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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Os Mulheres Negras: bate-papo com Maurício Pereira

Maurício Pereira fala sobre Os Mulheres Negras, a banda do filho e o prazer e a vontade de tocar mais vezes no Rio de Janeiro



Os Mulheres Negras - 23/08/12



Na última quinta-feira, Os Mulheres Negras fizeram seu retorno aos palcos cariocas depois de muito tempo e o La Cumbuca esteve por lá para conferir, como vocês podem ler nesse post do Otaner. Além da resenha sobre o show, fui lá trocar algumas palavras com Maurício Pereira, metade da dupla formada com André Abujamra.



Em um bate-papo informal, ele falou sobre o show e Os Mulheres Negras, em geral. Independente de fazerem um som diferente do cenário musical carioca dos anos 80 (em comparação com a pós-vanguarda paulistana: luni, Skowa, Akira S, Patife Band etc.), os Mulheres Negras sempre foram bem recebidos no Rio de Janeiro. Então não é surpresa que mesmo depois de 22 anos sem tocar por aqui - o último show foi na festa de lançamento da MTV Brasil, em 1990! - tantos fãs tenham ido prestigiá-los.




Maurício disse que, nesses quase 30 anos de existência da dupla, destacaria, além da grande amizade entre os dois, a segurança e confiança com que se apresentam no palco. Às vezes, numa troca de olhares, ambos entendem que tem algo que não sai como o planejado ou qual direção devem seguir durante o show. E, nisso, entra uma das maiores influências não-musicais do Mulheres Negras: o clown, o palhaço (aliás, Maurício trabalhou como ator no grupo teatral Os Parlapatões). As brincadeiras, um servindo de escada para o outro, as caras e bocas, a mise-en-scène, o simples ato de pôr um chapéu de palha... E, como atuam com muitas bases pré-gravadas, eventualmente, quando acontece algum problema, Maurício fica incumbido de entreter a plateia. Ele chegou a afirmar que, com o tempo, tem se aperfeiçoado nessa função de "animar" o público enquanto Abujamra ajeita o som.



E por sinal, houve uma interrupção durante uma música, e a forma que Maurício encontrou para segurar a plateia foi contar uma piada... em italiano! E funcionou. Mas o músico reconhece que, se fosse em outro lugar, com outro público, eles talvez fossem xingados.



Sobre a carreira solo, Maurício (que, após o Mulheres Negras, lançou cinco discos solo) gostaria muito de trazer ao Rio o show "Mergulhar na Surpresa" que existe em duas versões: uma com o pianista Daniel Szafran e outra com dois guitarristas (curiosamente, Maurício diz que a versão com o pianista consegue ser mais pesada do que com a dos guitarristas). No caso do primeiro, seria adequado um lugar que já tivesse um piano.




Os Mulheres Negras - 23/08/12




Maurício falou sobre o sucesso d´O Terno, o grupo de seu filho, Tim Bernardes. Em um período que Maurício estava sem banda, convidou o trio para acompanhá-lo em alguns shows. Eles não tinham composição própria até que um dia, para surpresa do pai, surgiram com um disco autoral (que conta com algumas versões de suas músicas). Ele gosta muito do cd do grupo e até participa em algumas faixas.



Sobre o relançamento dos discos d'Os Mulheres Negras: a WEA, detentora dos direitos, relançou alguns anos atrás (com produção de Charles Gavin) os dois únicos discos, em tiragem limitada, que esgotaram rapidamente. Apesar do interesse, tanto de antigos fãs quanto de curiosos com o som da dupla, em geral, não há nenhum movimento em torno da gravadora em lançar novamente ou até mesmo de disponibilizá-los e/ou comercializá-los na internet (mesmo que, não oficialmente, eles já estejam disponibilizados).




Foram 22 anos sem tocar no Rio mas, pela animação e interação com a plateia, parecia que os Mulheres Negras são habitués dos palcos cariocas. Depois desta noite mágica, o La Cumbuca fica na torcida por mais shows da dupla (com o Mulheres e, principalmente, com os seus inúmeros projetos paralelos) e, quem sabe, por um novo disco.

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