Rio de Janeiro em algum lugar da zona norte, quarta para quinta-feira, 3 e 20 da manhã
Quantos shows da banda Eddie eu já vi antes? Quatro, cinco? E quantas músicas diferentes eu já vi a banda tocando? Vinte, trinta? Talvez até mais do que isso, porque nos últimos shows que assisti eles trazem várias surpresas que vão além do seu repertório atual que prioriza os dois últimos álbuns, o mais recente Carnaval No Inferno e o anterior Metropolitano. Neste último show no Teatro Odisséia, umas duas músicas depois de dizer que iam tocar só mais uma, o vocalista e guitarrista Fábio Trummer começa a tocar de forma aparentemente improvisada "Eu Só Poderia Crer", do primeiro disco, Sonic Mambo, uma das minhas músicas favoritas do grupo de Olinda.
Meia hora depois do fim do show, deitado na kombi de volta pra casa, ouvindo um papo surreal, como de costume, e olhando quase colado ao teto do veículo uma lua meio cheia, meio minguante, eu lembrei: faltou "Quando A Maré Encher"! Talvez seja um atestado da qualidade do show você demorar até notar que a banda não tocou a música mais conhecida deles. Do repertório que eles costumam tocar, senti falta de "Maranguape", talvez pela saudade de me cansar de ver os ônibus Maranguape I e Maranguape II quando estive no carnaval em Recife.
Além de músicas, senti falta dos amigos, mas na hora que Eddie toca "Vida Boa" e "É De Fazer Chorar", todos em volta viram amigos na roda de folia frevo-punk que se instaura. Mesmo não estando tão cheio quanto o abarrotado show de março no mesmo Odisséia, impressiona a quantidade de gente disposta a estar ali de madrugada no meio da semana. Rubinho Jacobina participa do show em dois momentos. Na segunda vez surge seu grande hit, "Artista é o K" e Fábio Trummer aproveita para emendar marchinhas cariocas e pernambucanas: "quem não chora não mama", "mamãe eu quero mamar", "hino do elefante", é carnaval de novo, é carnaval sempre.
2 comentários:
"Além de músicas, senti falta dos amigos"
Que grande viadagem. =/
Tá virando viado depois de velho. Fica tranquilo, Móveis vem aí.
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