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quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Cinco vídeos do incrível show do Tame Impala no Circo Voador (26/11/2014)





Paul McCartney está novamente no Brasil em turnê. Nos últimos quatro anos o ex-Beatle já encheu estádios e "arenas" no país em 16 ocasiões. O que deveria ser motivo de alegria (se não fossem os preços caros, os horários proibitivos para um dia de semana, etc), poder ter um Paul McCartney todo ano aqui perto ou mais ou menos perto da gente, às vezes se torna motivo de chacota de quem acha que se um artista vem muito ao Brasil seria sinal de decadência. Felizmente esse pensamento um pouco atrasado e com síndrome de vira-lata é que está se tornando decadente e, se o Paul voltar ano que vem ao Brasil, que bom! (só podia baixar o preço, né...)



Ué, mas essa resenha não é sobre o Tame Impala? Pois é. Da mesma forma que o macca, a banda australiana tem se tornado figurinha frequente no Brasil. Este foi o terceiro ano consecutivo que se apresentam no Rio de Janeiro e pelo terceiro ano consecutivo a casa de shows fica lotada.







Se na primeira vez, no Imperator, por questões logísticas o lugar parecia vazio embora estivesse sold out (veja aqui como foi o show em 2012), ano passado e ontem no Circo Voador não tinha mais como botar gente lá dentro. Felizmente a entrada ocorreu com um pouco mais de tranquilidade do que na semana anterior com o Metronomy, apesar da chuva fina que caía e que mesmo assim não espantou absolutamente ninguém.



A chuva não espantou também o calor que fazia. Os roadies com jaleco branco checavam os instrumentos de forma quase científica e quando o Tame Impala entrou, faltando dez minutos para as onze, entrou para derreter nossos cérebros através de suas cores & sons psicodélicos.



Um cruzamento muito próprio que pega paredes de som que remetem a Flaming Lips, alguns riffs sabbathianos (Blue Cheer e Cream também valem), uma movimentação entre a psicodelia e a eletrônica na qual o Primal Scream já investiu, batidas que podem levar você a achar tanto que está ouvindo house quanto My Bloody Valentine, e pronto, você pensa tudo isso e não chega nem perto de entender como o Tame Impala chegou aí.







Isso já era sabido desde os relatos que surgiram do show de 2013, mas conferir in loco é outra história. Enquanto no Imperator, há dois anos atrás, eu escrevia que "a viagem deles nunca é turbulenta a ponto dos cintos terem que ser apertados", bastou mais um disco lançado (duas músicas do Lonerism foram tocadas na época) e muitos e muitos concertos pelo mundo para que eles criem várias montanhas-russas sonoras onde você precisa se segurar de algum jeito.







Ou não. Tinha gente alucinada, se dependurando onde podia nas estruturas do Circo Voador para poder ver a banda, moças desengonçadas subindo no palco, uma tiara sendo jogada no palco e para coroar toda a situação temos Kevin Parker, líder da banda e herói guitarrista dos pés descalços, colocando a tiara na cabeça e a reação do público gritando PRIN-CESS! PRIN-CESS! Consegue pensar em algo mais psicodélico do que isso?







E teve "Elephant". Pesada como um paquiderme, dinâmica, melódica, preenchendo com aquela onda sonora que o Tame Impala cria em suas músicas, mas que chegava a perder para os urros da plateia durante a música. Uma piscadela dançante de dois segundos, um solo curto e quebrado de bateria, o recomeço e fim abrupto e de repente uma das maiores e mais ruidosas ovações que já ouvi no Circo Voador em quase 20 anos acompanhando shows ali. Ou em qualquer outro lugar, na verdade.







Depois de "Elephant" ficava difícil superar. E lá pelas últimas músicas antes do bis, entre jams e improvisos fica evidente que para o Tame Impala chegar ao topo ainda falta um pouco, mas falta. Mas aí teve o episódio da tiara e no bis teve "Feels Like We Only Go Backwards" e aí você chega à conclusão que sim, eles chegaram lá.








É importante que se diga: estamos acompanhando diante dos nossos olhos o crescimento de uma das melhores bandas deste planeta atualmente. E para nossa sorte o dono da banda considera aqui um dos melhores lugares na Terra. Quando o Tame Impala voltar ao Brasil em 2015 (assim torcemos), alguém vai ter coragem de se dizer cansado de um show desses? Os súditos da nova princesa do Rio estarão presentes.



Os 5 vídeos que gravei ontem podem ser vistos clicando aqui ou no tocador abaixo:





Músicas gravadas:


Solitude Is Bliss

Why Won't They Talk to Me?

Alter Ego

Elephant

Half Full Glass Of Wine

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