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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

25 shows nacionais de 2010 - 14: Cabaret tocando Nick Cave

14 - Cabaret tocando Nick Cave
26/08/10 - Espaço Sérgio Porto


Cabaret tocando Nick Cave - 26/08/10


Difícil de lembrar quando exatamente eu soube que, para promover o livro A Morte de Bunny Monroe, o Cabaret mais convidados iria tocar composições do escritor do livro, o australiano Nick Cave. Foi no twitter? No orkut? Alguém me contou? Não tenho certeza.



Mas me lembro exatamente da sensação que tive quando fiquei ciente dessa possibilidade. Não que essa sensação seja fácil de explicar. Misto de frio na barriga com vontade de comemorar gol estilo Pelé. Sei lá.



Nick Cave, seja ao lado de seu grupo oficial, os Bad Seeds, ou com seu novo projeto Grinderman, é o tipo de artista que não tem o reconhecimento do mesmo tamanho que seu talento. Lá fora seu culto de seguidores é enorme, mas ele merecia mais. Aqui no Brasil, onde viveu por um tempo no fim dos anos 80, ele já deve encher um Circo Voador ou ser aquela atração do Rock In Rio que ninguém bota fé e no final sai consagrado (fica a dica, Medina).



O Cabaret, já comentado por aqui, talvez até entrasse nessa lista por tocar antes de Velhas Virgens e saírem vivos e por cima no confronto “fãs sexistas” versus “últimos heterossexuais sensíveis”, como costuma se descrever Márvio dos Anjos, o inacreditável vocalista do Cabaret, sempre capaz de garantir a diversão com sua performance afetada tanto de rockstar glam decadente quanto a de romântico incurável procurando redenção.


Cabaret tocando Nick Cave - 26/08/10


Mas o que marcou mesmo foi a banda tocando de uma forma bem fiel o cancioneiro de Nick Cave and The Bad Seeds, acompanhados de um trio de backing vocals e do escritor João Paulo Cuenca, que um dia foi guitarrista da banda de surf music Netunos.


Cabaret tocando Nick Cave - 26/08/10


Para promover o livro, ainda tínhamos direito a uma cerveja, e é com ela em mãos que entramos no Sérgio Porto com Márvio mimetizando gestos e a voz de tom extremamente grave de Nick Cave na plácida “Into My Arms”.



O começo calmo e lento é substituído pela tensão mal assombrada e claustrofóbica de “Red Right Hand” e o ritmo vai crescendo em “Today’s Lesson” e “Get Ready”. Essa dinâmica entre as músicas mais nervosas e as baladas pungentes é a tônica do show.


Cabaret tocando Nick Cave - 26/08/10Cabaret tocando Nick Cave - 26/08/10


Os convidados estiveram nesses momentos de maior delicadeza. Dado Villa-Lobos acrescentou um violão à “The Ship Song” e Amora Pera fez a voz que era de Kylie Minogue em “Where The Wild Roses Grow”, do disco Murder Balladas. Mas foi Letícia Novaes (do Letuce) que brilhou no dueto de outra canção desse disco, chamada “Henry Lee” e originalmente cantada por PJ Harvey.


Cabaret tocando Nick Cave - 26/08/10


O setlist conseguiu fazer um bom apanhado da carreira de Cave com os Bad Seeds, com algumas escolhas ótimas e pouco óbvias, sendo “Thirsty Dog” o melhor exemplo. A ausência mais sentida foi “The Mercy Seat”, canção que já foi regravada por Johnny Cash.

Cabaret tocando Nick Cave - 26/08/10


Márvio foi aos poucos se soltando do papel de Nick Cave e mesclando sua persona Marvel Deluxe, pseudônimo que usava antes no Cabaret. No final já estava cantando no meio do público que, sabe-se lá como, assistia sentado músicas que dão vontade de voar virado do avesso. Já Márvio não fez menos do que isso e terminou jogado ao chão. Agora bem que 2011 podia ser o ano de ver a versão original, hein...


Cabaret tocando Nick Cave - 26/08/10

Um comentário:

Dine disse...

abre o olho, Medina!