Dentro desse turbilhão de lançamentos, uma geração recente se consolida. Curumin, Céu, Tulipa Ruiz, o pessoal da Orquestra Contemporânea de Olinda e Kiko Dinucci (no caso, junto com Thiago França e Juçara Marçal formando o Metá Metá) são todos artistas surgidos nos últimos dez anos que já vinham de ótimos trabalhos anteriores. Mesmo o BNegão e Siba, que estão por aí desde os anos 90, estrearam respectivamente com os Seletores de Frequência e com a Fuloresta (e em 2012, solo) neste século. Ou seja, no meu Top 12 de discos nacionais de 2012 não tem um artista com mais de 25 anos de carreira. E claro que Tom Zé, Caetano Veloso ou até mesmo o Violeta de Outono poderiam estar nessa lista, mas vamos evitar o excesso de tergiversação.
Existe uma novíssima geração, gente que começou a fazer música nos últimos 2, 3 anos, ou só começaram a aparecer nessa época, que já está chegando com boas ideias, uma certa consistência, maturidade e vontade de descobrir caminhos inexplorados em uma seara onde já se viu de quase tudo.
A isso geralmente se dá o nome de revelação. Percebo que muitas listas também indicam apostas para 2013. O que proponho aqui é um pouco diferente e ao mesmo tempo tendo total relação com apostas & revelações.
Indico aqui os discos mais promissores de 2012, feito por artistas que só ouvi algum disco ano passado, no máximo 2011. Promissores no sentido de que prometem algo mais para o futuro. Discos que mostram que há espaço para esses artistas crescerem e dão esperança de um bom futuro na música brasileira.
Não chamo de aposta porque eu não apostaria em todos; em muitos casos depende dos caminhos que esses músicos e aspirantes a músicos querem trilhar. Alguns discos que poderiam indicar algum nome como revelação também não se encaixam como promissor porque não acredito que cheguem além de onde chegaram, o que é uma coisa boa, de certa forma, logo no começo de sua obra você alcançar o patamar que se espera de você. Mas claro que posso estar errado.
Seria interessante que eu escrevesse algo além de duas linhas sobre cada um dos discos, mas eles estão aí, disponíveis para download (na maioria dos casos é possível ouvir online antes de baixar) e para sua própria avaliação. Acho que vale eu indicar uma ou mais músicas como motivos para que estes sejam discos promissores.
25
Mohandas - Etnopop
Destaque: "Djeredjere". Tinham me falado mal da banda ao vivo, mas vai ver então eles só tocavam a metade final desse disco, porque a primeira metade é agradável.
24
Orchestra Binária dos Filhos de Ben - EP#01
Destaque: "Samba.zip". Conheço um dos integrantes, o Helder. O trabalho ainda precisa de melhorias na produção, mas vejo um bom caminho na última música do EP.
23
The Sorry Shop - Bloody, Fuzzy, Cozy
Destaque: "Sometimes I'm Down" me chamou mais a atenção.
22
Marcão Baixada - Itinerante
Destaque: "Selva", mas "Tô Aqui" também é boa.
21
Afroelectro - Afroelectro
Destaque: "Padinho". O início do disco é excelente, embora ele canse um pouco até o final.
20
Bemônio - Serenata
Destaque: "Mastema", apesar do risco que minhas caixas de som sofrem.
19
Doo Doo Doo - Casa das Macacas
Destaque: "Carnaval no Fogo".
18
Fábrica - Fábrica
Destaque: "Aquela". Os integrantes fazem parte de várias bandas novas no Rio e mostram competência na música, arranjos e produção, só faltando dar mais cuidado às letras.
17
Jenipapo - Jenipapo
Destaque: "Mistura", "Tem Uma Pedra".
16
Cambriana - House of Tolerance
Destaque: "Big Fish".
15
Single Parents - Unrest
Destaque: "Unrest", "Aged Deadbeat".
14
Sasquat - Alfazema
Destaque: "O Que Faz Bem", "Com o Céu".
13
Ba-Boom - Incendeia
Destaque: "Incendeia", "Batalha". Como muitos dos discos promissores da lista, começa excelente, pegando fogo nesse caso (trocadilhozinho só pra não perder o costume), e depois segue em fogo brando. Mas com um começo desses é que acaba explicando porque esta lista é de discos promissores.
Próximo: 12 discos promissores de 2012.
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