminhadas longas podiam ser mais tranquilas se existissem outros pontos de passagem e de "entrada" para área dos palcos, algo que pode ser melhor estudado para a edição 2015.





A quantidade de palcos (e de atrações)

Por conta da distância entre os palcos, li em algum lugar a sugestão de que no ano que vem o festival tenha menos palcos. O que deveria acontecer é o contrário. Pelo preço do ingresso, deveríamos ter MAIS palcos, mais atrações e, sim, se você quer assistir o maior número possível de artistas em palcos diferente, mais caminhada. Poderíamos ter mais atrações nacionais interessantes (aliás: como alguém faz um festival no Brasil e não chama o Metá Metá??) e atrações internacionais que fujam um pouco dessa obviedade que reina atualmente nos festivais de todo o mundo (goste-se ou não, é um tal de Muse, Phoenix, Red Hot Chili Peppers - o único dessa "turma" que não tocou no Lolla Brasil, mas bateu ponto na edição chilena - e Arcade Fire em tudo quanto é festival do planeta... Legal que o Brasil esteja nessa rota de "grandes" shows, mas está faltando personalidade nessas curadorias para encaixar outros artistas). Quanto mais opções, melhor, apesar de volta e meia poder acontecer aquela aflição de escolher entre um ou outro de seus artistas preferidos. Mas isso pode significar menos gente apinhada em um mesmo lugar, o que melhora o acesso pra todo mundo.





Os palcos

Não tenho a menor vontade e compromisso de fazer propaganda de marcas, embora tenha mencionado a Skol mais acima. Marca de carro então é que evito mesmo. Então chamo o palco onde tocou Johnny Marr, Vampire Weekend, etc, de "mais distante". Já foi mencionado durante a resenha dos shows, mas vale o reforço: foi este o palco mais interessante, tanto para quem queria ver a banda sem se espremer na frente, podendo ouvir bem a música mesmo de uma razoável distância. Os outros dois palcos foram ok nesses quesitos também.







Pontualidade dos shows

Uma das grandes conquistas nessa lenta evolução de mega festivais no Brasil, os shows assistidos por La Cumbuca não tiveram nenhum atraso maior do que três minutos. Isso permite que a volta para casa não seja comprometida (já que metrôs e trens têm seus horários de funcionamento) e ajuda a não avacalhar com a programação que fazemos dos shows que queremos ver.





Lixo

Não é exclusividade do Lollapalooza, mas é um grande mistério: será que é tão difícil instalar lixeiras em um festival? O que costumo fazer é ir guardando o que dá no bolso até achar uma lixeira, mas que tal ajudar a gente, Lollapalooza? Desde a hora que cheguei o gramado estava sujo, como resultado do dia anterior, o que já mostra que o serviço de limpeza não funcionou muito bem. Tanto as lixeiras que existiam nas áreas de bares e lanchonetes quanto as poucas que existiam fora dessas áreas, ficaram cheias antes do final da tarde e o lixo não era recolhido. Não adianta pedir educação e conscientização do público se não são dados os meios para isso.





Saldo final

Em geral, é arriscado ir a uma primeira edição de um festival. O Lollapalooza Brasil está em sua terceira edição, mas é a primeira vez que estaciona no Autódromo de Interlagos. O risco foi recompensado por ótimos shows em uma boa escalação no domingo (no sábado, considerei o nível de atrações bem fraco) e uma boa experiência, ainda mais se considerarmos desastres como o Rock in Rio de 2011 ou todos os perrengues relatados sobre o finado SWU. Com isso o Lollapalooza se aproxima da qualidade do festival Planeta Terra que, dizem, não deve acontecer este ano, infelizmente. Infelizmente porque ainda falta um pouco (ou muito, por relatos sobre o sábado) para os organizadores do Lollapalooza poderem dizer que fizeram um festival que não só encheu o bolso de grana, mas respeitou seus principais clientes: o público. Aguardemos o que eles trarão de bom para 2015.





Adendo - Outros links sobre o Lollapalooza

Enquanto vou escrevendo e divagando sobre os shows que assisto, acabo deixando de ler vários outros textos sobre o festival de gente muito bacana, alguns até que não foram ao festival. Então, para eu recuperar o tempo perdido e para vocês lerem outras opiniões sobre o festival, aqui alguns:


Scream & Yell


Floga-se


A Ilha dos Mendigos


Ronca Ronca


Rock em Geral

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