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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Festival Back2Black (28/8/2011)

Back2Black 2011 - Seu Jorge & Almaz


Antes tarde do que nunca, um relato sobre o último dia do festival que aconteceu no final do mês passado. Para ver a resenha sobre os dois primeiros dias, clique aqui.



O domingo do Back2Black, onde as atrações gringas eram uma incógnita para boa parte do público, acabou sendo um dia sem grandes decepções, mas também sem grandes destaques ou shows históricos. Não aconteceu nada no nível da canja de Caetano Veloso no show de Jorge Ben Jor no sábado e a metade final explosiva dos tuaregues do Tinariwen na sexta, mas arrependimento não pareceu uma palavra que circulava entre os que lá estavam.



Falando nisso, não posso deixar de comentar antes sobre o público que esteve presente nos três dias do festival. Formado majoritariamente por mulheres entre os trinta e quarenta (e cinco...) anos vindas da zona sul e prováveis leitoras das Martha Medeiros. Me pergunto se houve publicidade sobre o Back2Black nas revistas Marie Claire e Cláudia...



Além da constante população balzaqui-loba, o que não mudou nos três dias foram os atrasos. Marcado para 18:30, o Paraphernalia só é apresentado depois das 20:00, esperando o show da Asa (não de águia!) terminar no palco principal.



Back2Black 2011 - ASA



A menina Asa nasceu em Paris e foi criada na Nigéria ou talvez tenha sido o contrário, mas se tivesse nascido em Belford Roxo e fosse criada em Berlin talvez não fizesse muita diferença. Ela faz um pop, de bom nível, é verdade, mas que pode ser encontrado de forma bem similar na Kate Nash ou na Lily Allen, por exemplo.



Uma boa apresentação, com boa receptividade e um ótimo trabalho da cantora de vestido vermelho de baile de debutante e óculos gigantes na cara, mas que leva ao esqueciento do que foi apresentado dez minutos depois. Inofensivo e agradável. Em resumo, pop.



E assim o Paraphernalia pode se apresentar. Grupo instrumental bem quisto por 10 entre 9 músicos cariocas, mostraram o porquê disso em cima do palco. Acho que eles podem se considerar de certa forma precursores dessa onda jazz que está acontecendo na noite do Rio. Se mudarem o nome para Paraphernalia Lapa Jazz vão ver seus seguidores quintuplicarem.



Back2Black 2011- Paraphernália



O setlist não é composto de standards do gênero, muito pelo contrário, e o que mais chama a atenção são as boas sacações de composições próprias como "Fúria do Dragão 2" e o uso de cítara em uma das músicas, que embora não fosse algo indispensável também não serviu somente para demonstração de virtuosismo.



Back2Black 2011- Paraphernália



Pausa do Paraphernalia para que pudesse começar Aloe Blacc no palco principal. Confesso que muito pouco conhecia sobre seu trabalho além das participações recentes na coletânea Red Hot + Rio 2. E assim como a Asa, saí de lá sem uma música significativa ou uma performance marcante para ser lembrada no dia seguinte. Lembro mais do elegante colete cinza do que da música, na verdade.



Back2Black 2011- Aloe Blacc



Volta para mais uma sequência muito curta do Paraphernalia, desta vez com BNegão cantando algumas de suas músicas dos Seletores de Frequência e canções de Tim Maia e Jorge Ben que também costumam estar presentes onde quer que BNegão cante. Os arranjos foram bastante fiéis aos dos Seletores e talvez fosse mais interessante que levassem a novos caminhos dentro das composições.



Mas BNegão é meio que uma força da natureza (um dos 25 melhores shows do ano passado - na verdade de qualquer ano) e quando ele canta músicas como "O Processo" e a cover de Jorge Ben "Hermes Trismegisto" todas essas elucubrações ficam esquecidas.



Back2Black 2011 - Paraphernália + B. Negão



Poderia ter durado mais, só que o horário já começava a avançar para um domingo na Leopoldina e o encerramento com o Almaz (Seu Jorge + Nação Zumbi "destamborzada") já estava começando no palco principal. Ali encontra-se um potencial que por enquanto está longe de se realizar completamente, tocando em grande parte músicas de outros artistas com viés "para exportação", tentando mirar um mercado internacional.



Back2Black 2011 - Seu Jorge & Almaz



Mesmo não vendo isso funcionar da forma que poderia, ver um lugar cheio curtindo "The Model" do Kraftwerk, tem um grande valor. Mais um de vários momentos belos do festival, que também pode cumprir mais do que apresentou, mas que em nenhum momento nas atrações ficou abaixo da média.



As fotos eu roubei todas do flickr do festival.

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