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sábado, 5 de julho de 2008

Die Apokalyptischen Reiter (parte III)

(Parte I / II)
Uma coisa que eu não sei se ficou clara até agora: o Die Apokalyptischen Reiter está em constante evolução. Eles conseguem aquilo que toda banda sonha em fazer; embora seus discos possam dialogar entre si, cada um é melhor do que o anterior. Não dão ponto sem nó e estão sempre olhando pra frente, rumo à loucura e ao futuro do metal. Dito isso, é óbvio que essa parte é a melhor das três.

Em 2002 entra um novo membro no banda, Pitrone (guitarra). Ele é um guitarrista excepcional, mais ligado à escola do speed metal, o que significa que ele é predominantemente rápido e agressivo, como o Motörhead, mas sem ser um daqueles fritadores irritantes. Ele não chegou a gravar o Have a nice trip, estreando em estúdio no Samurai (2004).


O que mais chama atenção no Samurai são os riffs; dos melhores da banda, a maioria está aqui. Outro destaque é a capacidade vocal de Fuchs, capaz de passar de tenor a urros brutais em segundos, com muita naturalidade. Já começam acertando bem no meio da testa com Wahnsinn, de refrão melódico e pesado. Seguem com Eruption, Rock n’roll e Barmherzigkeit, para se imaginar no meio de um mosh pit gigante; Der teufel, combinação brutal de ópera com metal, com as traquinagens de sempre de Dr Pest e cozinha magistral; Reitermaniacs, flertando forte com o doom e a música clássica; Per aspera ad astra, música que seria bem comum se executada por outra banda; Die sonne scheint, primeiro hit do DAR e provavelmente um dos dez riffs mais empolgantes e grudentos; Roll my heart lembra o melhor do Iron Maiden (não precisa dizer mais, né?) e Hey ho tem o segundo "hey ho, let’s go!" mais famoso do rock. O único porém do disco é o refrão chato de Silence of sorrow, que seria maravilhosa sem ele.

Mas tem duas músicas insanas que merecem destaque. A primeira é Lazy day, puro "reggae cachoeira" radiofônico, à la Natiruts, mas que, graças à magia do DAR, consegue ser uma das melhores do disco. A segunda é Northern lights, meio eletrônica, cheia de barulhinhos esquisitos, difícil de digerir no início, mas agradável com o tempo.

Com o Samurai, o Die Apokalyptischen Reiter definitivamente entra para o primeiro time do metal mundial e agrega fãs de fora da Europa. Seria difícil superar o Samurai, mas, dois anos depois, eles conseguiram.
Riders on the storm (2006) é o melhor de todos, o ápice de maturidade sonora do DAR. É também onde a tal veia folk deles é mais acentuada, e onde eles estão mais distantes do lugar comum do metal. Os riffs também são reluzentes aqui, mas são menos "bangers" do que os do disco anterior. Abre com Friede sei mit dir, que gruda na cabeça por dias. Se fosse só ela já estava ótimo, mas ainda tem Riders on the storm e Soldaten dieser erde, pura grosseria; Seemann, com seus violinos maravilhosos; Der adler e Liebe, cura milagrosa e instantânea para qualquer quadro de depressão; Revolution, com trompete e melodias que, apesar de mudarem o tempo todo, são de uma coesão impressionante; In the land of white horses, onde Dr Pest nos brinda com uma belíssima composição de piano clássico; Wenn ich traume já nasceu um hino do metal, Schenk mir heut nacht tem discretos arranjos jazzísticos, Feuer é de um frenesi libertador, Himmelskind tem dúzias de climas diferentes e Mmmh é toda exótica e cheia de efeitinhos.
E não, não tem nenhuma música ruim, o Riders on the storm é impecável. Só não é perfeito porque o produtor optou em alguns momentos por criar aquela "massa sonora", onde não dá para distinguir muito bem os instrumentos.
La Cumbuca adverte: Die Apokalyptischen Reiter não é droga, mas causa dependência. Ouça sem moderação.

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