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sexta-feira, 12 de setembro de 2008
Embaixada Pernambuco 01
Quarta-feira, 27 de agosto de 2008. O pequeno tablado está montado em um dos espaços do Solar de Santa. O objetivo naquele momento é a apresentação de Pedro Salu.
Pedro Salu veio trazendo as várias tradições de Pernambuco em forma de dança, com bom humor e beleza. No fim ele explica que seu pai, Mestre Salustiano, não pôde vir porque estava no hospital, mas estava bem e que mandou um abraço para o povo do Rio.
Mestre Salustiano foi uma das pessoas que mantiveram viva a cultura pernambucana, mesmo quando ela não estava voga, seja com a rabeca e/ou frente a grupos de maracatu. Quando surgiu o mangue beat, nos anos 90, foi através daquilo que ele trouxe até aqueles dias que os novos grupos puderam absorver e misturar com a linguagem pop moderna.
Seu filho Pedro Salu, durante a apresentação, além de dançar e mostrar algumas músicas de Pernambuco, também mostra e traja algumas vestimentas de lá, além de tocar alguns instrumentos.
Enquanto o festival ia se desenrolando nos dias posteriores, essa apresentação, e toda essa história do passado misturado com o presente e como isso funciona tão bem naquela região vai passando por minha cabeça.
Domingo, 31 de agosto de 2008. Otto sobe ao palco para se juntar ao comboio de músicos pernambucanos denominado Punk Reggae Parque. Segurando sua filha nos braços ele pega o microfone e dá a notícia da morte de Mestre Salu: "Mestre Salustiano subiu!"
A festa continua e Otto canta de forma que eu nunca havia visto antes. Mas tudo que realmente consigo ver é a apresentação de dias atrás de Pedro Salu e da forma carinhosa como ele se referiu ao pai. E, apesar da alegria, a vontade é de chorar.
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