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terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Top Top: 12 Discos Internacionais de 2012, por Otaner

Já falei sobre algumas ausências na primeira parte da minha lista de 20 discos internacionais de 2012. Vendo agora o Top 12 (ano passado, quando fiz um top 11, falei que não ia fazer top 12 este ano, mas...), talvez seja o caso de se perguntar onde estão nomes como Bob Dylan ou Scott Walker, que realmente fizeram discos com várias músicas ótimas, porém outras não tanto e por isso não estão aí. E não tem também Frank Ocean, desculpaê.




Mais uma vez, muitos desses nomes abaixo também estão nas listas das publicações internacionais, que acabam sendo a referência durante o ano para ouvir o que vem de bom pelo mundo pop com relevância nos Estados Unidos/Inglaterra. Um grupo fora dessas limitações geográficas/musicais que poderia estar em qualquer lista deste ano é o Bomba Estéreo.




Elegancia Tropical começa fazendo jus ao título do disco, até que lá pela quinta música ("Pure Love") deixa a elegância de lado e cai numa pista selvagem de dança que ao final te faz querer voltar ao início para entender melhor o que foi que te atingiu. E ainda tem BNegão participando em "Rocas".




Outra ausência de listas por aí, mas que está na minha, é o disco do Future of the Left, The Plot Against Common Sense, com nova formação, mas ao mesmo tempo parece que voltando de onde vieram, a feroz banda pixieana Mclusky. O Death Grips, outro grupo feroz, mas de rap avant-gard (rótulos...), tem aparecido em muitas listas, mas com o primeiro dos dois discos lançados este ano, The Money Store.




Para mim o disco seguinte, No Love Deep Web é superior, independente de toda confusão que causaram. O som não fica melhor ou pior por isso, só torna os caras mais legais. E independente de botarem um piru na capa. Como essa é uma página de família, coloquei uma capa alternativa.




De resto é isso, não creio que muitas novidades em relação ao que se ouve e lê por aí. Talvez o primeiro lugar, mas garanto que os seis primeiros lugares dessa lista são irretocáveis e fazem de 2012 um ano especial. Continuo falando ali depois do primeiro colocado.












12
Bomba Estéreo - Elegancia Tropical











11
Future of the Left - The Plot Against Common Sense











10
Neneh Cherry and The Thing - The Cherry Thing











09
Leonard Cohen - Old Ideas











08
Dirty Projectors - Swing Lo Magellan











07
Mark Lanegan - Blues Funeral











06
Lee Ranaldo - Between the Times and the Tides











05
David Byrne & St. Vincent - Love This Giant











04
Death Grips - No Love Deep Web











03
Cloud Nothings - Attack On Memory











02
Patti Smith - Banga











01
Redd Kross - Researching the Blues






Até umas duas semanas atrás eu tinha certeza que Banga da Patti Smith seria o primeiro lugar desta lista. Um disco que ouvia sem prestar atenção até que chegando ali pelo final começa "Constantine's Dream", um épico de 10 minutos movido a improvisações sobre artes e religião onde espaço e tempo se misturam enquanto um violino, acordeom e guitarra disputam espaço numa música que poderia ter sido tocada pelo Dirty Three. Parece que a música seguinte, a linda versão para "After The Gold Rush" de Neil Young, serve apenas para nos recompormos depois de tamanha cacetada.




A partir de "Constantine's Dream" é que fui prestar atenção nas outras canções e cada faixa é uma surpresa, canções de uma vivacidade notável, onde as intenções poéticas e literárias de Patti Smith se casam tão bem com a música, que poderiam fazer companhia com suas discografia nos anos 70.




Mas aí, voltando a umas duas semanas atrás, escuto Researching The Blues do Redd Kross. Naquelas épocas de Napster e Audiogalaxy, com poucas chances e muito sofrimento para conseguir baixar um disco inteiro, uma banda tinha que agradar bastante com as faixas escolhidas e que chegavam ao computador, para que se aprofundasse no que mais eles poderiam oferecer. Enquanto Husker Du e Minor Threat conseguiram esse lugar no meu HD, Redd Kross, embora não tivesse desagradado, também não parecia valer o esforço.



Com Researching The Blues eles apresentam um motivo muito forte para estarem até hoje por aí, entre indas e vindas. A noção exata do que uma melodia pop deve trazer talvez estivesse por lá desde o álbum de estreia, Born Innocent, mas a tosquice atrapalhava. Agora eles tomam de volta o legado que deixaram para dezenas de bandas dos anos 90 que misturavam essas melodias pop com guitarras barulhentas. Não posso negar de onde venho. É desse lugar onde Beatles, Beach Boys, Big Star, Cheap Trick, Superdrag, Nada Surf, Ash e Weezer conviviam de forma harmoniosa nos meus arquivos no começo dos anos 2000 e onde o Redd Kross clama por seu posto sem nem ao menos soar deslocado no tempo. Aliás, temporalidade não importa com discos tão bons quanto Researching The Blues.

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