![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuB4nUCRurmTKkCUMgOiDchTNYibrDn7nvwxadqPD-3eJPcYLdleBiLF1RCpLJD53agZZlUkfCDlYtH2m7ILkhLo9Rwhn7TbcEoyBKUBSC2xwKuvTCK6udVurWb7APEQBd_mt2z5H2UKw/s1600/IMG_4847-001.jpg)
Revisitar outras épocas musicais pode ser sinal de falta de criatividade, como pode ser uma homenagem e até a busca de novas ideias diante daquilo que já existiu. E quando um grupo de músicos nerds ama tanto um certo período e ainda tem a chance de trabalhar com lendas desse período, que é a soul music norte-americana, devotos e contemporâneos do ápice de James Brown e Aretha Franklin que nem sempre tiveram o reconhecimento merecido na época em que surgiram?
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgz1B_aKKKovGn-c_xUXOLMxPsUAQL1s55DzUbu6-GYisk6R9t1Nm0CTiCXUb159c8HF0oOtZufw03KTD2JDM8vhletZMI9M5sOC7N313ufnSnejMLLz3y4p4AQo10N43QZYS5Rdepeu-k/s1600/WP_20170607_21_42_02_Pro-001.jpg)
Além de cantoras como Amy Winehouse e grupos como The Black Keys (estes uma dupla de rock mais garageiro, mas interessados no soul/funk/r&b dos 60/70), outros músicos foram buscar nesses cantores da época a coisa mais "real" possível. Então vimos nos últimos anos o surgimento/ressurgimento, descoberta/redescoberta das vozes poderosas de Sharon Jones, Bobby Womack, Charles Bradley e Lee Fields.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0lQDeSKY13irb1kf6vGT2BqtkzvyulHq_ccQY5b9eLsRBVnA2EvTrRdTM4yJJHYUTDkhBQk7qr9q74qLPQ7gH6Lu22g_S7SSe349aDoVXVEf2Y1phgGpWFnVmD_EBxjAq1rrXhRzsEFs/s1600/IMG_4844-001.jpg)
E foi Lee Fields que veio esta semana ao teatro Casa Grande no Rio de Janeiro para mostrar músicas da retomada de sua carreira nos últimos 15 anos. A casa no Leblon teve um bom público para receber o cantor e sua banda, The Expressions, alguns dos tais músicos aplicados em retomar o soul e funk de décadas atrás.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjx9MtmtkKXtVaKZTED94Vr531cm_ajTFd-ssm1zUHbDht5igDpcPBY8kPPbHAS3wUV7MsMqX6y_J-NmTUPfV2z_6hNVG0JmkBdR189Bbv4YNJQzevv20kcWVeTxfnoJTVwsXTQDLhkNp8/s1600/IMG_4839-001.jpg)
A banda entra primeiro, todos elegantemente uniformizados, já começando a tocar, até que o saxofonista faz as vezes de mestre de cerimônias para anunciar a entrada do cantor, trajando um brilhante paletó vermelho.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjx0qY6uEYB4hAtU_hfdFYAcfrt5XWBYgclPiNPI8qTtjkGHwdEzhemxYmZ_Pm59KDCr2cLR30Cb0dr91N9fIVaTI9SZZC3afKdt6t9bsP28PwMiVa2njmR3nXLiE5lE_Iqc_EH41-m9I8/s1600/IMG_4842-001.jpg)
Aqui no La Cumbuca já tivemos a bela oportunidade de assistir a apresentação de Charles Bradley no Primavera Sound em Barcelona e tudo que acontece no show dos dois cantores é muito semelhante: a banda toca uma música, um dos músicos apresenta o cantor, o cantor deixa todo mundo embasbacado, se retira deixando todo mundo querendo mais, a banda toca mais uma instrumental e o cantor volta, vestindo outra roupa, para a consagração final. Fórmula vencedora em ambos os casos.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZDpVzA9AYM5KaUjG23z-uah7n6YUT7XxvBnE37U5gYNMhaN6bDH7-NRnwoaBRSqxKE5BzRwu54V_u5WVH-HCDBgdTwEPbp-mQqZJWu-JICoTbUm3A3q2Z38XjVsbW8QnqGoLP6dcruZc/s1600/WP_20170607_21_59_25_Pro-001.jpg)
As diferenças são, entre outras coisas, a voz rascante e a performance explosiva de Bradley, enquanto com Lee Fields é tudo, pelo menos de início, um tiquinho mais comedido, mais voltado a explorar lindas melodias e emoções da soul music. Dá pra dizer que é um fogo que começa baixinho antes de incendiar a Casa Grande.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuKY8aXg6wsSBVRugwJ_UgWizonvOuMojTy-s644xDgLnCjRZpZ3OSexdTRgkXdx9A7dcpGTYEyB4tGzt4JD0XjiSbNpGnoFLzaY4RTBMshaeArCNk5D8Dx96-gGcowBHZOZc6RhymcKU/s1600/WP_20170607_22_31_07_Pro-001.jpg)
É uma tarefa árdua, considerando que o público do teatro no Leblon até obedece as batidas de palmas e levanta quando Fields manda, mas na maior parte do tempo não corresponde ao calor do espetáculo e prefere ficar aboletado nas cadeiras, com exceção de alguns mais empolgados que felizmente tomam uma das laterais da casa. É o mínimo que poderia acontecer em um show produzido pelo pessoal do Queremos e que chama de "empolgados" os fãs que conseguem trazer os artistas.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1OOogeuV3Hr39bS9Lx6Q-OzeNHoALWoWYnzPeiaAY4bQV1N61-mhTeAVBraL-2E8t_ajeyFGUth5RRZZAr2uV9EcSO7J4Zigu_hiOaCfQxtx6-Ncy-B79OBnQmp1ycjzxW_END8vq-z0/s1600/WP_20170607_22_31_14_Pro-001.jpg)
Lee Fields não se dá por vencido e faz toda sua performance conforme o programado, não só cantando, mas dançando, interagindo e se entregando às suas canções. Dessas, a melhor é "Make The World", mais funkeada e pesada que a média do setlist. Quando volta para o bis já com novo figurino, o público finalmente abandona as cadeiras e uma boa parte vai para a frente do palco acompanhar de perto "Honey Dove", com um final que é um "soul-hardcore" incrível. Um show curto, de pouco mais de uma hora, porém bem mais do que o Rio de Janeiro mereceu.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi80XTT33qB0Y5cfUJizFqsQWIpjWsJYZYcSoomxt10PwDH1Do4uw9pzdAysXYSE3nhm08XbjOrJJ5Vzmjh0IQ-8cRm5fUIteCmPEt1M4oNv7lYgb4-3_S_i2JMao9zX6o8nWWQhuUDiC0/s1600/IMG_4840-001.jpg)
Veja quatro vídeos do show aqui ou abaixo:
Músicas gravadas:
- Introdução, "I'm Coming Home"
- "Special Night"
- "Make The World"
- "Honey Dove"
Nenhum comentário:
Postar um comentário