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segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

200 Discos Nacionais dos Anos 00 - 050 a 041

050 - Supla - O Charada Brasileiro (2001)

É, eu sei que parece absurdo, mas O Charada Brasileiro é um dos discos mais representativos desta década. Após o "sucesso" da música "Green Hair", exibida no programa Piores Clipes do Mundo, da MTV, Supla deve ter percebido que ainda havia espaço para ele no mercado da música, mesmo que na forma de humor meio involuntário. Mas nada disso teria importância se ele não tivesse feito um disco tão bom, com o apoio da banda Holly Tree nos momentos punk e de um gringo chamado Kojak nas programações eletrônicas, onde Supla faz uma mistura de hip hop com bossa nova (do jeito dele) e outros estilos. As regravações de "Garota de Berlin" e "Humanos", da época que ele era da banda Tokio estão entre os destaques. Mas eu sei que você provavelmente não vai acreditar em mim...



049 - Batone - Lixo Extraordinário (2007)

Nunca vi o nome de um projeto, disco ou sei lá o que ser tão apropriado. Lixo Extraordinário é exatamente isso. A poesia das letras e a produção parece caminhar em cima de uma fina corda bamba, dando a impressão que vai cair a qualquer momento no lixo da produção musical de um Jay Vaquer, mas eles chegam até o outro lado, no extraordinário, com muitas referências e sons cheio de camadas e timbres e instrumentos interessantes, samples e boas construções na composição. Ouça "Der Leone", "Trégua", "Tudo Te É Falso e Inútil", "Amarelo Quase Roxo" e, em especial "Aos Poloneses do Brasil". No myspace dá pra ouvir algumas, e o google te ajuda a achar o disco por aí, tenho certeza.



048 - Dead Fish - Afasia (2001)

O Espírito Santo costuma ter boas bandas de punk rock e hardcore, como Os Pedrero (que já passou nessa lista) e Mukeka Di Rato. Tudo bem que os integrantes das bandas às vezes são os mesmos, mas... Afasia é o melhor disco do gênero vindo de lá, pesado, veloz e acessível, em uma linha melódica / berrada, com letras geralmente de cunho político e/ou social. "Afasia", que dá nome ao disco, "Proprietários do 3º Mundo", "Viver", "Revólver", "Linear", "Iceberg" e "No Chão" são minhas preferidas.



047 - Eddie - Metropolitano (2006)

É em Metropolitano que a banda Eddie consegue definir a sua sonoridade em relação ao que vinha fazendo nos últimos anos, pegando um pouco do melhor de cada som que já tiraram e transformando nesse estilo próprio deles, onde às vezes a percussão consegue se sobressair em relação à bateria e o pandeiro dá o tom em muitas das músicas. Músicas que definem a cara do disco: "Maranguape", "Probabilidade", "Quando a Maré Encher" (conhecida por ter sido regravada por Cássia Eller e Nação Zumbi), "Lealdade" e "Vida Boa", tão diferentes entre si e memo assim com a cara de Eddie.



046 - André Abujamra - O Infinito de Pé (2004)

Gosto da forma como, desde os tempos de Karnak, André Abujamra fala com letras diretas sobre assuntos tão complexos, como racismo ("é um rio poluído", canta ele em "Olho Azul"), ou quando simplesmente não está falando nada em uma língua conhecida como é o caso de "Atoto". Ao mesmo tempo o que é simplificado em letra é expandido em música e há de tudo um pouco na costumeira salada musical que André Abujamra faz. Além das músicas já mencionadas, vale muito a pena "70%", "Elevador", "Essa Música Não Existe" e o final com "Curriculum" com 10 minutos de uma biografia musicada de André Abujamra.



045 - Racionais MC's - Nada Como um Dia Após O Outo Dia (2002)

Depois do clássico Sobrevivendo no Inferno, de 1997, o disco seguinte dos Racionais MC's era bastante aguardado. Demoraram quase 5 anos para lançar um cd duplo que, se não alcança o patamar de Sobrevivendo... consegue manter a condição de único grupo de rap a ter popularidade que vai além do público interessado na cultura hip hop. Edy Rock escreve algumas das músicas mais fortes, como "Negro Drama", "Crime Vai e Vem" e "A Vítima" e tanto ele quanto Ice Blue e Mano Brown conseguem aqui ser um pouco menos monotemáticos quando falam de mulheres ("Estilo Cachorro") e Mano Brown brilha especialmente ao descrever uma lágrima nos versos iniciais de "Jesus Chorou".



044 - The Feitos - Na Cabeça da Chorona (2007)

Na Cabeça da Chorona é o melhor disco da Graforréia Xilarmônica da década, mesmo que não tenha sido feita pela Graforréia e sim por esse grupo niteroiense que poderíamos dizer que também agregou um pouco a demência do Zumbi do Mato e do Carne de Segunda. Romantismo loser-cômico com guitarras em altos decibéis em músicas como "Disco do Roberto", "Trombetas", "Gente Feiosa" e "Quero Ser Poser".



043 - Violins - Grandes Infiéis (2005)

É a partir daqui que o peso de Violins começa realmente a se fazer sentir, tanto nas guitarras quando nas letras, cada vez mais originais e aqui em uma obra temática sobre a infidelidade humana, seja em relacionamentos amorosos ou aos próprios ideais em pequenas fábulas surreais. A sequência inicial do disco, com "Hans", "Il Maledito", "Glória", "Atriz" e "Ensaio Sobre Poligamia" é poderosa. "Nada Sério" e a melodiosa "Ok Ok" também se destacam.



042 - Rogério Skylab - Skylab IV (2003)

Não há muito mais o que dizer além do que já foi dito nos outros discos do Rogério Skylab que já apareceram na lista. É mais uma boa fornada de músicas com letras que definitivamente não são feitas por alguém normal, dá até pra saber pelo título de algumas das melhores, como "O Meu Pau Fica Duro", "Puta", "Música Para Paralítico", "Parafuso Na Cabeça", "Lava As Mãos" (a melhor) e o punk rock "Eu Esporro".



041 - Walverdes - 90º (2000)

Há uma aparente confusão sobre a data deste EP dos gaúchos Walverdes, que iniciaram as gravações das músicas deste trabalho em 1998, mas só teriam visto a luz entre o fim de 1999 e início de 2000. Então aproveito essa confusão para incluir um dos trabalhos que mais me marcaram no início da década, com um som que eu não consigo me lembrar de ninguém fazer no Brasil de então, pelo menos não tão bem como os Walverdes faziam. Sujo e, pra mim, agradável. A melhor é "Câncer", que abre o disco, que segue em alto nível com "Meu Bar" e ainda há "Música Away" e "Vem", porradas que não dão um segundo de descanso aos ouvidos.

2 comentários:

Bruno Silva disse...

Caminhava eu sozinho
A noite olhando para o chão
De repente eu vi uma figura
Que de longe tocou meu coração

E parecia tudo tão irreal
Aquela luz azul e ela afinal
E quando eu caminhava ela desapareceu
Foi num piscar de olhos, nem sei como aconteceu

Imediatamente comecei a procurar
Aquela garota eu preciso encontrar
Mas essa cidade é tão imensa
Não sei seu nome, nem como lhe chamar

Linda, garota de Berlim!
Linda, garota de Berliiiiiiiim!

Já desesperado parecia que era o fim
Nunca encontraria a garota de Berlim
De repente, então ela me apareceu
Foi num piscar de olhos nem sei como aconteceu

Fiquei ali parado, e ela então se aproximou
Olhou bem nos meus olhos e pra mim assim falou:
Sex, sex, sex, violence!

E nesse mistério minha vida prosseguiu
Aquelas palavras, aquele olhar febril
Eu sei que esse conflito lindo nunca terá fim
Jamais esquecerei a garota de Berlim


Clássico! =D

Matheus Pinheiro disse...

Meu irmão ganhou esse disco do Supla de amigo oculto, acho que foi um dos cds que mais ouvi na minha vida. Me amarro, sério.