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segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Sinuoso (ou duas segundas) - Parte 2
Na segunda-feira do dia 10, diferente da semana seguinte, Marcelo Camelo se apresentou solo, porém com sua banda de apoio. E que grande diferença que isso traz. Especialmente se compararmos com o disco solo Sou/Nós. Ainda que lá já contasse com o suporte do Hurtmold em algumas faixas, ao vivo, o grupo paulista de post-rock é essencial para dar força às bonitas melodias criadas no disco por Camelo. O grande problema de Sou/Nós não são as composições, a maioria de excelente qualidade. Mas a execução delas parece preguiçosa demais, desleixada demais. Desleixo num disco é algo ótimo, melhor do que arranjos "certinhos", sem graça. Mas quando a gente sequer consegue entender o que a pessoa está cantando é preocupante. No Teatro Rival se entendia muito bem o que Camelo cantava e as intervenções feitas pelos paulistas nos arranjos iluminavam as palavras.
Antes, uma breve passagem sobre a dificuldade para entrar no Teatro Rival. Como já havia dito aqui, esse show, gratuito, foi feito para gravação no Palco MPB, da rádio de nome idem, como tem acontecido todas as segundas-feiras. Geralmente não há grandes dificuldades de se entrar. Apesar de todo messianismo que Camelo provoca em um número considerável de pessoas e da grande fila formada uma hora antes de se entregarem os convites para entrar, dessa vez também não seria tão difícil. A diferença dessa para outras semanas em que pude estar ali é que a quantidade de ingressos liberados era menor. Bem menor. A explicação que consegui encontrar foi de que a quantidade de convidados dessa vez era maior. Bem maior. Uma pena, pois fez algumas pessoas que realmente acompanham a carreira dele esperarem algumas horas na fila em busca de lugares sobrando lá dentro, o que acabou acontecendo.
Ao entrar, Camelo e banda estavam começando "Menina Bordada", uma das duas melhores músicas de seu disco. Bem animada, mas que não chegou a contagiar o lugar composto por mesas e cadeiras, onde todos assistiam sentados. Ao final da música Camelo falou algo sobre as pessoas se soltarem, quebrarem as regras. Talvez ele estivesse esperando reação semelhante a que teve em Recife, meses atrás. A outra melhor música do disco é "Janta", que ele toca uma música depois. E é aí que começa a se perceber a discreta beleza sonora dos paulistas. Onde, naquele dia, faltava Mallu Magalhães, sobrava Hurtmold, que entra na segunda parte da música com violões, percussão e sons de cigarra acentuando a brejeirice da música. É também a primeira canção a ter uma reação mais forte da platéia.
Depois de "Janta", numa prova de que os últimos serão os primeiros, eu mais um amigo conseguimos ficar na mesa 01 do teatro, o que permitiu essas fotos ilustrando o texto. "Doce Solidão" foi tocada e manteve o pique da música anterior. Na hora de tocar "Liberdade", um problema em um dos microfones do Hurtmold fez Camelo sacar do bolso "Fez-se Mar", do disco 4 do Los Hermanos, para ser cantada em coro pela galera do fundão. Porque a maioria das pessoas que estavam nas mesas da frente, decerto boa parte composta pelos convidados do cantor, só assistiam com sorrisos e aplausos ao final, porém sem acompanhar as letras das canções. Isso tornou algumas das canções um pouco mais frias, mas não em "Fez-se Mar", que podia ser bem ouvida ali da frente, onde na verdade deveriam estar os fãs.
Após o problema no microfone ter sido resolvido, veio "Liberdade". E tanto ela quanto "Morena" (também do 4) e "Despedida" (essa, gravada por Maria Rita) também ganham novas nuances com o Hurtmold. E esse é o grande trunfo de Camelo nessa turnê. Onde ele se apaga, a banda brilha por ele. Se o show não é tão histérico quanto com o Los Hermanos, é talvez justamente por isso, mais agradável, sem ser chato como talvez seria se alguns dos arranjos do disco se mantivessem. Para completar, a marchinha "Copacabana" para alegria das pessoas que permaneceram estáticas e confortáveis.
Setlist:
Passeando
Téo e a Gaivota
Tudo Passa
Menina Bordada
Mais Tarde
Janta
Doce Solidão
Fez-se Mar
Liberdade
Saudade
Morena
Vida Doce
Despedida
Copacabana
Mais fotos do show:
http://lacumbuca.multiply.com/photos/album/123
E daqui alguns dias, algumas considerações sobre as entrevistas de Camelo e talvez a explicação para esse "sinuoso" do título acima.
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2 comentários:
"Depois de "Janta", numa prova de que os últimos serão os primeiros, eu mais um amigo conseguimos ficar na mesa 01 do teatro, o que permitiu essas fotos ilustrando o texto."
Gostei dessa parte.
http://img376.imageshack.us/my.php?image=3034467181ec00548348zl9.jpg
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