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quarta-feira, 12 de junho de 2013

Virada Cultural 2013, parte 8: Pharoah Sanders, James Chance e sua esposa performática e... chega





Depois do show do Apanhador Só, a manhã de domingo começava a acabar e a impressão era que a Virada não estava tão cheia quanto em anos anteriores nesse mesmo horário. Talvez as notícias da madrugada tenham assustado o público paulistano, ou então as atrações não interessaram tanto.




O cansaço já batia & abatia, mas ainda havia uma última atração imperdível. Antes disso, o show do saxofonista Pharoah Sanders, que eu teria me arrependido se tivesse perdido de ver pelo menos um pedaço da apresentação.








Acompanhado do São Paulo Underground, era uma oportunidade de ver também uma parte da banda Hurtmold em ação, já que no horário que eles tocaram eu estava pulando com o rap do Black Star. Do São Paulo Underground fazem parte Maurício Takara e Guilherme Granado, além do trompetista americano Rob Mazurek, que já tocou com o Hurtmold em muitas oportunidades, inclusive fazendo parte da banda de apoio dos shows solo de Marcelo Camelo.




Para completar, Thomas Rohrer na rabeca e Rogério Martins, mais um Hurtmold, na percussão. Uma baita banda para acompanhar Pharoah, músico com décadas de experiência dentro do free jazz, e que não precisa de muito esforço para hipnotizar a plateia.









Saí na hora que Rodrigo Brandão do Mamelo Sound System iria participar e rumei em direção às bancas dos Chefs na Rua para me reforçar com um feijão tropeiro antes da última parada da (minha) Virada Cultural.








Duas da tarde e a área dedicada ao rock na Virada, o palco São João, estava bem vazio quando entrou James Chance e seu grupo atual, Les Contortions, músicos franceses que certamente fizeram jus ao que James Chance mostrava quando era acompanhado pelos The Contortions no final dos anos 70.







A idade chegou, mas o topete se manteve e James Chance pode ser um dos nomes mais proeminentes da cena No Wave novaiorquina, mas o som que ele produz na verdade são de duas ondas que se chocam de forma inesperada. O funk da motown e de James Brown encontra o jazz mais experimental e por vezes agressivo, bem punk mesmo, e o resultado é como dançar em cacos de vidro sonoros. Quando Chance atacava o teclado ou o saxofone, o que me vinha à cabeça era uma mistura de LCD Soundsystem com Zumbi do Mato, que provavelmente devem muito ao que James Chance produziu naquela época da No Wave.







Vestido de forma elegante e com direto a troca de paletós, ainda tivemos a performance surreal de dança proporcionada pela esposa de Chance. A sra. Chance, à frente do palco ou próxima do backstage, realizou movimentos não muito comuns para uma senhora de aparente idade avançada incluindo aí referências meio sadomasoquistas envolvendo o maridão. Chamou a atenção da audiência, que foi crescendo um pouco até o final do show, que valeu como ótimo desfecho para voltar ao Rio de Janeiro com sensação de missão cumprida (e comprida também).



Uma pena que não tocou uma das minhas preferidas, "Contort Yourself". Mas felizmente a minha favorita "Design to Kill" foi tocada, e pode ser vista abaixo junto com mais seis vídeos do show.








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