
Uma tarde no Aterro do Flamengo com tempinho agradável e com shows do Djangos e Autoramas me faz acompanhar o bordão do baterista Wilson das Neves: ô sorte! Assim como o Djangos que havia tocado antes, Autoramas trouxe sua versão """desplugado""" e esse monte de aspas é porque, apesar de Gabriel Thomaz e Flávia Couri estarem usando instrumentos acústicos, o violão de Gabriel vem cheio dos pedais de ótimos efeitos que ele já costuma usar na guitarra e atrás dos dois está o Bacalhau, que sempre trata sua bateria na base da porrada. Mas não precisam ficar preocupados que ela (a bateria) adora.

Após quinze anos de carreira, seis discos e várias turnês pelo exterior, o Autoramas continua com o mesmo pique de uma banda iniciante e, mesmo desplugado, consegue ser mais barulhento do que muito grupo de “roque” que existe por aí. Gabriel, Flávia e Bacalhau são craques tanto nos instrumentos que tocam quanto no bom humor (exemplo: quando alguém da plateia grita “toca The Who!”, Gabriel responde, “prefiro Raul” e toca “Let Me Sing”)e, isso fica mais em evidência, quanto estão no palco.

Por conta desse formato mezzo-acústico, o repertório foi baseado no disco MTV Apresenta Autoramas Desplugado, deixando de fora as músicas do ótimo "Música Crocante", lançado ano passado.

Esse show ficou marcado como mais um onde as crianças que estavam
assistindo o show resolveram fazer parte do espetáculo. Como o La Cumbuca registrou, nos recentes shows do Canastra (no Centro e Humaitá) e, neste mesmo dia, no show do Djangos, as crianças resolveram roubar a cena com suas performances espontâneas e divertidas.

Durante “Blue Monday” e “Samba-Rock do Bacalhau”, a criançada subiu no palco e tomou conta do show: meninas com blusa do Iron Maiden e Nirvana e até um pré-adolescente com blusa do Garotos Podres (detalhe: eu não vejo nem adulto com blusa desta banda).

E tem sempre um mais espevitado que chama a atenção: um garotinho de sunga verde que pulou o show todo e, no bis, em cima do palco, não se segurou, parecia até uma versão mirim do John Lydon. Corria, pulava, se contorcia, tocava air guitar e air drum, tentava beijar uma coleguinha, bebia a água destinada aos músicos, fazia pose para as fotos dos pais corujas.... e, ao final das músicas, pedia mais uma. Este, nem a Super Nanny daria jeito!

Finalizando, merece destaque também o engajamento de Flávia, mandando um "Free Pussy Riot!" na intro de uma música do Reginaldo Rossi ("No Claro e No Escuro"): RRRRock!
Mais uma vez, gravamos o show quase inteiro, que você pode assistir clicando no vídeo abaixo:
Ou clique aqui
Lista de músicas:
- Minha Superstar
- Rei da Implicância / Gente Boa
- Hotel Cervantes
- No Claro e No Escuro
- Muito Mais
- Jogos Olímpicos
- I Saw You Saying (That You Say That You Saw)
- Love Me
- A 300 km/h
- O Bom Veneno
- Eu Vou Vivendo
- Let Me Sing
- Galera do Fundão
- Blue Monday
- Samba-Rock do Bacalhau
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