A não ser que sua única motivação musical seja esperar pelas bandas internacionais que vez por outra aportam aqui até chegar a enxurrada de atrações estrangeiras do $egundo $emestre, está cada vez mais difícil de reclamar de falta de opções de bons shows. Às vezes tem até opções demais! Por exemplo, no final de semana passado, poderíamos fazer a seguinte lista:
(x) Homenagem a João Donato (sexta)
( ) Fino Coletivo (sexta)
( ) Seu Chico (sábado)
(x) Cabeza de Panda e Do Amor (sábado)
( ) Supercordas e Mallu Magalhães (sábado)
( ) Brasov (domingo)
Começando pela sexta, João Donato, em uma homenagem produzida pelo Nelson Motta, incluía ainda uma boa oportunidade de conhecer o Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Arquitetura impressionante, mármore belíssimo no corrimão da escada principal, objetos e quadros que nos remetem a dias antigos não vividos. Começando quase pontualmente, após a apresentação de Nelson Motta a Orquestra Ouro Negro, com uma formação de banda acrescida de metais, atacou alguns temas de Donato de forma instrumental. Após, cada um dos convidados a interpretar suas canções iam se revezando no palco, cantando de três a quatro músicas. E assim foram Bebel Gilberto, Adriana Calcanhotto, Fernanda Takai, Marcelo Camelo, Roberta Sá e Marcelo D2. João Donato mesmo, só quase no fim, a partir do dueto entre Camelo e Roberta Sá em Chorou, Chorou.
Antes disso vale destacar o início com "A Rã", interpretada por Bebel Gilberto e "Naquela Estação", que foi o mais emocionante da apresentação, cantada por Adriana Calcanhotto, dona dos melhores momentos solo em cima do palco. Fernanda Takai conseguiu se sair bem diante do menor molejo em relação às colegas e Roberta Sá foi correta. Melhor não falar nada sobre aquilo que o Camelo fez. Após a entrada de João Donato em cena e a subsequente vinda de Marcelo "vamufazêbarulhu" D2, os cantores pareciam estar mais relaxados e virou tudo um grande improviso a maior parte do tempo. Pelo menos é o que parecia visto de lá da grande distância que é a galeria (os preços mais baratos), de onde pouco se ouvia o piano de Donato, até o palco (e as fotos, ruins pela distância, podem ser vistas aqui).
No fim, a sensação que João Donato ultrapassa em muito as barreiras do estilo que era o gancho para a homenagem, a bossa nova e seus 50 anos. Ele transita ali mais por aquela onda de jazz e samba, que é um pouco o que é a bossa nova, mas com muito mais suíngue e improvisações, algo mais voltado aos anos 70, onde estão seus melhores discos. Foi um bom show, mas o que ele fez solo, com participação da Joyce (fotos aqui) este ano foi bem melhor. Daria tempo para ver mais uma apresentação do Fino Coletivo na lapa, mas a chuvinha fina que começava a cair na Cinelândia fez isso ser desconsiderado.
No sábado, essas sim, as escolhas de Sofia: Seu Chico, reabertura do Sérgio Porto ou Mercado Cucaracha? Mais tarde tentaremos falar sobre tudo isso.
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