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terça-feira, 22 de dezembro de 2009

200 Discos Nacionais dos Anos 00 - 040 a 031

040 - Fino Coletivo - Fino Coletivo (2007)

Trazendo algumas das melhores músicas dos discos (que já apareceram aqui neste Top 200) de Wado e Marcelo Frota (o Momo), o combo alagoano-carioca ainda tinha outras revelações nas mãos de Alvinho Lancelotti (irmão de Domênico, que já apareceu aqui com +2, Ritmistas) e Adriano Siri. Os quatro músicos, acompanhados por Alvinho Cabral, Marcus César, e Daniel Medeiros cantam canções como "Boa Hora", "Hortelã", "Dragão" e "Na Maior Alegria", além daquelas já elogiadas quando gravadas por Wado ("Tarja Preta", "Uma Raiz, Uma Flor", "Poema de Maria Rosa") e Momo ("Tempestade"), tudo isso envolto em uma roupagem samba-funk-pop que agrada.



039 - Nina Becker - Superluxo (2007)

Criado para ser a trilha-sonora de um desfile de moda de sua coleção, Nina Becker consegue conduzir em quatro músicas um dos trabalhos mais bem acabados da nova geração de músicos que orbita próxima à Orquestra Imperial, da qual Nina faz parte. A banda de apoio é a semente o que viria a ser o Do Amor, as músicas são da autoria de gente como Nervoso, Renato Martins (Canastra), Kassin e Adriana Calcanhotto e o som é um pop entortado que por vezes lembra Mutantes, não por copiar algo deles e sim pela originalidade que Nina imprime ao EP, sem precisar inventar muito.



038 - Brasov - Uma Noite Em Tuktoyaktuk (2007)

Em um disco majoritariamente instrumental, o grupo carioca vai nas mais variadas direções possíveis, de música cigana do leste europeu a trilha-sonora de seriados de televisão dos anos 70, da latinidade de vilarejos mexicanos a ataques descontrolados de bongô, e Ray Conniff e Roberto Carlos se encontrando no meio de um groove funk. Quando resolvem cantar é que o humor, mais presente nas apresentações do Brasov, fica evidente, tanto em "Kalasnjikov" (de Goran Bregovic) quanto nas composições próprias "Dona Mathilde" e a bucólica-porém-acelerada "Morangos Silvestres".




037 - Maquinado - Homem Binário (2007)

Lúcio Maia é um dos melhores guitarristas do Brasil e toca na Nação Zumbi, a melhor banda do Brasil. Então é lógico que em seu projeto solo ele faz um disco de... rap. Não tem só rap e em todas as faixas você pode prestar atenção na manipulação das 6 cordas das guitarras de Lúcio, auxiliado pelos recursos do estúdio e sua cabeça criativa. Mas as faixas mais marcantes são as que participam os rappers Rodrigo Brandão (Mamelo Soundsystem) em "Eletrocutado", Funk Buia (do Z'África Brasil) em "Não Queira Se Aproximar" e em especial Speed Freaks em "Tá Tranquilo". Além dessas, "Arrudeia", "Alados" (com Siba e a Fuloresta) e "Sem Conserto" batem bem.



036 - Ratos de Porão - Sistemados Pelo Crucifa (2001)

Regravação do primeiro álbum dos Ratos de Porão, o Crucificados Pelo Sistema, de 1984. Sistemados Pelo Crucifa mostra Ratos de Porão no auge da podreira sonora, revitalizando e dando musculatura às músicas gravadas com poucos recursos técnicos na época. O maior destaque é que nenhuma música passa de 2 minutos de duração. Uma meia dúzia sequer passa de 1 minuto. "Caos", então, tem uns 15 segundos. Melhores: "Morrer", "Agressão / Repressão", "Poluição Atômica", "Pobreza", "F.M.I.", "Sistema de Protesto", "Não Me Importo" e "Periferia".



035 - Supercordas - Seres Verdes ao Redor (2006)

Então sua nave espacial pousou em um lugar desconhecido, a porta da nave vai se abrindo lentamente e você está no meio de um brejo ensolarado. A luz chega a cegar você e quando você abre os olhos uma constelação de insetos fazem coreografias em pleno vôo lá fora. Todos os zumbidos de "E o Sol Brilhou Sobre o Verde", que abre o cd do Supercordas, são as boas vindas ao mundo folk psicodélico rural, mas rural de um outro planeta, com ecossistemas entupidos de violas, theremins e órgãos borbulhantes. O restante do disco vai descrevendo este estranho habitat criado entre Parati e Rio de Janeiro na companhia espiritual de Mutantes, Sá, Rodrix & Guarabira, Lô Borges e Pink Floyd e tenho certeza que mesmo que não entenda nada do que eu falei vai apreciar as músicas "Ruradélica", "Sobre o Frio", "Sobre o Calor" e mais que todas, "3.000 Folhas".



034 - Cérebro Eletrônico - Pareço Moderno (2008)

Só escrevendo sobre os discos estou notando o quanto Os Mutantes influenciaram alguns discos desta parte da lista. Com Cérebro Eletrônico não é diferente do Supercordas, porém eles trocam a casa no campo pelos prédios cinzas de São Paulo, onde jogam baldes de tintas psicodélicas nas paredes e armas que disparam confetes no meio da chuva. E um amor incondicional por todo artista que um dia foi chamado de "maldito" dentro da mpb, em especial o ídolo-mor deles, Sérgio Sampaio, como é exibido na faixa-título e "Sérgio Sampaio, Volta". Outros bons momentos são os rocks "Bem Mais Bin Que Bush", "Dominó Tecnológico" e "Me Atirar Na Orgia". Mas nada supera "Dê", com versos simples que falam tudo que você precisa saber sobre o amor.



033 - 3 Na Massa - Na Confraria das Sedutoras (2008)

O ponto de vista feminino colocado no papel e transformado em música por um compositor do sexo masculino ganhou repercussão e notoriedade durante os anos 60 e 70, especialmente com Serge Gainsbourg lá fora e Chico Buarque por aqui. O baterista Pupilo e o baixista Dengue, ambos da Nação Zumbi, mais Rica Amabis, produtor e músico do coletivo Instituto lançaram o desafio: chamar diversos compositores para escrever letras que tentassem identificar a alma feminina sob uma ótica que remetesse a Serge Gainsbourg e ao quadrinista italiano Milo Manara. Amarante, China, Alex Antunes, Junio Barreto, o pessoal do Mombojó, Lirinha, Jorge Du Peixe e uma mulher: Lurdez da Luz (Mamelo Soundsystem) que canta seus versos em forma de rap na faixa "Sem Fôlego". As mulheres que foram escolhidas para cantar e/ou declamar os versos dos meninos são de deixar qualquer um ofegante, tanto pela voz quanto pela beleza. Temos de Thalma de Freitas a Leandra Leal, de Céu a Pitty, Nina Becker a Simone Spoladore, atrizes, cantoras e modelos fazendo despertar a imaginação dentro de um harém em formato de cd. Sussurros e confissões à flor da pele.
(retirado do texto que fiz para o Humaitá Pra Peixe 2009)



032 - Frank Jorge - Carteira Nacional de Apaixonado (2000)

Elemento central do rock gaúcho dos anos 90/00, Frank Jorge gravou este seu primeiro disco solo em um momento em que sua banda Graforréia Xilarmônica estava acabando. Em Carteira Nacional de Apaixonado há mais seriedade e os arranjos são mais trabalhados do que com a Graforréia, sem que isso afete a forte influência de uma falsa ingenuidade vinda da jovem guarda, como é possível ouvir em "Nunca Diga" e muito menos na ironia da faixa "Serei Mais Feliz (Vou Largar a Jovem Guarda)". Mas as coisas se aprofundam aqui e há faixas com influências eletrônicas e de música latina e músicas que refletem o período final dos Beatles. Apesar da qualidade que o disco todo possui, "Homem de Neanderthal" fica alguns pontos acima das outras canções.



031 - Jason - Eu Sou Quase Fã de Mim Mesmo (2000)

Unindo músicos de bandas underground do Rio de Janeiro nos anos 90, como Poindexter, Baba Cósmica e Soutien Xiita, o grupo de hardcore Jason era rápido o bastante para colocar 19 músicas em meia hora, com letras irônicas (o que dizer de uma música chamada "Deus Não Acredita Em Ateus"?), riffs nervosos e os vocais berrados de Vital. Se você gosta de hardcore deveria ouvir "Roda Gigante", "Álbum de Família", "3'33", "Eu Mereço Meu Silêncio", "A Bela Canção (Que Eu não Escrevi)" e "Espelho Meu".

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