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sexta-feira, 22 de novembro de 2013
14 músicas (em 17 minutos) da porradaria do Off! no Teatro Odisséia
Em algum momento da vida da maioria das pessoas é considerado normal que larguemos o que quer que façamos de divertido em nossos tempos de adolescência e procuremos formas mais, hum, sérias de nos divertir no pouco tempo que temos enquanto estamos tentando sobreviver.
Steven conheceu Keith quando tinha 11 anos, em 1978, Los Angeles. Ambos tinham bandas, sendo que uma delas nem tinha nome direito ainda. Trinta e cinco anos depois e os dois estão tocando na mesma banda e se apresentando na cidade "exótica" do Rio de Janeiro.
Eles passaram os últimos trinta e cinco anos tentando sobreviver (e no caso do Keith, que já passou por vícios e doença, isso é bem literal) e é provável que muitos duvidassem que em 2013 Steven McDonald com seus imperceptíveis 46 anos, ainda tocasse baixo em uma banda de nome Redd Kross (que lançou o melhor disco internacional do ano passado, na minha opinião) e muito menos que estivesse em uma banda que faz um hardcore que consegue soar old school sem ser tosco ou datado. Quase como uma máquina digital moderníssima mas com um "filtro HC 81". Estou falando do Off!, como já está claro no título.
Para o vocalista Keith Morris (Black Flag e Circle Jerks no currículo), quase 60 anos, dreadlocks que já não escondem muito do topo da cabeça, o palco é o trabalho deles. É isso que ele diz quando alguém fala que a gente (público) tem que trabalhar amanhã, não lembro exatamente o porque desse diálogo, mas acho que tinha algo a ver com Keith perguntando para a gente se estávamos nos divertindo.
Estamos falando de um show de hardcore, então a cada "leva" de músicas (várias, uma mais rápida e mais curta que a outra) o público demonstrava que sim, estava se divertindo pra valer no Teatro Odisséia, com moshs, pogo, stage dive, roda, chame do que quiser aquele belo cenário caótico que os bons shows de hardcore conseguem produzir.
O Steven McDonald de 1978 não poderia entrar no Teatro Odisséia. Um garoto de 17 anos penou para conseguir entrar na casa, que tem censura de 18 anos (e o ingresso dizia que a censura era de 16 anos), e não vou dizer se ele foi bem-sucedido para não criar problemas para o lugar.
De 18 a quase 60, eram muitas as idades nessa quarta-feira. Mas aposto que todos nos sentíamos com a mesma idade naquela pouco mais de uma hora veloz e barulhenta, cortesia dos berros de Keith, do baixo de Steven, da guitarra de Dimitri Coats (de importância fundamental para o jeito que o Off! soa) e da bateria de Mario Rubalcaba.
A abertura, assim como no show de Mike Watt, foi por conta d'Os Estudantes (veja como foi o show deles abrindo pro Mike Watt), que não pude ver por conta de questões relcionadas à carteira de... estudante. O problema foi resolvido e, mais importante, direitos garantidos. Uma ótima noite. Nós nos divertimos, Keith.
14 músicas, 17 minutos: aqui ou abaixo.
Lista das músicas gravadas:
"Panic Attack"
"I Don't Belong"
"I Got News For You"
"Poison City"
"Now I'm Pissed"
"Jeffrey Lee Pierce"
"Blast"
"Crawl"
"Rat Trap"
"Wiped Out"
"Elimination"
"Full Of Shit"
"Black Thoughts"
"Darkness"
Já tinha visto o Off! ano passado no Primavera Sound, em Barcelona. Veja aí 3 músicas que gravei naquela ocasião.
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