22/10/10 - Rock'n'Drinks

Será que eles são desse planeta?, andei me perguntando. Olha os nomes deles. Kayapy, Ynaiã... nomes indígenas? Sei não. É difícil de acreditar que pessoas nascidas na Terra fossem capazes de fazer o que o Macaco Bong fez em uma sexta-feira no Rock’n’Drinks em Copacabana. Lugar que um dia se chamou Drinkeria Maldita. Que por sua vez um dia foi em Botafogo e não tinha espaço para shows.
Já o espaço da Rock’n’Drinks é o que alguns poderiam chamar de intimista, devido ao contato muito próximo com a banda. Mas o nome certo é pequeno mesmo. E a premissa do contato é verdadeira. Muitos das dezenas de fãs do Macaco Bong se espremiam à frente do palco para observar em detalhes a ação do guitar hero (não o jogo) dos nossos tempos, Bruno Kayapy.


Ele dá aquilo que o público pede, e entre caras, bocas e contorcionismo há um tremendo guitarrista que faz muito mais do que solos e demonstrações inúteis de virtuosismo. Faz música. A proximidade com o trio, porém, mostra que Kayapy tem alguém com quem dividir as atenções.

O baterista Ynayã Benthroldo, do seu lado, praticamente rouba a cena nos momentos mais pesados e rápidos das cacetadas instrumentais do Macaco Bong. Parecia que algumas pessoas procuravam, assim como eu, o segundo bumbo que os pés de Ynaiã pisavam, porque não era possível que uma única canela fina como a de um queniano em maratona de São Silvestre estivesse fazendo aquilo.

Diante desses dois músicos fora de série, cabia ao baixista Ney Hugo (o único terráqueo?) a árdua missão de manter uma base para a dupla fazer as coisas andarem com uma intensidade de causar sorrisos espontâneos no rosto, diante de olhares incrédulos.

Em um certo momento achei que aquele ali era o melhor show do ano. Porém, problemas técnicos com a guitarra, mais para o fim, deram uma esfriada na apresentação. Ainda assim, uma performance estonteante.

Um comentário:
Eu vi os caras tocarem uma vez no Recbeat e foi épico.
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