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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

O Carnaval 2016 no Rio de Janeiro: Tranquilo e Favorável - Parte 1





Para muitas pessoas o carnaval nunca termina (24 hour carnaval people?) mas acho que já podemos avaliar como foram os festejos deste ano no lugar que mais nos interessa, que é na espontaneidade, nos encontros e na alegria pelas ruas do Rio de Janeiro, mais especificamente do Centro, Gamboa, Tijuca, Laranjeiras, Largo do Machado, Quinta da Boa Vista e Glória. E, como sempre, a coisa toda começou muito cedo, muito antes das datas "certas". Relembrando alguns dos blocos dessas semanas do começo do ano que costumam nos dar o combustível para enfrentar os meses seguintes.





23/01 - Vou Treinar e Volto Já




Ótimo "treino" para a folia que viria nas semanas seguintes. Se tem uma coisa muito importante no carnaval é você ouvir uma música ao longe sem saber muito bem de onde, procurar, encontrar o bloco e se deixar levar. Quase todas essas orientações são seguidas aqui pela casa e o resultado foi mais uma vez positivo.



O Vou Treinar e Volto Já é feito pelo sindicato dos atletas de futebol do Rio e saiu arrastando quem estava pelas ruas, com uma bateria poderosa da Estácio de Sá, um samba-enredo animado e cantando outros sambas famosos no passeio curto que faz pela área da praça Afonso Pena, na Tijuca. Mesmo duas semanas antes do carnaval já tinha um ou outro fantasiado, mas a maior parte do bloco era composta por gente com a camisa do bloco.






24/01 - Quinta da Boa Vista - Maracutaia / Céu na Terra




Usada meio que como divulgação da Farm, mas quem dera toda ação de marketing fosse assim. É chamado de bloco Meu Glorioso São Cristóvão e tem um DJ tocando perto de uma das entradas, mas basicamente eram três dos blocos mais conhecidos fazendo um cortejo pela Quinta da Boa Vista. Na verdade, o Amigos da Onça começou lá fora, vindo da fábrica da loja de roupas, mas só cheguei na hora do Maracutaia, que batucou muito na subida por onde passa pelo Museu Nacional. E voltou no mesmo pique para a entrada.



Depois foi a vez do Céu na Terra, provavelmente a melhor oportunidade para ouvir o bloco neste carnaval, já que dava para ficar ao lado dos músicos e ao mesmo tempo dançar sem aperto, diferente de quando desfilam no carnaval em Santa Teresa. Para coroar tudo, uma mini-diva mirim nos ombros do pai mandava beijos e acenava para seus recém-convertidos súditos. Tarde bonita e com um número bom de fantasiados, em um espaço que precisa ser mais aproveitado pelo carioca, não só no carnaval.







30/01 - Bloco da Ansiedade





A quantidade de foliões era o suficiente para ficar bonito e ao mesmo tempo dançar e, mais importante, ouvir os frevos deste bloco de frevo que homenageava este ano Olinda. Bom, todo desfile deles é uma homenagem a Olinda e à música pernambucana, né. Para ser perfeito só faltava uma ladeira para chamar de sua. Mas ele sai ali pela área do Largo do Machado, tendo como ponto de partida e chegada o mercado São José.





De resto, tem tudo que um bloco de frevo pode pedir: sombrinhas coloridas, boneco gigante, dragão alegórico e passistas frenéticos. Com gente o suficiente para deixar as ruas cheias de cores e fantasias, mas com espaço para dançar e se divertir. E um momento especial, com uma senhora saindo na varanda de um sobrado em cima de um bar, chamada pelos foliões de "Dona Florinda" por conta dos bobes no cabelo e acenando para o bloco. Essas coisas sempre emocionam esta cumbuca carnavalesca e fazem perceber o que há de mágico no carnaval.






31/01 - Escravos da Mauá




Fazia um sol impiedoso no domingo pré-carnaval, por volta do meio-dia. Mais ainda para quem se fantasiou de árabe, embora pelo menos o clima desértico fosse uma boa composição para a fantasia. No largo da Prainha, perto da Praça Mauá, cada sombra era disputada na espera pelo início do desfile dos Escravos da Mauá. Em uma das subidas para o Morro da Conceição, além de sombra e cerveja "não-oficial" (tempos estranhos), também estava se preparando o pessoal das pernas-de-pau que acompanhariam o bloco.





Mesmo com o calor absurdo, o desfile começou, com direito a fogos e balões azuis e amarelos, cores da agremiação, pela parte já revitalizada da região. O melhor disso é que o espaço em todo o trajeto é bastante largo, então mesmo relativamente cheio dá para ouvir bem o samba-enredo deste ano, "Muito Prazer, Escravos da Mauá". Um carro-pipa aplacou a temperatura, mas na Avenida Venezuela, com mais sombras, foi só alegria. Entre as fantasias, o destaque foi o "bloco das mulheres do Pedro Paulo", todas devidamente com olho roxo e escoriações, um dos "hits" do carnaval.






05/02 - Bloco Brejeiro




Não é muito fácil conhecer a história do bloco. O nascimento foi em 2003, há alguma relação entre ele e músicos que tocam no Boi Tolo e Orquestra Voadora, e eles chegaram a ser divulgados em sites com agendas de blocos, mas sumiram de uns anos para cá. Sumiram da divulgação, mas continuam fora da oficialidade, com o desfile que começa ali na saída do Metrô do Flamengo e percorre ruas do bairro até (geralmente) chegar na Praça São Salvador.



Assim como no ano passado, foi o melhor indicativo que o carnaval realmente aportou na cidade em todo seu esplendor. Todas as marchinhas clássicas possíveis, contingente bom de músicos e quase todo mundo já fantasiado. Quando chegaram na Rua Senador Correa esta briosa equipe de reportagem tirou o time de campo já satisfeita, afinal de contas ainda tinha muito carnaval pela frente.



Os blocos a partir de sábado até a segunda de carnaval continuam na parte 2.



E não se engane pelo título, ainda falaremos mais pra frente dos problemas que o poder público tem causado no carnaval livre da cidade, algo nada tranquilo, muito menos favorável...

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