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quinta-feira, 3 de junho de 2010

Verão 2010 pelo Nordeste - parte 02

Continuando a falar sobre a viagem que fiz em janeiro pelo nordeste, onde no começo me interessei mais pelas praias do que por música.


Mas foi em Salvador, faltando uma semana para começar, pelo menos oficialmente, o carnaval, que os shows ficaram realmente imperdíveis. No sábado, o Sesc/Senac Pelourinho abrigava o Retrofolia, versão trio elétrico do grupo Retrofoguetes. O trio instrumental, com acréscimo de mais dois músicos, se transforma em uma usina de força movida a três guitarras baianas, frevo, samba, axé e até lambada, tocados em velocidade máxima.


Retrofolia - 06/02/10

Retrofolia - 06/02/10


Confete e serpentina, distribuídos na entrada do lugar, eram arremessados o tempo todo. As participações de vários músicos, entre eles Ronei Jorge e Lucas Santtana, intensificavam o ritmo festivo.


Retrofolia - 06/02/10

Retrofolia - 06/02/10


Vejam esses três vídeos do baile para ter uma idéia.


No dia seguinte aconteceu o Grito Rock Salvador, com atrações locais e vindo do Acre, o Caldo de Piaba. Mas antes do Caldo, vieram as locais Você Me Excita e Vendo 147. Você Me Excita é disco-punk rápido e caótico. Mas caótico no bom sentido. Guitarra, baixo, bateria e teclados vinham em forte intensidade e batiam forte pelo lugar, apesar de uma certa apatia / desconfiança do público. Bom, eu adorei! E ainda dão um golpe de misericórdia tocando The Who!


Você Me Excita - 07/02/10


Eu já tenho simpatia pela Vendo 147 desde que li esse nome por aí, que vem de "Vendo Fiat 147". Mais um grupo instrumental, assim como a Retrofoguetes e Caldo de Piaba, com a diferença de ter dois bateristas que ficam um de frente para o outro, com um bumbo compatilhado para os dois. O resultado disso com as duas guitarras é uma espécie de heavy-post-rock que leva a garotada soteropolitana a formar roda de pogo no estreito espaço da Boomerangue, casa que lembra um pouco o Teatro Odisséia aqui no Rio de Janeiro. Para terminar, um pot-pourri com riffs pesados famosos.


Vendo 147 - 07/02/10

Vendo 147 - 07/02/10


Então chega a vez do trio instrumental do Acre. E sem complicar muito, misturando guitarrada, ska, blue e funk, mostrando desde músicas próprias a recriações de Tim Maia e Beatles, Caldo de Piaba faz o grande show da noite. Dentro do universo instrumental brasileiro eles não se aproximam do virtuosismo do Macaco Bong ou do som experimental de boa parte dos grupos desse gênero. Estariam mais próximos de uma mistura entre os gaúchos do Pata de Elefante e os paraenses do La Pupuña.


Caldo de Piaba - 07/02/10

Caldo de Piaba - 07/02/10


Tenho uma certa preocupação com esse excesso de música instrumental no circuito independente, mas na hora que grupos como o Caldo de Piaba começam a tocar, fica difícil ter outra coisa em mente além de curtir o som. Encerrando a noite veio Maglore, banda com claras influências de Los Hermanos e Moptop. Mas para mim o grupo mostra potencial quando foge um pouco dessas referências em uma das músicas que fico devendo o nome, mas se destacava das demais pelo ritmo.



Já chegamos na segunda, e a 5 dias do carnaval "oficial" havia a chance de ver, no Palourinho, Lucas Santtana com o coletivo Ghettotech, tocando e misturando ritmos do terceiro mundo, de tudo que é possível imaginar entre a cumbia e o ragga, com intervenções vocais de duas moças que convidavam as pessoas a dançar com elas no meio do salão.


Guattotech - 08/02/10


A única coisa que consegui reconhcer no meio do repertório foi quando tocou Orquestra Brasileira de Música Jamaicana. Depois, em cima do palco, surgiu o Baiana System, formado por vários músicos de grupos de Salvador, como Lampirônicos e Ministereo Público.


Baiana System c/ Retrofoguetes - 08/02/10

Baiana System c/ BNegão - 08/02/10

Baiana System c/ Lucas Santtana - 08/02/10

O show contou com participações especiais de Lucas Santtana, Bnegão e Retrofoguetes. Rock, pop, frevo e música baiana de várias vertentes, encerrando pra mim o passeio pelo nordeste. Era hora de voltar para o Rio de Janeiro e fechar com chave de ouro, pulando o melhor carnaval do mundo. Que não é o daqui, de Salvador ou de Recife, mas sim aquele em que você se diverte.

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