Após o lançamento virtual do onomatopéico álbum ao vivo de Tom Zé, já comentado aqui, a Trama Virtual lança mais dois artistas nesse formato: o primeiro disco do Macaco Bong, chamado Artista Igual Pedreiro e o segundo do Cansei de Ser Sexy (hoje CSS), intitulado Donkey.
Macaco Bong no HPP
Macaco Bong é um poderoso trio instrumental de rock, um show visceral que já comentamos quando estiveram em janeiro no Humaitá Pra Peixe. Já conhecia alguma das músicas através do EP anterior e do show no HPP, mas o disco é extremamente bom. Não precisa ser fã de música instrumental ou "difícil", se você deixar eles mesmos fazem você se tornar fã.
Aliás, são novos tempos interessantes, onde alguns dos artistas mais relevantes fazem música instrumental e de forma tão diferente um dos outros, como Macaco Bong, Pata de Elefante, Vitor Araújo e Retrofoguetes, ou se aproximando cada vez mais do instrumental puro como o Hurtmold e porque não comentar sobre alguém que opta por cantar em inglês contrariando a "lógica", como faz Mallu Magalhães e, um pouco, Vanguart?
E justamente o inglês se tornou o único idioma do novo disco do Cansei de Ser Sexy. Donkey está sendo tanto elogiado quanto detonado quase sempre pelo mesmo motivo, o de perder um pouco do "exotismo" que o disco de estréia tinha, não só por uma coisa ou outra em português, mas pela sonoridade tosca e despreocupada, feita para festejar, que havia no trabalho anterior. Como não ouvi o disco novo ainda, não posso opinar sobre isso. E mesmo com disco ruim, já que o primeiro também não é essa maravilha toda, o que deve valer para eles são os shows, festejados e desejados na Europa. Se eles mantiverem isso, acho que podem fazer discos medianos por muito tempo. O que vale é a farra.
O que é interessante notar é que esse lançamento virtual já vem com um patrocinador "de verdade", digamos assim. Ao invés de se utilizar da mesma empresa que injeta dinheiro na Trama, dessa vez é a Volkswagen que aparece chancelando o produto álbum. Não sei quantos carros eles vão vender com isso, mas a idéia a partir daí já passa a ser mais interessante, afinal é a divulgação de uma marca em cima de um produto que, no Brasil, seria (e está sendo) baixado em sites de armazenamento, sem que ninguém ganhasse algo com isso. Assim - imagina-se - alguém está ganhando, e se não é dinheiro, pelo menos, no caso do consumidor, ganha a oportunidade de conhecer o artista. Uma pena que o encarte do disco não apareça em formato maior no site, mas deve vir mais detalhada junto com o download das músicas.
Já o endereço para o qual somos encaminhados para baixar o disco do Macaco Bong nos leva a uma capa bonita e impactante, que chama a atenção. Um belo trabalho gráfico, com cores fortes, feito pelo estúdio Bicicleta Sem Freio. Curiosamente, sendo apreciada pela tela do mesmo computador por onde se ouve as músicas. Bom, ruim? Depende de como você se relaciona com música, com monitores, com papel, etc. De qualquer forma o disco em formato físico está disponível na Monstro Discos.
Voltando a falar do disco, a guitarra de Bruno Kayapy, o baixo de Ney Hugo e a bateria de Ynaiã Benthroldo trazem viagens intensas de rock instrumental com pitadas de jazz e até de progressivo, mas com um ótimo gosto para timbres dos instrumentos. Impossível não associar Kayapy com Jimi Hendrix e o som da banda com Mars Volta em certos momentos. No Macaco Bong a guitarra fala alto e está por todos os lados nas horas que têm que estar e, assim como já havia dito no show, tudo funciona como um passeio de montanha-russa com momentos calmos e agitados que somados dão sentido à diversão.
Endereço para baixar os álbuns: http://albumvirtual.trama.uol.com.br
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