Ao vivo, Tudo Tanto também se garante e Tulipa passa pelo teste do segundo disco.
Foi ali mesmo, no Circo Voador, que Tulipa Ruiz estreou no Rio de Janeiro, poucos meses após o lançamento do primeiro (e aclamado) cd Efêmera, mais precisamente, em julho de 2010. Agora, dois anos depois e, já considerada uma das principais cantoras da nova geração, Tulipa escolheu o mesmo palco para estrear a turnê carioca de Tudo Tanto, o segundo disco, um dos mais aguardados de 2012. Tudo muito rápido, como acontecem as coisas hoje em dia.
O novo show está mais incrementado (graças a parceria com a "Natura Musical") e conta com projeções que ilustravam algumas canções através de duas telas, uma em cima (um pouco a frente) e outra atrás do palco. A banda habitual da cantora (Luiz Chagas, Gustavo Ruiz, Márcio Arantes e Caio Lopes) também mereceu uma leve turbinada e agora conta com um conjunto de cordas (Leandra Velazquez, Renato Rossi e Gustavo Nascimento) e os sopros (flauta, clarineta, vibrafone) ficam a cargo de Juliana Perdigão, instrumentista e cantora mineira, integrante do grupo Graveola & O Lixo Polifônico.
Com todos estes acréscimos, o som ficou mais encorpado e as cordas, ao vivo, combinaram bem com a voz de Tulipa. Claro que o destaque continua sendo o pai e irmão (Luiz e Gustavo, respectivamente) nas guitarras mas gosto muito do estilo e dos arranjos de Márcio Arantes, responsável pela concepção de Tudo Tanto.
Tulipa canta todas as músicas do novo cd e apenas cinco do anterior. Ótimo! Porque alguns artistas preferem ignorar uma ou outra nova canção e nunca as tocam ao vivo e tem sempre um fã que faz questão de ouvir justamente "aquela" música.
Foi bonito ver o Circo lotado para prestigiar um artista novo, o que contradiz aquele pensamento tolo que afirma que o grande público só quer ver medalhões ou músicos consagrados. Claro que, em tempos de downloads que vazam "misteriosamente" uma semana antes do lançamento oficial, o público fez coro em todas as músicas novas.
Bons momentos da turnê anterior, como Tulipa se enrolando no fio em "Só Sei Dançar Com Você" ou a apresentação da banda em "Brocal Dourado" juntaram-se a novos momentos que devem empolgar bastante nos próximos shows: a dramaticidade de "Víbora"; Tulipa se descabelando em "Cada Voz"; o mantra repetido no final de "Quando Eu Achar" ("paro para procurar, para me preparar, para nunca parar"); a troca de uma palavra que muda todo o sentido em "Script" ("devo lhe dizer que a minha CURA é você, meu bem" por "devo lhe dizer que a minha GRUA é você, meu bem) - segundo a cantora, na hora de compor, ela escreveu "grua" mas no estúdio, quando foi gravar, falou "cura" e, que apesar disso, nunca cantará "cura" ao vivo.
Curioso foi perceber a segurança da cantora, e não o contrário, fato que seria absolutamente normal por se tratar de um show tão importante. Mas é que, mesmo com uma carreira tão curta, Tulipa sempre me passou a impressão de ser uma veterana dos palcos.
O Circo Voador aproveitou para mostrar um outro talento da cantora que também é ilustradora e pintora, com um espaço chamado “Ateliê da Tulipa” onde podíamos conferir (e comprar) quadros, gravuras, blusas e broches com ilustrações de sua autoria.
Três dias depois do show, Tulipa recebeu o "Prêmio Multishow" de melhor disco do ano. Ou seja, pelo visto, o novo cd/show, percorrerá a mesma trilha de sucesso e elogios do anterior.
Vejam os vídeos que gravei:
Ou clique aqui!
Lista de Músicas:
- Só Sei Dançar
- Script
- Pedrinho
- Like This
- Quando Eu Achar
- Bom
- Agradecimentos (Brocal Dourado)
- Apresentação Da Banda (Brocal Dourado)
- Cada Voz
- A Ordem Das Árvores
- Às Vezes
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