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quarta-feira, 9 de maio de 2012

Eu me perdi na selva de pedra - Histórias de uma Virada Cultural - Sampauladas & Zumbis

Domingo, 06 de maio, perto de 7 da manhã.

Alguma coisa aconteceu no meu coração quando cruzei a Ipiranga e a Avenida São João: tristeza por ver uns cinco caras chutando um sujeito de camisa verde caído no chão. Os (suponho) amigos dele foram socorrê-lo e começaram a empurrar os caras. Segundos depois tinham mais dois ou três se batendo e logo paravam.





O sujeito de camisa verde já estava de pé, o nariz sangrando e querendo ir para briga, mas sem demonstrar muita vontade. Logo um sujeito negro de camisa branca e um sujeito branco de camisa preta, cabelo com gel todo penteado para trás, começaram a se socar num mistura de pugilismo e ultimatefightismo de deixar qualquer Galvão Bueno empolgado.





A briga vinha chegando em minha direção à medida que eu terminava de atravessar a Avenida Ipiranga, mas eu não conseguia nem apressar meu passo e nem parar de assistir o "espetáculo", tentando entender porque caralhas pessoas arrumam uma briga de gangues às sete da manhã. Nem as brigas nos blocos-micaretas da Preta Gil no Rio acontecem tão cedo...









Já um pouco mais longe da briga finalmente avisto três policiais caminhando pela São João. O que passa mais próximo de mim está com os olhos vermelhos, e aviso a ele que tem um pessoal "se porrando" ali na esquina. Ele fala "tá bom" e os três continuam a caminhar, inabaláveis.




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Domingo, 06 de maio, por volta de duas da tarde.
Logo depois de sair do bar africano, em busca de uma cerveja boa e sem ágio, acabei entrando numa rua (quase certeza que a Guaianases) infestada de usuários de crack, que se assemelham mais a zumbis tão na moda desses filmes e seriados novos, mas que deixariam bolado até mesmo o George Romero.




Nessas situações não é bom a) dar meia-volta asssustado, nem b) andar muito devagar, nem c) sair correndo gritando socorro. Um pouco mais à frente dois amigos, um homem e uma mulher, andavam juntos, o homem dizia para ela não andar tão devagar por ali. Resolvi puxar assunto, afinal de contas três pessoas andando juntas é melhor do que... bom, do que eu sozinho.




O rapaz disse que morava naquela rua já há alguns anos, mas que nunca andava nela por causa dos zumbis-cracudos, sempre pegava outra rua, mais movimentada. "Com o tempo a gente até acostuma", disse ele meio resignado. Lembrei do Rio, com o pessoal que morava perto de morros e se acostumou tão rápido com o barulho de tiroteio, com o risco de balas perdidas. Como que a gente se acostuma com essas coisas? Eles chegaram ao prédio dele e me mostraram um boteco mais na frente, na esquina com a Rua Vitória.

2 comentários:

Diogo Marcelino disse...

Estudo na rua Guaianazes, os noias sao de boa rs

Paulo Gallo disse...

Já fui ali no Bar da Brahma, o "famoso". Tudo bem que só entrei pra beber UM chope, mas pelo menos eu fui. hahaha