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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

O Carnaval 2016 no Rio de Janeiro: Tranquilo e Favorável - Parte 4




Aqui, as partes 1, 2 e 3.


Chegou o momento de começar a despressurização do estado de carnaval, mas a gente sempre acaba achando uma saideira, duas, três...





10/02 - Bloco das Mulheres Rodadas





O bloco surgiu ano passado, mais como uma resposta a babaquices da extrema-direita brasileira do que como bloco propriamente. Mas, no fim das contas, virou realidade. Poderia haver alguma chance de se tornar mais um manifesto, um ato político, do que um bloco (todo bloco é, por mais comercial que possa ser, um ato político, acho, mas não quero me alongar no assunto por enquanto). Pelo menos este ano, em que pude conferir as Mulheres Rodadas, não foi o que aconteceu, foi bloco efetivamente.





O bloco saiu do Largo do Machado com direção ao Aterro do Flamengo, bem vistoso e animado, apesar de parar de tocar de vez em quando, cantando marchinhas e outras músicas brasileiras de diversos ritmos com inclinações feministas. Passando na Barão do Flamengo, uma rua cheia de prédios altos, e que mesmo assim não davam sombra suficiente para os foliões, uma grande emoção: primeiro, uma senhora jogou um balde de água, para alegria da galera suando. Depois outra pessoa em outro andar. Depois outro em outro prédio. De repente era água saindo de várias janelas e refrescando o bloco. Quase no final da rua rolou até água de mangueira, vindo lá de cima.



Cantando uma versão para "A Luz de Tieta", de Caetano Veloso, que criava o verso desbocado e genial em homenagem a um alvo preferencial do grupo, "Eduardo Cunha quer controlar minha buceta", um pouco de dificuldade para chegar ao Aterro pela passagem subterrânea jorrando esgoto, mas superado esse obstáculo e no meio das árvores as mulheres rodaram seus bambolê num bailão que certamente deve ter ido além das expectativas das criadoras do bloco.






10/02 - Me Enterra Na Quarta





Com a antecipação do desfile do Super Mario Bloco em Santa Teresa para a quinta-feira antes do carnaval, e o fim do Me Beija Que Eu Sou Cineasta na zona sul, que começava de manhã, mas muita gente chegava de tarde, ficaram ainda mais escassas as opções para quem não quer parar de comemorar o carnaval. Com isso o Me Enterra Na Quarta, que mesmo sem estar há alguns anos na agenda oficial crescia a cada ano, este ano cresceu absurdamente.


Mesmo assim, e mesmo demorando um pouco para começar, começou bonito e potente, encorpado por muitos músicos. Destaque especial para uma sequência de axés e outras músicas da Bahia, quando o bloco ficou um bom tempo parado na esquina da Paschoal Carlos Magno com Felício dos Santos.





Um pouco antes, um cheiro estranho, como se fosse gás lacrimogêneo ou de pimenta. Alguém disse que era um extintor de incêndio que abriram, e apesar da informação não fazer sentido, não chegou a atrapalhar o bloco naquele momento. Mas o trajeto tradicional do Largo dos Guimarães até o Bar do Gomes estava demorando muito, com o bloco andando bem devagar. Por mais que estivesse divertido, já era hora de ir embora.


Enquanto isso, uma viatura da polícia vinha em alta velocidade em direção ao bloco. Depois as notícias começaram a aparecer da agressão que o bloco recebeu da polícia e a mudança de rumo que os fizeram ir para a Rua do Riachuelo, para a Lapa, Beco do Rato e sabe-se lá mais onde, em um modo "boi tolo cinzento" de ser. Mas sobre a violência das forças de segurança neste carnaval pretendo falar em outro post.






13/02 - OBA - Organização Bons Amigos - Portugal no Porto Maravilha





A proposta era uma tremenda salada. O bloco OBA organizou no Largo da Prainha para o sábado pós-carnaval uma festa com um grupo de frevo, a bateria do bloco Larga a Onça, Alfredo e, preparem-se, um conjunto de música folclórica portuguesa, tocando uns fados e outras lusitanices. O objetivo maior particular foi apreciar uns pasteizinhos de Belém, já que junto com tudo isso veio também uma feira de culinária portuguesa. E estava tudo delicioso. Mas também deu para curtir bastante a bateria do Larga a Onça, Alfredo.







13/02 - Ressuscita no Sábado





Embora não seja do mesmo grupo de pessoas, é natural ver conexão entre o Me Enterra Na Quarta e o Ressuscita no Sábado, já que, além dos nomes, ambos têm sua concentração em Santa Teresa. Ainda mais informal que o Me Enterra, o Ressuscita, talvez por conta dos acontecimentos de quarta-feira, começou no Largo do Curvelo e desceu para a Glória. Foi logo depois da Praça Paris que encontrei o bloco. Aos pés da estátua de Pedro Álvares Cabral um baile cheio de improviso foi armado.


O carnaval ressuscitou no fim de semana pela manhã, tarde e madrugada na Lapa, no Flamengo, na Glória, na zona norte e zona sul. Os últimos suspiros ainda podiam ser ouvidos, mas por aqui já subia aos céus com ótimas lembranças, histórias, alegrias e esperança por um carnaval ainda melhor em 2017, torcendo por um prefeito que não represente o atual grupo de poder e que entenda melhor a festa das ruas. Mais sobre o que esse grupo de poder faz com nosso carnaval, em um próximo post.

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