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quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

200 Discos Nacionais dos Anos 00 - 030 a 021

E vamos nos aproximando do Top 20...


030 - Cascadura - Bogary (2006)

O pesado riff acompanhado da bateria que abre este cd do Cascadura demonstra um grupo afiado (e afinado, como é o vocalista Fábio Cascadura) que consegue surpreender com a qualidade tanto quanto chega perto do hard rock quanto se arrisca em bonitas baladas. Apesar de ser possível identificar algumas influências de Paul McCartney da época com a banda Wings ("Onde Aprendeu a Andar"), Cheap Trick, Foo Fighters e Queens of Stones Age ("Ele, O Super-Herói", por exemplo), o maior mérito do Cascadura é conseguir obter uma sonoridade original dentro de um universo cada vez mais limitado que é a formação clássica de rock'n'roll. Outras músicas pra prestar atenção: "Mesmo Eu Estando do Outro Lado", "O Centro do Universo", "12 de Outubro" e "Senhor das Moscas".



029 - Planet Hemp - A Invasão do Sagaz Homem Fumaça (2000)

O último disco de estúdio do Planet Hemp vinha cheio de idéias, vindas da maior quantidade de músicos participando das gravações até então. Gravado no estúdio Casa do Caralho (uma casa onde D2 morava transformada em estúdio), há aquela característica em comum com os discos dos Beastie Boys Check Your Head e Ill Communication, onde há hardcore, rap, música instrumental, latina, funk e aqui até reggae e surf music. Não é à toa que o produtor seja o mesmo dos Beastie Boys, o brasileiro Mario Caldato. Principais músicas: "12 Com 18", "Ex-Quadrilha da Fumaça", "Stab", "Contexto", "Quem Tem Seda" e "Raprockandrollpsicodeliahardcoreragga".



028 - Wado - Atlântico Negro (2009)

Lançado um ano depois do disco Terceiro Mundo Festivo e dois anos depois de sair do Fino Coletivo, este novo trabalho de Wado demonstra o inesgotável repertório de um artista que lançou nesta década nada menos do que cinco discos (seis, contando o Fino). Em Atlântico Negro, o afoxé que surgiu no disco anterior agora já é inquilino confortável e dá sinal em várias músicas, que finalmente, em grande parte graças à excelente produção, podem ser consideradas de forma completa como um "manifesto da arte periférica", pretendido desde o começo da carreira. As músicas aqui nem sempre possuem aquela alegria "fácil" do Wado de outros anos, mas elas têm mais beleza da forma como foram dispostas: "Estrada", "Cordão de Isolamento", "Hercílio Luz", "Boa Tarde, Povo", a mistura de duas músicas suas "Feto / Sotaque" e o "Rap Guerra do Iraque", de MC Gil do Andaraí.


027 - China - Simulacro (2007)

Anos depois de seu primeiro EP, finalmente o ex-vocalista do Sheik Tosado lança um álbum completo, que corresponde plenamente. Foi emocionante acompanhar o desenvolvimento do trabalho através das demos que surgiam no myspace dele. A figura de linguagem sombria e romântica de "Câncer" já vale o disquinho, mas ainda tem a alegria de "Sem Paz" e "Asas Nos Pés" e muita leveza na "Canção Que Não Morre No Ar". Produção de Pupilo da Nação Zumbi, participação do pessoal do Mombojó, Simulacro desce suave, com China escolhendo bem as companhias. Baixe o disco aqui.



026 - Titãs - A Melhor Banda de Todos os Tempos da Última Semana (2001)

Os Titãs passaram 6 anos sem lançar um disco somente de músicas inéditas. Isso no meio de 7 cabeças produtivas poderia ser preocupante, mas eles foram escoando parte da produção em discos solo, livros e outros afazeres. Entre acústicos e equivocadas releituras de músicas de outras bandas, uma tragédia, a morte do guitarrista Marcelo Fromer. Como o disco já estava sendo feito, não aconteceu um disco em tributo ao amigo nem foi deixado de lado o material que já estava sendo preparado. Eles fazem a maior homenagem que se poderia fazer: um ótimo disco de rock. A faixa-título, irônica, é a mais divertida. Nando Reis já pavimenta sua futura carreira solo com "O Mundo é Bão, Sebastião" e "É Bom Desconfiar". Sérgio Britto cria a mais bonita balada dos Titãs, "Epitáfio". "Isso", "Mundo Cão" e "Cuidado Com Você" também merecem menção. É o último suspiro de qualidade do grupo até hoje.



025 - Mopho - Mopho (2000)

Entre 1965 e 1975, ou, melhor dizendo, entre o momento que Bob Dylan se eletrificava e os Beatles se diversificavam, até o momento que o punk saiu de NY e Detroit e chegou ao Reino Unido. Este é o período em que se situa o nascimento, ascendência, auge e morte a golpes de botinada da psicodelia, matriz de um dos melhores discos brasileiros a carregar a bandeira do gênero, a estréia dos alagoanos do Mopho. Há Beatles, Mutantes e o grupo progressivo brasileiro Som Nosso de Cada Dia como influências confessas, mas há também Deep Purple, Led Zeppelin e o proto-hard rock nacional dos anos 70. Não tem uma música ruim aqui em quase uma hora de som, mas "Não Mande Flores" é de outro mundo. Ou de outro tempo.



024 - Rogério Skylab - Skylab II (2001)

O reinado de Rogério Skylab no castelo da esquisitice tem seu início em Skylab II. Embora o disco anterior já possua algumas músicas do clássico cancioneiro de Skylab, como "Motosserra", "Matador de Passarinho" e "Derrame", é aqui nessa gravação que elas recebem um tratamento mais adequado e se juntam a sandices do naipe de "Metrô", "Jesus", "Convento das Carmelitas", "Samba", "Convento das Carmelitas", "Cu e Boca", "Privada Entupida" e "Carrocinha de Cachorro Quente", músicas frequentemente pedidas em seus shows.



023 - Autoramas - Nada Pode Parar Os Autoramas (2003)

Informação nº3: Autoramas já criou uma sonoridade própria, um som "autoramas", que não consegue mais ficar descaracterizado nem mesmo quando há diversos produtores diferentes dentro do disco. Praticamente impossível diferenciar qual faixa foi produzida por qual produtor, porque o que quer que eles façam não consegue (e eles nem deviam querer) alterar aquilo que já nasceu pronto. É uma sequência irretocável de músicas surf-punk-new wave do início ao fim do disco, indo de "Você Sabe" até "Caso Perdido" a toda velocidade (velocidade, autoramas, han, han). Se tivesse que fazer um Top 3: "Nada a Ver", "O Bom Veneno" e "O Rei Da Implicância".



022 - Ludov - Dois A Rodar (2003)

Este EP de 6 músicas do Ludov esmaga os anos militando no indie rock cantando em inglês, amassa, recorta e incinera e o que surge é algo completamente novo, uma música e letra bem trabalhadas, com uma profundidade sonora estonteante para um grupo independente, embora estivesse bem alinhado com o que estava acontecendo na seara do gênero "rock independente" em 2003. Mas eles não estavam seguindo alguém. Dentro desse alinhamento, eles estavam ali bem perto da ponta da frente da fila. É mais que rock, é música brasileira com soluções criativas para fazer um pop delicioso, sem açucar demais, sem sofrimento demais. Na medida certa.



021 - Rubinho E Força Bruta (2005)

Em cima de faixas bem dançantes, musicadas por alguns dos colegas da Orquestra Imperial (aqui alcunhados de Força Bruta), Rubinho Jacobina canta letras que parecem buscar a maior simplicidade possível para dizer algo e, caramba, como elas dizem algo, dizem muito. Não importa se ele rima "barraca" com "barraca", ou se ele lamenta a morte de seu gato, as músicas têm significado e força. Força bruta. Dentro desse aspecto primal da composição, além da morte do gato ("Meu Gato Morreu"), há "Dr. Sabe Tudo", "Domina", "Simone", "Era", "Nega" e a música mais legal de todas, onde Rubinho elenca muitas qualidades, mas ressalta: "Artista É o Caralho"!

2 comentários:

Daniel Achedjian disse...

My God! Fico super impressionado com seu trabalho...Nao deve dormir muito :) Sera que vai se esquecer do primeiro disco de Totonho e os Cabra?
Abraços
Daniel

Otaner disse...

Oras, claro que durmo: 3 horas por noite, sempre. :)

E Totonho não entra na lista, porque pelo que me lembre nunca ouvi o disco todo... E nunca me interessou muito, apesar de ser legal aquela que ele canta "Eu, tinha tudo pra ser feliz"... Acho que depois vou fazer um post pro pessoal dizer quais discos que acham que faltaram na lista.

Muito obrigado pelos elogios!
Abraços