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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Resenha, fotos e vídeos: Lirinha no Oi Futuro Ipanema (14/09/12)

Lirinha - 14/09/12



Mudar sem perder a essência é uma habilidade para poucos. Mudar e conseguir mostrar que havia uma nova perspectiva dessa mesma essência, então, é mais difícil ainda. Não sou muito chegado nessas elucubrações. Lirinha, ex-vocalista do Cordel do Fogo Encantado, finalmente veio ao Rio de Janeiro lançar seu primeiro disco solo, Lira (indicamos aqui, entre os lançamentos de 2011). E mostrou na sexta-feira passada no Oi Futuro Ipanema, dentro do projeto Levada Oi Futuro, que havia algo a mais além da teatralidade muitas vezes exagerada que o Cordel exibia.






Ainda há uma intensa movimentação/encenação do cantor, dessa vez parecendo uma mistura de Michael Jackson no clipe de "Thriller" com Renato Russo (ou, vá lá, Morrissey). A poesia, fator determinante, para o bem e para o mal no Cordel, também marca presença, introduzindo várias músicas.







Então vamos para a parte positiva do show do Lirinha? Assim como no disco, a mudança na direção sonora em seu trabalho solo é notável pelas guitarras. Lirinha é um dos três artistas pernambucanos ligados a uma música mais conectada às tradições da região e que, por coincidência, nos últimos tempos resolveram "eletrificar" a carreira.







Enquanto Karina Buhr é escoltada pelos guitarristas Fernando Catatau (Cidadão Instigado) e Edgard Scandurra (Ira!), e Siba Veloso resolveu ele mesmo assumir a função de guitar hero, com Lirinha é Neilton, da banda punkrockhardcore Devotos que tem essa incumbência.



  Lirinha - 14/09/12



Além de Neilton, a banda conta com uma formação pouco ortodoxa para uma banda de "rock", com uma bateria sem pratos, percussão, um sintetizador fazendo as vezes do baixo e o grande Astronauta Pinguim tocando teclados dos mais diversos, além de um theremim.






O resultado dessa formação é uma música que está sempre em ponto de tensão, mas nunca explode. Não que isso seja ruim, pelo contrário. É bom quando as expectativas são quebradas e nisso dá pra dizer que o Lirinha está ficando bom. A explosão fica por conta de sua intepretação que, se for possível usar um clichê batido, pode-se chamar de pungente. Mas em "Eletrônica Viva", por exemplo, a música é uma porrada barulhenta de dar gosto.




Lirinha - 14/09/12



Curiosamente, não parecia haver tantos fãs da ex-banda de Lirinha no show. "Os Oim do Meu Amor", uma das músicas mais esgoeladas pela plateia do Cordel até foi acompanhada, mas de forma mais tímida do que se imaginaria. Além dessa, foram tocadas "Morte e Vida Stanley" e "A Matadeira", que dialogaram bem com as músicas do trabalho solo.




No fim do show, participação do músico Jam da Silva tocando uma cuíca com vários efeitos de pedal e a constatação que, se é preciso que Lirinha ainda utilize um pouco de teatralidade e poesia para conseguir fazer boas canções, bom, até que vale a pena.



O Levada Oi Futuro continua este fim-de-semana com show de Tatá Aeroplano, do Cérebro Eletrônico (e do Jumbo Elektro), também lançando seu primeiro disco solo. Veja mais informações nas nossas dicas da semana.


(segunda foto por Fábio Fernandes)

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