Primeira parte: Top 30 (30 a 21)
Segunda parte: Top 30 (20 a 13)
Estes são meus 12 discos nacionais preferidos do ano. Você talvez note a ausência de bons trabalhos. Não passaram pela lista o Abraçaço de Caetano Veloso, Treme da Gaby Amarantos e 66 da banda O Terno. Outros não passaram porque são ruins mesmo. Mais uma vez, procurem por nossa seção de lançamentos (e aqui já compilei mais de 200 discos nacionais deste ano). Se quiser, diga o que ficou faltando. Há muita música a ser descoberta por vocês, e por mim também.
12
Mahmundi - Efeito das Cores
Lá fora tem muito artista se inspirando nos sons sintéticos dos anos 80. No Brasil, alguns artistas novos seguem esses artistas de fora mas puxam também uns compositores nacionais pop dos anos 80 pré-"BRock", sendo Guilherme Arantes o mais festejado. Mahmundi parece ir mais na cola de Marina Lima, se levarmos conta belezas como "Calor do Amor" e "Desaguar".
11
Jennifer Lo-Fi - Ao Vivo No Estúdio Trama
Lançado este ano como um registro de transmissão ao vivo na TV Trama em dezembro de 2011, toda vez que ouço essa apresentação me pergunto como uma banda com sonoridade próxima a At The Drive In e Mars Volta e garota com vocais esquisitos consegue funcionar tão bem. Ainda não sei responder, mas funciona.
10
Silva - Claridão
Pois então, falava de Guilherme Arantes e influências oitentistas-porém-vindas-dos-anos-10 mais acima, taí o Silva. A produção misturando camadas e mais camadas de sintetizadores com (alguns) sons orgânicos são espetaculares, como "Mais Cedo" pode comprovar.
09
Marco Nalesso e a Fundação - Três Vezes Grande
Talvez tenha sido um dos álbuns desta lista nacional que mais ouvi este ano, porque, além de ter gostado muito, queria entender como tem tão pouca gente falando desse que é pra mim o melhor trabalho de música instrumental de 2012. E olha que a concorrência foi acirradíssima. O baixo vem do dub, mas no resto dos instrumentos conseguem fazer de forma natural batidas afro e post rock andarem juntos como se sempre estivessem lá.
08
Orquestra Contemporânea de Olinda - Pra Ficar
Outro álbum que só posso entender que passou batido por aí por desconhecimento. A Orquestra Contemporânea de Olinda dá continuidade ao ótimo primeiro disco, só que desta vez produzido pelo Arto Lindsay, que deve ter feito cada integrante do numeroso grupo terminar de ouvir o disco com um sorriso grande no rosto.
07
Abayomy Afrobeat Orquestra - Abayomy Afrobeat Orquestra
Outro grupo de muitos integrantes (treze!) e em sua maioria de diversos grupos conhecidos na cena musical do Rio de Janeiro. Um dos primeiros nessa onda dos últimos anos de resgate do afrobeat de Fela Kuti, ocupa também o posto de principal grupo do gênero no Brasil, com 6 exemplares de que o legado de Fela, não importa o quanto ainda continue usado e abusado no futuro próximo, possui guardiões que conseguem ser respeitosos e ao mesmo tempo originais.
06
Tulipa Ruiz - Tudo Tanto
Tulpa cumpre as expectativas criadas depois da estreia com Efêmera (2010), apesar da música "Desinibida" parecer deslocada ali pelo meio do disco. As outras 10 músicas compensam e muito esse deslize, sendo minhas preferidas "Like This" e "Víbora".
05
Céu - Caravana Sereia Bloom
Depois de Vagarosa (2009), este disco poderia cometer a infâmia de se chamar Acelerada, a partir da primeira música "Falta de Ar". Às já corriqueiras influências jamaicanas se somam um baião torto ("Contravento") e música brega na deliciosa "Baile da Ilusão".
04
Metá Metá - Metal Metal
O trio Kiko Dinucci, Juçara Marçal e Thiago França, como se achasse pouco só os três dando o máximo de si no disco de estreia (nº 18 na minha lista ano passado), resolve trazer o baixo de Marcelo Cabral e a percussão e bateria de Samba Sam e Sérgio Machado com resultados devastadores.
03
Curumin - Arrocha
De longe o disco mais acessado este ano na seção de lançamentos do La Cumbuca. Poderia falar bastante do disco, mas peço apenas que prestem atenção no grande trunfo que é o rapper Russo Passapusso, que participa em "Afoxoque" e é o compositor de uma das músicas do ano, "Passarinho".
02
Siba - Avante!
Siba não esquece de onde veio, mesmo quando muda. Em seu primeiro disco onde só o seu nome aparece, toca algumas músicas da sua Fuloresta, desta vez em arranjos executados por uma banda pouco ortodoxa de rock (tuba no lugar do baixo, vibrafone pontuando por todos os lados), mantém as métricas de emboladas e quando resolve ir um passo além de tudo isso cria a mais linda música de 2012, "Qasida".
01
BNegão & Seletores de Frequência - Sintoniza Lá
Foram 9 anos de espera. Não é como se nesses 9 anos BNegão tivesse hibernado e somente voltado agora. Muitos shows e participações em vários discos e projetos, gravou como Turbo Trio em 2008, e seus Seletores de Frequência foram mudando de integrantes, até fixar nos últimos anos a formação que gravou Sintoniza Lá. Pude acompanhar nos últimos tempos nos shows várias bases musicais sendo criadas e testadas ao vivo até chegarem no cd. Então "sei" que muitas músicas não tinham letras definitivas até o ano passado. E BNegão parece criar frases certeiras de forma espantosamente fácil. Quem ouviu várias vezes um tema instrumental que era chamado de "Juju" se transformar em "Bass do Tambô" tem ideia do que estou falando. Ele se dá ao luxo de colocar duas músicas instrumentais (uma delas, cover do Cabeça) em sequência no disco. Se dá ao luxo de não utilizar os backing vocals arrasa-quarteirão de MC Paulão. Com a coleção de músicas que BNegão e os Seletores de Frequência trouxeram não há nada para se reclamar.
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