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Este ano, ao que tudo indica, não vai acontecer o festival Back2Black, tábua de salvação para aqueles que desejam ver ao vivo na cidade alguns dos nomes mais interessantes & importantes da música negra mundial.
Em 2013 eram muitos os destaques quando o festival se mudou para a Cidade das Artes, na Barra da Tijuca (veja aqui como foi o festival ano passado), e alguns acontecendo no mesmo horário, como Milton Nascimento que se apresentava em uma das salas do complexo cultural enquanto em outro lugar estava o nigeriano Keziah Jones.
Doze meses depois do festival, nova chance para conferir o músico. Um público razoável também não desperdiçou a oportunidade, o que até surpreendeu, já que Keziah não é tão conhecido assim no Brasil e não temos por aqui o costume de ir a um show pela curiosidade, mesmo que o ingresso estivesse barato para o padrão (ou falta de padrão) de shows internacionais.
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A explicação para a presença do público podia ser ouvida pela quantidade de idiomas sendo falados dentro do Circo, com predominância para o francês. É no país de Gainsbourg que Keziah Jones faz mais sucesso, depois de ter sido descoberto quando tocava pelas ruas e metrô de Londres.
Sujeito do mundo, sua música também traz a marca "multi" pelo que fazia com todas as guitarras que trouxe ao palco. As comparações com Lenny Kravitz, Terence Trent D'Arby, Ben Harper e Living Colour são procedentes, na sua tentativa bem-sucedida de equilibrar funk, rock, blues, r'n'b e soul (ao que ele chama de "blufunk"), músicas como "Million Miles From Home" podem atestar bem isso.
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Mas há mais. Keziah acrescenta bem suas origens na mistura que faz, sem necessariamente entrar na prateleira do afrobeat. Uma banda formada por músicos da ex-capital nigeriana Lagos, um mais habilidoso que o outro mesmo, o deixa bem à vontade para mostrar sua técnica percussiva em cima das muitas guitarras e violões que trouxe. E é um ritmo pesado que sai das cordas, tanto é que elas arrebentam duas vezes.
O arsenal que o músico tem para se diferenciar é amplo, seja musical ou não. Na parte musical, chama atenção a guitarra de duas cordas durante "Dear Mr. Cooper" e o uso que faz do violão em "Blufunk is a Fact". Na parte visual, foi percebida alegria por parte do público feminino quando ele tira a camisa, que só fui substituída por outra já no bis e antes, quando um assistente coloca em seus ombros uma capa vermelha, usada para encarnar o super-herói imaginado que dá nome ao novo álbum, Captain Rugged.
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Mas os heróis de Keziah aparecem através das balançantes e vigorosas versões que faz de Jimi Hendrix (via Bob Dylan) e Fela Kuti, que encerra um show que credencia o músico nigeriano a voltar a terras cariocas em próximas turnês.
Veja os 7 vídeos que gravei aí embaixo ou clicando aqui.
Músicas gravadas:
Dear Mr. Cooper
Million Miles From Home
Blufunk Is a Fact
All Along The Watchtower
Pass The Joint
Afronewave
Música de Fela Kuti
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