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quarta-feira, 11 de maio de 2016

Vídeos, fotos, resenha: José González no Circo Voador (06/05/2016)






Em tese, é fácil e confortável para o artista quando já entra com a partida ganha. Os fãs sedentos pelos anos de espera vão urrar com qualquer nota, ser aclamado sem esforço, que maravilha. Mas isso também pode ser problemático. A pressão para fazer uma apresentação que faça jus à expectativa pode chacoalhar os nervos mais experientes.









A situação que José González encontrou no Circo Voador foi mais do que ideal, sem fanatismo e muito menos sem desinteresse por parte da audiência. A lona estava cheia, os fãs estavam presentes, como é costume em apresentações produzidas pelo Queremos, mas sem euforia exacerbada. Note-se que outro ótimo costume que tem sido característico das produções do Queremos são os horários "civilizados" para o início dos shows.




Com isso La Cumbuca perdeu a atração de abertura, Lucy Rose, mas chegou a tempo de ver o sueco de descendência argentina entrar no palco pela primeira vez no Rio de Janeiro, após já ter passado pelo país duas vezes há um bom tempo atrás, em 2007 e 2008.









Essa entrada é com "Crosses", de seu primeiro disco, Veneer. Ele sozinho com seu violão, da forma como se apresenta em boa parte de sua discografia como artista solo. Apesar da entrada com uma música do Veneer, a base do show é do álbum Vestiges & Claws, lançado ano passado, e também contou com duas músicas de um de seus projetos, o Junip.









É com "What Will", do disco novo, após um "muito obrigado" dito por um em geral não muito comunicativo González, que entra a banda de quatro músicos que o acompanha. Que funciona, fora em um ou outro momento, como uma discreta ambientação. Mais um violão, teclados que às vezes tomam o lugar de um baixo ou algo próximo disso, percussão e uma bateria bem econômica em peças.









O que fica claro é que o mais marcante na música de José González é o que faz com seu violão. As comparações procuram logo Nick Drake, Elliott Smith, Simon and Garfunkel. Pelo apoio vocal dos músicos, em alguns momentos corre forte uma veia de Crosby, Stills, Nash and Young.









Mas há algo mais balançante, embora não tenha necessariamente a ver com suas origens latinas, e sim com a música eletrônica europeia de várias matizes, como é possível ver pelas versões de músicas do Massive Attack ("Teardrop"), Kylie Minogue ("Hand On Your Heart" - e eu sei, ela é australiana) e The Knife ("Heartbeats", a mais celebrada), que são alguns dos grandes momentos da apresentação.









De toda forma, é no seu dedilhado rítmico, repetindo sequências de notas de forma cíclica, que parece estar o segredo para o ótimo resultado ao vivo. Se dá para identificar algum tipo de balanço tropical (e sueco) é durante "Leaf Off / The Cave". E, se "Heartbeats" é a mais aguardada e a última antes do bis, "This Is How We Walk On The Moon" de Arthur Russell foi um belo e surpreendente momento, enquanto o grande destaque foi a energia crescente de "Killing for Love".


O bis retoma a parte acústica para terminar "para cima" com "Down The Line" e, sem muito esforço aparente, deixar uma excelente impressão, acima do esperado, para quem esteve na Lapa.









Essas e outras fotos que ilustram o post podem ser vistas aqui. Seis vídeos que registrei do show podem se vistos dando um clique aqui ou aí embaixo:





Músicas gravadas:


- "Deadweight On Velveteen"

- "Hand On Your Heart"

- "The Forest"

- "Leaf Off / The Cave"

- "This Is How We Walk On The Moon"

- "Heartbeats"

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