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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Fim de Humaitá Pra Peixe: Três vídeos do trio O Terno no Jockey da Gávea (30/01/2014)





E o Humaitá Pra Peixe foi ter seu fim na Gávea. O festival, criado por Bruno Levinson em 1994, já não passava pelo Espaço Sérgio Porto, onde o HPP nasceu e que fica no bairro que inspirou seu nome, há uns 5 anos (ocasião em que trabalhei no festival como ~jornalista~, vê se pode).



Do Sérgio Porto ao Jockey Club leva-se uns 10 minutos para percorrer de ônibus, se o trânsito estiver bom (quase nunca está, então bota mais 15 minutos na conta), então foi uma despedida não tão distante de seu berço.



Fazendo parte da programação de um evento patrocinado por uma marca de chinelos (escrevo desse jeito em homenagem à emissora que fica logo ali no Jardim Botânico, hehe) e que teve de ser adiado para o fim de janeiro por conta de uma tempestade que castigou a cidade na data marcada, Bruno fez um Humaitá Pra Peixe com as características que sempre foram das mais elogiáveis do festival: a diversidade de estilos.



Nem sempre essa diversidade era notada numa mesma noite, mas como esta era uma noite única em vários sentidos, entre vários nomes que Bruno pensou em trazer, ficou com o rock retrô d'O Terno, o afrobeat-mais-mil-ritmos do Bixiga 70, e, pra não ficar só com São Paulo, o hip-hop-rio do Cone Crew Diretoria.



Pode-se até não gostar de um ou outro nome, mas não são muitos festivais, mesmo hoje em dia, ou mesmo em outras épocas, capazes de trazer essa mistura. Mistura essa que se refletia no público e no contraste entre as meninas e rapazes que vieram para ver os rappers cariocas e o público que estava a fim de balançar com o Bixiga 70, além de um público que só estava lá pela badalação do tal evento-da-marca-de-chinelo.



E mistura que não trouxe nenhum problema para as duas primeiras bandas da noite, se elogiando entre si e elogiando e declarando como influência o rap, no caso do Bixiga 70, o grande show da noite e o único visto por completo por esta página virtual. Mas não nos antecipemos...



Quando cheguei, O Terno já estava na metade final da sua apresentação. É possível que o trio, por algum erro de cálculo, tenha colocado todo o gás em suas músicas mais agitadas logo no começo do show.







Porque o que se viu em músicas novas como "Harmonium" e "Quando Estamos Todos Dormindo" e até mesmo na excelente "Papa Franciso Perdoa Tom Zé" gravada pelo baiano no EP Tribunal do Feicebuque era um grupo em marcha lenta, que só acelerava em certos momentos instrumentais dentro das músicas.



Bem diferente de apresentação d'O Terno no Circo Voador, na edição 2012 do MoLa, onde impressionaram e deram mais sentido ao disco de estreia deles. As letras do vocalista/guitarrista Tim Bernardes, a julgar pelas novas tocadas, continuam muito boas, embora continuem estranhamente mórbidas (sempre tem alguém morrendo, reparem só). A sonoridade, mais do que no disco, está se definindo cada vez mais como uma ponte entre o rock sessentista praticado no Rio Grande do Sul e um stoner rock, apesar de bem diluído, mas que encontra semelhanças pelas bandas (e nas bandas) de Goiás.







Ao que parece, alguns dias depois no Circo Voador (novamente), abrindo para Tulipa Ruiz, fizeram performance vigorosa. Creio ser necessário um tira-teima para um veredito final, em especial um em que participe o pai de Tim e ídolo da família La Cumbuca: Maurício Pereira, do Mulheres Negras. Por enquanto fica a impressão de um show com passagens muito interessantes, mas que pode render mais.



Quatro vídeos para concordar ou discordar de mim, aqui ou abaixo.






Lista das músicas gravadas:


- Harmonium


- Quando Estamos Todos Dormindo


- Papa Francisco Perdoa Tom Zé


- 66

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