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quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Começando 2013 de forma intensa com Jards Macalé: resenha, fotos, vídeos

Jards Macalé e Banda Let's Play That - 05/01/13



Bernardo Oliveira, que escreve no site Matéria, me dizia ao final do show de Jards Macalé na madrugada de sábado para domingo no Teatro Rival: "já vi muitos shows do Jards Macalé, desde os anos 80, e faz tempo que não vejo ele assim com tanta intensidade".




Talvez as palavras não tenham sido exatamente essas, e não tenho certeza se foi ele que usou a palavra intensidade. É esta palavra à qual tenho recorrido depois de um show do Jards, mas talvez nunca de forma igual à desta apresentação. Diferente do Bernardo, são poucos os shows do Jards que assisti.




"Negra Melodia"



Mas tanto em um show em conjunto com Maria Alcina, onde ele cantava músicas de Moreira da Silva, quanto na já lendária apresentação na ocupação do Canecão ano passado, o que noto em Jards é que ele realmente se entrega ao que está tocando de uma forma louvável para um artista com tanto tempo de carreira e que não costuma ter o mesmo espaço (merecido) na mídia de Caetano, Gil ou Tom Zé.




Jards Macalé e Banda Let's Play That - 05/01/13




A diferença desta noite no Rival é que é a primeira vez que vejo Jards tocando com uma banda. A Let's Play That é formada por uma geração recente de músicos do Rio, gente que toca por aí afrobeat, pop, música experimental, mpb, rock, blocos de carnaval e colocaram toda essa bagagem a serviço da música de Macalé.




Jards Macalé e Banda Let's Play That - 05/01/13




E começam justamente com "Let's Play That", para desafinar o coro dos contentes, como diz a letra, e como diz a maior parte das músicas cantadas por Macalé. Lágrimas e choro são imagens fortes em músicas como "Soluços", "Mal Secreto", "Movimento dos Barcos" e "Farrapo Humano", além de tristezas e mazelas em geral cantadas em outras músicas ("Boneca Semiótica", "Anjo Exterminado", "Farinha do Desprezo").




"Mal Secreto"



Mas, seja com a banda ou num set acústico, Macalé imprime uma paixão na forma de cantar e de tocar seu violão, puxando com força as cordas do instrumento, até com uma certa agressividade, uma... intensidade, que impressiona e nos leva a cantar "Juízo Final" de Nelson Cavaquinho, "Negra Melodia", "Revendo Amigos" e, claro, "Vapor Barato".




"Juízo Final"


O toque especial da noite ficou por conta da versão explosiva de "Canalha", música de Walter Franco que se encaixa nesse sentimento de tristeza-porém-sem-se-entregar do Macao. As décadas passam e essa intensidade toda pode até ser recente, mas a o que se nota é que Jards Macalé não se entrega. Ou, se entrega à música sem se entregar ao comodismo.



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