Primeiramente, Metá Metá!
O que falar sobre Metá Metá que o Otaner não tenha falado melhor em suas sempre bem escritas palavras (como você pode conferir aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui)?
Pouco mais de um mês após se despedirem do segundo disco (aqui você pode ver o show completo), na Caixa Cultural, o grupo voltou ao Rio para o lançamento de MM3.
Circo Voador lotado, músicas novas na ponta da língua, aplausos calorosos, muitas rodas de pogo, dois retornos para o bis... nada mal para uma banda que não está no mainstream.
Aliás, tenho a impressão que o MM é a banda mais hypada (e injustamente) desconhecida do Brasil. Se fosse nos anos 70/80, frequentariam a Lira Paulistana ali pelos arredores da Benedito Calixto e seriam tachados de malditos (se pararmos para pensar que neste balaio, entravam Itamar Assumpção, Sérgio Sampaio, Walter Franco e tantos outros gênios, isso é um baita elogio) para serem redescobertos e valorizados tempos depois.
A verdade é que o MM é o patinho feio da MPB. Assim como Recife expeliu o mangue beat nos anos 90, o MM só poderia ter surgido nesta cidade (tão caótica quanto atraente) que é São Paulo, como uma espécie de alien: incômodo, selvagem, cheio de gana. Gana que os músicos esbanjam, principalmente, ao vivo, onde tocam com raiva. Aquela raiva que te estimula, que serve para demarcar o seu território e para expulsar os seus demônios.
Falando em demônio, ele se mostrou presente nas toalhas usadas pelos integrantes e nas projeções durante o show, com desenhos do interino golpista e frases como "Não reconheço esse golpista como presidente" e "Desobedeça o estado ilegítimo e golpista". Imagens que combinavam perfeitamente com o coro de "Fora, Temer!", entoado pelos presentes o tempo todo.
A entrega dos músicos no palco (Juçara Marçal, Thiago França, Kiko Dinucci sempre muito bem acompanhados por Marcelo Cabral e Sérgio Machado) é incrível. Se houvesse um medidor de energia entre os instrumentos, provavelmente, ele explodiria.
O público não fica atrás e responde da mesma forma. É muito insólito ver, por exemplo, no mesmo show, rodas de pogo (Angoulême, Me Perco Nesse Tempo, Rainha das Cabeças) e casais bailando (Cobra Rasteira).
Foram 22 músicas (incluindo todas as novas) que gravei e você pode conferir o show completo aqui:
Ou, se preferir, clique aqui.
Lista de Músicas:
- Lencinho Anunciando o Show do Metá Metá
- Mano Légua / Fora Temer (abertura do show)
- Três Amigos
- Angoulême
- Imagem do Amor
- Exu / Oyá
- Man Feriman
- Angolana
- Falando Sobre o Disco Novo
- Logun
- Atotô
- Obá Koso
- Corpo Vão
- Cobra Rasteira
- Me Perco Nesse Tempo
- Vale do Jucá
- Osanyin
- Rainha das Cabeças
- Apresentação da Banda & Agradecimentos
- Obá Iná
- Toque Certeiro
- São Jorge
- Tristeza Não / Angoulême (bis / encerramento do show)
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