![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiY2kCB3nR2jN5-VIuAOziq4HF_B3e5ExI4ynCQ3TKGGNV9KzxCfKpCrbA4gKHwxLJY5wBXJDQl7BVyhlT5LVliVfqN2S1WuJtCZZBZ5OuB9c2nqCRslUsM-yvHFyC_EGoLDerB_HjguOwr/s1600/IMG_2790-001.jpg)
Como parte das atrações culturais programadas para o período olímpico/paraolímpico no Rio de Janeiro, o festival paraense Se Rasgum, que completa 11 anos em 2016, teve sua primeira edição carioca, abrigado pela Fundição Progresso, na Lapa.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCL7vzhuC_yYpPvkQDqQpz4xe7zO9DpZ7JqWF8X-523KkXqnE6WOlIRDe_JVYHGbwPMrFa9oGIo0ZvHBOU2pZTutiS0C5Ja9s3Jk61A6X5Lu8KXW3ZqwxoFCir1UjZFRJqEY5YECaBoA8Z/s1600/WP_20160917_23_56_30_Pro-001.jpg)
Curadoria sempre caprichada, com atrações de todo o Brasil aportando em Belém, no Rio o festival resolveu dar total prioridade ao produto original do Pará. Para acomodar o máximo de artistas, foram formadas duplas para cada show, algo que não é incomum acontecer no Se Rasgum. Isso em nada diminuiu a qualidade, muito pelo contrário. A escalação foi a melhor dentre os vários festivais de outros estados que tiveram oportunidade de mostrar serviço na cidade durante as paraolimpíadas.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHdo6tqaBaWRN_5ssvbbynBytn6K8DT23a6HXJUkR5Uf6PTN3PxexlTDpwznzCts_LKrbXGKrA0HzLrgIp-fgfuNZgyV8StO3FZLyQzuZZownszE-qWgtWoR3q5EHMzVXvxdPGce30RU8Y/s1600/IMG_2708-001.jpg)
Segunda dupla da noite, a parceria Jaloo e Strobo é algo que deveria se tornar permanente. O clima no palco "São Sebastião", um tablado que a Fundição às vezes coloca no espaço anterior ao palco principal da casa, era de euforia do nível de alguma estrela pop. E era tudo para o Jaloo.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_KI8TDDdNgMMX4Cp5Wa9mjecYdGBuGQFbluoRD-GeFGjkm0X2jEmqgmaRbmdfbRFZ8fIztieowHvIxUEX4rVoUZCm1G7z41aH2DrZKFmMDGUG7Cz-fmS6tfQ7KjnfuIH0q_mB08FZO3Nb/s1600/IMG_2723-001.jpg)
Mas o que fez tudo funcionar muito bem foi a interação entre a música eletrônica do DJ-cantor cheio de performance e disposição com o peso orgânico que o combinado instrumental do Strobo trouxe. Dupla formada por Arthur Kunz na bateria e Léo Chermont na guitarra, que também se vale muito de bases eletrônicas. No meio de tudo isso sempre com um molhinho dos ritmos pelos quais o Pará é conhecido, mesmo que às vezes imperceptível.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaEXC-fIEE1nnPYntKbQFHvuAKJW07eubuh4Cjhhk76uunU7gWzjybZdZJMdb5DjoSK6LQnfE1Il5d_K74c6z3XrxC_hHY5dwLcGBDPM6Ge3Mt55DlAdj7WUVexTHWIyeU8KQk_9A9M-j3/s1600/IMG_2714-001.jpg)
Alguns desses ritmos pelos quais o Pará é conhecido se materializam em forma de gente na figura de Pinduca. O Rei do Carimbó (e do sirimbó, do siriá, da lambada, da salsa, do merengue e de tantos outros ritmos amazônico-caribenhos) fez a colônia paraense radicada no Rio começar a cantar seus inúmeros sucessos antes mesmo de entrar no palco principal da Fundição.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMxP8QlghDGIgKaDyuC0IvpkmQORMMJ6wxzotKwwShw0ZkLyeD29yB9UuQEFcYSGNLVmgutkOpV_uYmxCcOjHZdywnLPW9E3CpQ5x5zopRylbTzyVeEc6_pfuS7xXfnD4YItURUbMxjtMb/s1600/IMG_2759-001.jpg)
Mas quem começou mesmo foi o guitarrista Manoel Cordeiro, que tem tocado na banda de Pinduca. Manoel mostrou seu trabalho instrumental que é meio guitarrada, meio lambada e meio surf music, o que o torna uma espécia de Dick Dale cheio de malemolência. Junto de Manoel está o filho Felipe Cordeiro, na primeira das três apresentações que fariam nessa noite.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxvlgfpG_JqyArRQT4wvnz9KEe-CmS82hikDjg1s572iBZymYgJrGWfIzSjwypt_5HtzkX9nxc3UmDMbZb4E2I-pWLf9rNWLNB7dgmMrhy1Uc5piKXCcrK07G30cd5syHL8gF52k6M5n4R/s1600/IMG_2783-001.jpg)
Não demora para a segunda jornada de trabalho de pai & filho. Permanecem no palco junto com o resto da banda para recepcionar Pinduca. O cantor começa, como é de costume, avassalador, com vários hits como "Sinhá Pureza", "Garota do Tacacá" e "Dança do Carimbó".
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgjWCdfMuD-KfvdpB54KAahSdmMn8nEcNKP8ZSG8arIiT8wJ75KcZesz5poo4ieK6MdCPV4EFTX6pdB7w-DLm6U7nAb5RhibSuAoyeG6-KeEJVZV-FGQQ18Gu_4aWa7sH-SecErcokPir2/s1600/IMG_2798-001.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUIkUEhm1ef3kQ0NMrldvlK-ZIFRX8P_bgiY9j7X6z02-hZH8WHRUJDnSbQwbFh6WmSsbk2nRsg1bcTpJW9tA3PIXbSlMUGotyWgiBYJ1HL7eFMOskXbY-fQFEDd28o3LkGXM_d5gcXEVC/s1600/WP_20160918_00_56_46_Pro-001.jpg)
O público vai à loucura e os conterrâneos de Pinduca estão dançando e batendo palma enquanto várias conterrâneas estão rodopiando com saias longas.Em dado momento tudo isso vai para cima do palco e aí o show chega às raias do tumulto, uma versão sacolejante de um show do Iggy Pop. Sempre inacreditável de se ver, apesar de ter sido bem mais curto do que o merecido, mas assim é um festival que começa às dez da noite e traz tantos nomes.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhI6oGOiDz2Aj8ZVT3eptTE69t6RMRwMm8T2JaD1GLKyADA1qqJq0CUtX_ALC6oRGItkOp-Dj-t6ViPVvOBFE8-WVc-hKjg5ILEQcGcpTuz16Q7-jgxZ9juF7V9dqdcW8__PHZOeNqtGcQ9/s1600/IMG_2770-001.jpg)
Os próximos a se apresentar, de volta ao palco menor, são o guitarrista Félix Robatto e um dos mestres da guitarrada, o Mestre Solano. Se falamos de surf music com guitarrada, Robatto, fundador da banda La Pupuña, é um dos primeiros a trazer para o universo mais "indie" essa mistura, pelo menos para o conhecimento de quem está aqui no sudeste e sul buscando sons mais alternativos.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgz6srJIeCRCLOon9eMA53rt0okpYXbzbcaEtZ7StXUP-d1JIYmgqo8rt5_fANa0JVFYTReEDjD4WEkR-qRLaPR5HNvj85OIukiOxNWMnfoTvFEfgkv_gm-IhO8WTniDWfhyphenhyphen74KW6m3M0Bq/s1600/IMG_2826-001.jpg)
Tanto esse tempo com o La Pupuña quanto o período como guitarrista e produtor da Gaby Amarantos dá a Felix, com sua barba à la ZZ Top, traquejo suficiente para incendiar o palco tocando e, de vez em quando, cantando. Se bem que incendiar parece inerente a praticamente qualquer paraense, visto que todos que subiram ao palco agitaram o público. Inclusive quando o próprio público sobe, como aconteceria de novos com três casais que foram mostrar seus dotes de dança.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhszL9Et1vlt_a1dYnBZl6t65cX87Ta-6JqYuWdYmXwya69hxlZ9SYcA1tVRN04obMqwDM8tuumtzJiCPKf9jiOA3f9JbqLR4qgJXoqBTfJPnklXlIVaY-wvg0Fa4OwDzA5MatJSVIDVXz9/s1600/IMG_2849-001.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAuMZGlqUi18tLI9DrkFiAiNB9D944SSaAuWXlOHnEVLeTPjTFZz7fE-8Pq7MQT3-waeP1zF5xjppzUMzIHS7BwAf1j0HKcl9o5JyiPs0RL3O7bRKESZoe02SP79VqfRQjVNfwV0Mpuf4k/s1600/IMG_2850-001.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhC77w1sCRmYwZ06yxoOl1ABNYMAwqQ7VlN-USb7aIUDBMOdt3nYj-xjeKrDYXLN4p-Wsxu6_1zPWcxQIuNnyWV-g1F1YvzKDLcyaLZX6lJMhrzl_NBoXtsfmteIABBsA14e9fobsLe8AVK/s1600/IMG_2857-001.jpg)
Mestre Solano se junta ao grupo de Félix Robatto e não precisa de muita conversa, rebolado ou qualquer tipo de populismo. Só fazer o dedilhado na guitarra de músicas como "Ela é Americana" é o que basta para reações entusiasmadas e a comprovação que o título de "mestre" é plenamente justificado.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcTxyWVEmJPiD9gaZPa5EeA0ExF0DaepXoa7TMR3TSsgMi6UgDQ3ccqr8PGYTdZToEWwE9L8_tkxlKmPNqufnDPJ4G3zgECo1l2dCpTm9E5SaALb1zfjzYiGEyS-HUbaUklr4cTRmT56G-/s1600/IMG_2869-001.jpg)
O encerramento no palco maior fica com Felipe Cordeiro, sempre com o pai Manoel Cordeiro ao lado, mas desta vez mostrando suas músicas que misturam os ritmos paraenses com pop, new wave e mais um tanto de outras sonoridades, e tendo a cantora Luê como convidada, cantando e tocando rabeca em algumas músicas dela e outras do Felipe. Pelo avançar da hora o público ia saindo, mas quem resistia ainda se divertia à beça.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidO0uA5_Ztbd3B8jVwSwElKDJuTXLzycu150759yDq_8sFifnjFAeAt83StqHpnh7raI2usWUx06wyFSlacIb8JbgFB1Uf83_MsrTeux4mR1OzWbmwOz-IdZOqyc1JxXO0Kr_aVd6lrxE2/s1600/IMG_2901-001.jpg)
Dentre os festivais e shows esparsos ocorridos durante esse período olímpico no Rio de Janeiro, cheios de altos e baixos e quase sempre com a divulgação deixando a desejar, o Se Rasgum se mostrou a aposta que produziu o melhor resultado, com shows no horário, ótimas apresentações e, pasmem, com o som da Fundição Progresso colaborando muito mais do que o de costume.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBg71Q_QN1vRXx_gViYqPqIJJC9OTKDH5YS3VO444Ogpr-lhpgehRNfBDU8ViBUkhNdZ3OOYgoP6cgXGsmMxJDM3yIopEDKVCL08nv5YDBmcS5uW0qcMMeHLcOG5D5H-lxsg0A3IQVrMu6/s1600/IMG_2920-001.jpg)
Oito vídeos contam um pouco dessa história, clicando aqui ou no tocador abaixo:
Lista de músicas gravadas:
Jaloo e Strobo - "Downtown"
Público paraense - "Dona Mariana"
Manoel Cordeiro - "Asfalto Amarelo"
Pinduca - "Garota do Tacacá" (trecho) / "Dança do Carimbó"
Pinduca - "Volare"
Felix Robatto - guitarrada
Felix Robatto e Mestre Solano - "O Som da Amazônia"
Felipe Cordeiro e Luê - "Legal e Ilegal"
Nenhum comentário:
Postar um comentário