NUEVOS DISCOS, NUEVAS DROGAS: 11 discos de rock e pop latino-americanos em 2012:
11
LA OLA QUE QUERÍA SER CHAU - La Fuerza Del Cariño (Argentina)
Indie rock de La Plata (assim como o grande El Mató), cidade que abriga algumas das melhores bandas do cenáriounder argentino atual. Este primeiro disco de La Ola foi lançado agorinha, no apagar das luzes de 2012, e contém músicas revisitadas de EPs anteriores e outras inéditas, formando "La Fuerza Del Cariño". Temas lúdicos, quase infantis, sempre melódicos, de refrões pegajosos e adornados por guitarras sujinhas na medida certa. A foto de um Kurt Cobain juvenil na capa do disco antecipa a receita. O gosto é noventeiro. Saboreie. ;)
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10
SONIDO GALLO NEGRO - Cumbia Salvaje (Mexico)
A pegada aqui é cumbia peruana (ou chicha, como também é conhecida), mas tocada por uma banda instrumental mexicana. Algumas músicas têm vibe mais roqueira, com guitarras "dropando" uma onda surf music (sim, com trocadilho =) e levadas piscodélicas, características do clássico ritmo andino.
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09
ONDATROPICA - Ondatropica (Colombia)
Exitoso projeto, resultado da união dos renomados Frente Cumbiero e Quantic, e auto-intitulado clásico moderno. Parece pretensão dos realizadores, mas Ondatropica entrega o que promete. A cumbia colombiana é revisitada com ousadia, como na divertida versão de "Iron Man" do Black Sabbath. É música afro-latina no que ela tem de melhor: cumbia-ska-reggaera, balcânica (!!), jazzy-mambera, hip-hopera, salsera, ou melhor, um salseiro tremendo!, pronto pra mexer as cadeiras e ferver as caldeiras.
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08
CAFÉ TACVBA - El Objeto Antes Llamado Disco (Mexico)
Atenção: estamos diante de uma instituição do rock mexicano, venerados em todo o continente, menos em terra brasilis, infelizmente. Lançaram um álbum que tem o melhor título de 2012: "El Objeto Antes Llamado Disco". Mas não param por aí. O sétimo trabalho de estúdio de Los "Cafeta" mantém a coerência de não-acomodação/repetição, desde o clássico - e obrigatório - disco "Re" (1994), passando pelo experimental Revés/Yo Soy (1999), que lhes rendeu a alcunha de "Radiohead mexicano", até o penúltimo, "Sino" (2007). Em "El Objeto..." eles seguem experimentando com sonidos eletrônicos e etéreos; há mais teclados e sintetizadores e bem menos guitarras. Mas há, sobretudo, o essencial: ótimas canções.
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07
BOMBA ESTEREO - Elegancia Tropical (Colombia)
O esperadíssimo terceiro disco dos bogotanos não decepciona. A musa Li Saumet e companhia vêm com um trabalho cujo título denuncia: Elegancia Tropical. Os temas são sofisticados e depurados como nunca. Provavelmente fruto de muita informação acumulada nas várias turnês que a banda fez pelo mundo nos últimos anos. A cumbia sicodélica e a champetaelectro-tropical ainda estão presentes, mas há também uma preocupação maior em criar ambiências, texturas sonoras. "Rocas" tem participação de um famoso rapper carioca, que chega rimando os seguintes versos: "Bomba Estereo-BNegão / Rio de Janeiro-Bogotá / essa é a conexão". Conectados, elegantes, tropicais.
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06
JUAN CIREROL - Haciendo Leña (México)
Abrem-se as portas do saloon: cuidado!, quem adentra é o bardo mexicano - e força da natureza! - Juan Cirerol. Um jovem punk-mariachi munido apenas de seu violão, voz rascante e, eventualmente, gaita de boca. O Johnny Cash da Cidade do México. O homem que, sozinho, dominou com destreza a exigente platéia do já citado Festival El Mapa de Todos - 2012, que o desconhecia por completo, mas que logo foi tomada de assalto e, rendida, deixou-se bailar e encantar pelo carisma do bandoleiro solitário. Sua fama já atravessa o continente e ainda irá levá-lo muito além de velhos e novos oestes.
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05
ASES FALSOS - Juventud Americana (Chile)
Nascida das cinzas da finada Fother Muckers, a banda de indie pop liderada por Cristóbal Briceño lança seu primeiro rebento, que surpreende pela qualidade de suas 15 músicas, logrando um equilíbrio que faltava aos discos do antigo projeto. Podia apenas ser um poquito mais curto; com 12 temas estaria perfeito.
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04
EL CUARTETO DE NOS - Porfiado (Uruguai)
Os uruguaios conseguiram de novo. Depois de "Raro" (2006), que impulsionou a carreira da banda além Montevidéu, e "Bipolar" (2009), eles cometeram mais um discazo. Mantendo a fórmula vencedora (que para eles parece fácil) de ótimas letras cotidianas (ora cantadas, ora rapeadas) + rocks poderosos, "Porfiado" se apresenta como o álbum mais coeso do Cuarteto. Acrescente aí mais refrões inolvidáveis para a coleção dos uruguaios, feitos sob medida para serem cantados no quarto vazio ou no estádio lotado, de punho e olhos cerrados, e peito aberto. Quem esteve na segunda noite do Festival El Mapa de Todos - 2012, em Porto Alegre, pôde comprovar a força dessa grande banda ao vivo.
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03
CARLA MORRISON - Dejenme llorar (México)
Carlita transborda romantismo, delicadeza, melancolia e paixão, tudo em forma de deliciosas baladas folk. Sua inconfundível voz doce e frágil hipnotiza o ouvinte já nos primeiros segundos de audição. Uma aviso: os agudos dessa menina perfuram corações de pedra. Deixem-na chorar, vai.
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02
GEPE - GP (Chile)
Terceiro disco do chileno e, de longe, o de maior apelo pop. Os temas são luminosos e inspirados; Gepe abraça a nueva-cumbia, o reggae manu-chao-lesco, as baladas (inclusive com participação da mexicana Carla Morrison - também presente nesta lista -, em "bailar bien bailar mal") e mantém um constante clima tropical-andino permeando todo o enxuto disco. São 11 músicas e no hay desperdício. =)
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01
EL MATÓ A UN POLICÍA MOTORIZADO - La Dinastía Scorpio (Argentina)
Eis que os heróis do rock independente de La Plata surgem com mais um maravilhoso trabalho, o segundo disco-cheio da banda, após uma trilogia matadora de EPs (com temática na "apocalíptica" profecia Maia). Agora uma 'nova era' se anuncia, "La Dinastía Scorpio", com sua mensagem otimista ao estilo El Mató: "mas o menos bien". Um disco repleto de hinos eternos e legítimo retrato dos novos tempos em forma de (ótima) música.
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Marcus Losanoff é carioca, rubro-negro, periodista e garoto de programa, o CAMB¡O, que produz e apresenta nas webrádios Graviola e Radio Cocoa (Equador). @cambio_losanoff
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