Novidades musicais de todos os tempos. Também estamos em:

Flickr : Youtube : Twitter : Facebook

Destaques do site:





sábado, 17 de janeiro de 2009

Paraphernalia e Vitor Araújo no HPP (16/01/2009)

A sexta feira vem provando ser o dia mais badalado do Humaitá Pra Peixe. Tanto no show do 3 na Massa, sexta passada, quanto na apresentação de ontem, a sala Baden Powell estava bem cheia.

E quem teve o prazer de atrair a atenção do grande público no inicio da noite é uma banda que foge às características do HPP. O Paraphernalia, além de ser instrumental, é uma banda de músicos experientes. Com toda essa experiência fica difícil decepcionar.

Foi chato ficar pregado nas cadeiras da sala durante o show. Todas as músicas do grupo tinham um ritmo contagiante! As crianças, provavelmente filhos de músicos, ficaram eufóricas dançando na frente do palco! As levadas certinhas, arranjos safados... Tudo para a alegria do espectouvinte. A banda em si também é uma simpatia só. Piadas durante o concerto, respostas às provocações da platéia, nem mesmo um problema com a guitarra fez Bernardo Bosisio perder o bom humor. A experimentação entre jazz, soul, rhythm 'n blues pareceu agradar ao público que delirava com o som. O Paraphernalia fez um dos mais animados shows do festival. Com descontração, boa música e bons músicos não há quem não goste. O que mais se via eram sorrisos na cara de quem estava saindo do show. 

Quando todos se retiram o palco começou a ser preparado para a próxima atração, o pianista Vitor Araújo. Sai trombone, bateria, trompete, teclado e meio kilo de fios para dar lugar a alguns microfones e um lindo piano. O palco parece outro. E é com esse circo que o jovem pianista se apresenta.
Num primeiro momento parece que ele tem medo da platéia, chega correndo e pula no banquinho para começar a conversar com o piano, depois tudo se explica. Vitor toca duas belas canções sem encarar o público. Quando se entrosa com o piano percebe que é hora de se apresentar. Levanta, se apresenta e fala que o chamaram lá de Recife pra vir bater um papo sobre música no Rio de Janeiro. Agradece a todos pela presença e retoma o espetáculo. Vitor é claramente especial, pelo que toca e pela leitura que ele faz da música. 

Antes de tocar um cover, prepara a platéia contando que num encontro com músicos  fez fofocas sobre a vida de Beethoven, Chopin e amigos, assim como comentou a respeito do disco novo do Radiohead, o que causou um espanto nos demais presentes. Ele então tenta conciliar os dois lados, o Radiohead e a música clássica. Pega um hit da banda de Oxford e junta com tudo que sabe sobre os adorados músicos clássicos. Disso sai uma versão que dá arrepios de "Paranoid Android". Eu já tinha visto no YouTube, mas não é 1/100017 do que é ao vivo, é impressionante o impacto de suas leituras.
E como se tudo aquilo fosse normal, Vitor continua e mostra que ainda há mais quando se prepara para tocar "Paulistana #1". Descreve como essa canção em especial causa uma sinestesia, mas quem foi ao show com certeza sentiu isso o tempo inteiro. Seja em "Valsa da Dor" de Heitor Villa-Lobos ou no estudo de "Samba e Amor" de Chico Buarque, enveredando numa música de Ray Charles.

O que eu realmente não senti foi o tempo passar. Já passava das dez e o show tinha que acabar, a produção estava apavorada do lado do palco para encerar. Vitor não parecia sentir o tempo também. Alheio a tudo, finalizou o show falando sobre as coisas simples, como são importantes, e para exemplificar ele toca sua versão de Asa Branca. Nesse momento ele se reafirma como um alquimista que transmuta mágica dentro das pessoas.

Quando o som do piano para, as pessoas presentes na sala ainda precisam de alguns segundos para se recompor e começar a bater palmas, palmas que calam o produtor do festival, que se vê obrigado a chamar o menino de novo ao palco. Ele volta para tocar uma composição sua e novamente encanta a todos. 'Valsa Para Lua' marcou o fim da apresentação que ainda não acabou na minha cabeça. Ainda preciso de muito tempo pra entender o que foi aquilo.

Fotos por Tomás Rangel - Retiradas do site do HPP

2 comentários:

D.J CHEECH disse...

muito foda !!!



wwww.mixtape21.blogspot.com

Matheus Pinheiro disse...

Bela resenha, Túlio.